Fantasma da repescagem não assusta a Itália

A não classificação à próxima Copa do Mundo através da fase de grupos das Eliminatórias, não preocupa os italianos como em 2017.

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Este famoso dito popular não faz o menor sentido aos italianos, afinal, quatro anos depois da Itália disputar a repescagem das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, contra a Suécia, ela voltou a fracassar no torneio ao não conseguir o acesso imediato ao Mundial, agora do Catar, em função do empate sem gols contra a velha conhecida Irlanda do Norte, que em 1958, despachou a Azzurra do próprio torneio.

Pois é, mas o que aconteceu com a Itália campeã da Euro2020, e que permaneceu 37 jogos invicta até o mês passado? Na verdade nada mudou, ocorre que os tetracampeões mundiais viveram uma espécie de “ressaca” após a conquista do torneio continental, o que era de se esperar em razão da enorme dedicação dos italianos. Todavia, é importante recordar que desta vez o intervalo entre a Eurocopa e a Copa do Mundo será de um ano, algo que atrapalhou a Azzurra.

Além disso, a Itália só não garantiu a sua classificação ao Mundial do Catar de forma antecipada em virtude de alguns tropeços como no jogo a contra Bulgária, em Florença. Na ocasião, a Azzurra teve 70% de posse de bola e sofreu apenas um chute em seu gol no decorrer da partida. Ainda assim, os búlgaros regressaram à Sofia com o empate na bagagem.

Vale ressaltar ainda, que os italianos concederam nada menos do que 27 arremates na meta da Bulgária, na partida que marcou o retorno dos tetracampeões mundiais ao San Siro depois da conquista da Eurocopa. E em decorrência do excessivo erro de finalizações, o atacante Ciro Immobile passou a receber diversas críticas tanto por parte da mídia quanto dos torcedores.

No entanto, as cobranças não ficam restritas única e exclusivamente ao atacante Ciro Immobile, tendo em vista que o volante Jorginho também vive uma fase de vilão junto ao torcedor, e tudo em razão das penalidades desperdiçadas pelo jogador do Chelsea nas partidas contra a Suíça na Basiléia e na capital italiana, que certamente garantiriam os seis pontos à Azzurra, já que ambos os jogos terminaram empatados, por 0 a 0, e 1 a 1, respectivamente.

Assim, com a confiança em baixa, a Itália viajou à Belfast para enfrentar a Irlanda do Norte na última rodada das Eliminatórias. Não à toa, o jornal Il Corriere della Sera descreveu este encontro como “Grande Medo” em sua capa. E para piorar a situação, os atuais campeões europeus teriam de encarar o fortíssimo sistema defensivo dos norte-irlandeses que não sofreu gols em seis jogos disputados este ano, aliás, sete já somando este embate frente os italianos.

Contudo, apesar da Itália ter fracassado na missão de conquistar a sua vaga à Copa de 2022 através da fase de grupos das Eliminatórias, é inegável que a atual condição da Azzurra é completamente distinta daquela vivida há quatro anos, haja vista o recente título da Eurocopa, ou uma única derrota sofrida nos últimos 41 compromissos. Portanto, como disse Roberto Mancini: “O que importa é se classificar. Não como você se classifica”.

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