Com Fernando Santos, será assim!

O sonho do bicampeonato europeu acabou nas oitavas-de-final da Euro2020 para Portugal. Contudo, a má campanha dos portugueses no torneio deixou uma dúvida no ar: será Fernando Santos, o nome certo para comandar a Seleção da Quinas na Copa de 2022?

Campeã da edição anterior da Eurocopa, a seleção de Portugal era apontada juntamente com França, Bélgica e Inglaterra, como uma das principais candidatas ao título da Euro2020. Pois é, e este favoritismo aumentou ainda mais depois que os portugueses bateram a Hungria por 3 a 0 em Budapeste, pela rodada inicial da competição. Embora o futebol apresentado pelos comandados de Fernando Santos não tenha convencido, eles “acharam” três gols depois dos 40 minutos da segunda etapa, lembrando que dois deles foram marcados pelo craque Cristiano Ronaldo.

Apesar da enorme euforia por parte da torcida, o técnico Fernando Santos – assim como quem acompanhou o duelo contra a Hungria – sabia que os atuais campeões europeus fizeram um jogo bastante abaixo do esperado. Entretanto, esta realidade só veio à tona na partida seguinte frente à Alemanha, quando os portugueses foram goleados por 4 a 2, de virada, na Allianz Arena. Mais uma vez a seleção de Portugal mostrou-se ineficaz taticamente, não à toa, tanto o gol de Cristiano Ronaldo quanto o de Diogo Jota, vieram através de um contra-ataque e uma bola parada.

Buscando encontrar alternativas para evitar que Portugal fosse eliminado precocemente na fase de grupos da Euro2020, o treinador Fernando Santos decidiu realizar algumas mudanças na equipe, sacando William Carvalho e Bruno Fernandes do time titular, e colocando João Moutinho e Renato Sanches em seus respectivos lugares, porém ainda mantendo o mesmo esquema de jogo utilizado contra a Alemanha, o 4-1-4-1.

No entanto, as trocas no meio-campo não surtiram o efeito esperado, tanto é, que o empate em 2 a 2 diante dos franceses só foi garantido graças aos dois pênaltis convertidos por Cristiano Ronaldo. Na ocasião, a entrada de Renato Sanches melhorou a saída de bola da equipe, mas a ausência de Bruno Fernandes prejudicou – e muito – o setor de criação do time, pois além de João Moutinho ser lento e jogar mais recuado, tecnicamente ele é inferior em relação ao meia do Manchester United.

Mas apesar de todas as adversidades, a Seleção das Quinas avançou de fase por ter ficado no terceiro lugar do grupo da morte da Euro2020. Em contrapartida, o “falecimento” dos portugueses veio logo em seguida, nas oitavas-de-final, depois de mais uma pífia apresentação dos atuais campeões europeus na derrota frente à Bélgica (1 a 0), em Sevilha. Com isso, os principais feitos de Portugal no torneio se limitaram à Cristiano Ronaldo, que tornou-se o goleador máximo das Eurocopas com 14 tentos, e o maior artilheiro do futebol de seleções ao lado de Ali Daei, com 109 gols.

É claro que eliminações são sempre difíceis de digerir, porém a frustração por parte dos portugueses é enorme porque a sensação é a de que Portugal teria totais condições de realizar uma campanha melhor na Euro2020. Em 2016, quando os lusitanos ergueram o caneco europeu, aceitava-se a ideia de um estilo de jogo reativo, considerando a qualidade técnica da seleção. Mas passados cinco anos, o nível subiu, e a geração composta por Rúben Dias, Renato Sanches, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Diogo Jota, Gonçalo Guedes, João Félix e André Silva tem potencial de sobra para jogar mais.

Ainda assim, é necessário entender que Fernando Santos sempre foi adepto de uma filosofia conservadora e pragmática, o que significa que este é o futebol que Portugal jogará caso o treinador permaneça no cargo até o final de seu contrato em 2024. Logo, a única alternativa para vermos uma mudança no estilo de jogo dos portugueses é trocando de técnico, e opções não faltam no próprio país, a julgar por nomes como Nuno Espírito Santo, Leonardo Jardim, Rúben Amorim, Paulo Fonseca, Marco Silva, André Villas-Boas e Sérgio Conceição. A 18 meses da Copa do Catar, há tempo para isto!

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