Que venha a Europa League!

A segunda passagem de Jorge Jesus pelo Benfica não começou nada bem, isso porque a derrota da equipe portuguesa frente o PAOK por 2 a 1, culminou com a precoce queda dos Encarnados na fase pré eliminatória da Champions League.

A participação do Benfica na edição 2020/21 da Champions League durou apenas 90 minutos. Pois é, com o revés diante do PAOK por 2 a 1, os pupilos de Jorge Jesus retornaram da Grécia desclassificados do torneio. Obviamente, esta eliminação não foi bem digerida pelos benfiquistas, sobretudo porque eles foram o melhor time em campo. Para se ter uma ideia, os Encarnados registraram 73% de posse de bola mediante 27% do adversário, ao passo que os visitantes finalizaram o dobro de vezes durante a partida (16 a 8), sendo que os únicos dois arremates concedidos pelos anfitriões na direção da meta do goleiro Odysseas, resultaram nos gols de Dimitrios Giannoulis e Andrija Zivkovic.

No entanto, como o que vale no futebol é bola na rede, o fato do Benfica ter jogado melhor não amenizou a pressão sobre o treinador Jorge Jesus e a diretoria do clube. A propósito, os torcedores benfiquistas demonstraram toda a sua indignação por conta desta derrota através das redes sociais. Vale ressaltar, que os Encarnados marcaram presença na fase de grupos da Champions League nas últimas DEZ temporadas. E para piorar ainda mais a situação, eles deixaram de arrecadar quase 40 milhões de euros devido à eliminação na fase pré eliminatória da competição, tendo em vista que na edição anterior do torneio, o conjunto da Luz recebeu o montante de 39,26 milhões de euros.

Contudo, é importante salientar que a expectativa dos torcedores benfiquistas era enorme em relação ao sucesso do Benfica na Champions League, já que o clube lisboeta investiu pesado em contratações nesta janela de transferências. A começar com os exorbitantes 25 milhões de euros despejados para bancar os salários do treinador Jorge Jesus e de toda a sua Comissão Técnica que também estava no Flamengo, até 2023.

Por outro lado, estes valores são irrisórios se compararmos aos 80 milhões de euros gastos pelo Benfica para trazer os atacantes Darwin Núñez, Éverton e Luca Waldschmidt, o meia Pedrinho, o zagueiro Jan Vertonghen, além do lateral-direito Gilberto e do goleiro Hélton Leite. Não à toa, esta janela de transferências já é a mais cara da história do clube português, que por sua vez, faturou 126 milhões de euros apenas com a venda de João Félix ao Atlético de Madrid no ano passado.

Assim, a pressão sobre Jorge Jesus que já era grande antes do início da temporada, aumentou ainda mais após o fracasso do Benfica na fase pré eliminatória da Champions League. Três vezes campeão português em sua primeira passagem na Luz, o treinador de 66 anos de idade regressou à sua terra natal depois de um excelente trabalho à frente do Flamengo, clube pelo qual ele conquistou uma série de títulos, dentre os principais, a Copa Libertadores e o Brasileirão, ambos em 2019. Isso explica porque os benfiquistas estavam tão otimistas com o retorno do Mister, porém bastaram míseros 90 minutos para que toda esta euforia se transformasse em decepção.

Não quero fugir da responsabilidade. Sabíamos das dificuldades que é estar na Champions League, o valor das equipes, mas continuo a pensar como pensava antes deste jogo (contra o PAOK): o mais difícil era superar estas duas eliminatórias. Não era só um sonho, seria uma realidade chegar longe. Passar esse sonho para a Liga Europa? Nem há dúvida. Mas não era isso que os jogadores, o presidente e o treinador queriam. Se tivéssemos passado (na Champions), tudo seria mais fácil” disse Jorge Jesus na coletiva pós eliminação.

Em função da prematura desclassificação na Champions League, os benfiquistas terão de se contentar com a Europa League, competição esta, que eles jamais venceram ao longo da trajetória. Em contrapartida, podemos recordar que sob a batuta de Jorge Jesus, os Encarnados foram finalistas do torneio europeu nos anos de 2013 e 2014, e embora tenham perdido as finais para Chelsea e Sevilla, este dado revela que as últimas decisões continentais disputadas pelo Benfica ocorreram justamente com Jesus no comando técnico da equipe. Diante deste cenário, a temporada 2020/21 ainda se apresenta próspera pelos lados da Luz. Aguardemos!

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