Há mais de três décadas sendo atormentado pelo fantasma do quinto jogo em Copas do Mundo, o México está próximo de cair na fase de grupos do Mundial de 2022.
A campanha abaixo das expectativas do México nas Eliminatórias da Concacaf, já sinalizava que os astecas encontrariam grandes dificuldades para ao menos avançar às oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2022, fase na qual eles foram desclassificados nos últimos sete Mundiais. Inclusive, escrevi um artigo sobre o tema há pouco mais de um ano: https://www.soccerblog.com.br/2021/11/20/se-o-mexico-esta-mal-nas-eliminatorias-o-que-dira-na-copa-do-mundo/
Pois é, e para a infelicidade dos mexicanos o desastre previsto por eles se concretizou na Copa do Mundo. A começar pelo empate sem gols dos comandados de Tata Martino diante da Polônia, lembrando que o lendário goleiro Guillermo Ochoa defendeu uma penalidade cobrada pelo atacante Robert Lewandowski aos 13 minutos da segunda etapa, evitando assim, a derrota do México logo em sua estreia pela competição, no estádio 974.
Deste modo, os mexicanos adentraram a segunda rodada precisando de uma vitória para garantir a vaga nas oitavas-de-final da Copa do Mundo, embora um empate não seria de todo mal ao selecionado da Concacaf, em virtude da queda dos argentinos frente à Arábia Saudita (2 a 1). E talvez por pensar nesta hipótese, Tata Martino armou uma verdadeira retranca no jogo contra a Argentina.
Para se ter uma ideia, Tata Martino mandou o México à campo no 5-3-2, utilizando uma linha de cinco homens na defesa com Kevin Álvarez, Néstor Araujo, César Montes, Héctor Moreno e Jesús Gallardo, enquanto Luis Chávez, Héctor Moreno e Andrés Guardado, completaram o trio de volantes no meio, ou seja, uma formação diferente em comparação ao 4-3-3 usado contra a Polônia.
Os mexicanos perderam todos os quatro jogos diante dos argentinos em Copas do Mundo. As derrotas ocorreram nos Mundiais de 1930, 2006, 2010 e 2022.
Através desta escalação super defensiva, fica evidente que Tata Martino abriu mão do jogo para se defender. Consequentemente, o México registrou 41% de posse de bola, concedeu somente um arremate em direção ao gol do argentino Emiliano Martínez, e saiu de campo derrotado por 2 a 0, caindo para a lanterna do grupo C aonde soma 1 ponto e nenhum tento marcado após dois jogos, sendo este, o pior início dos mexicanos desde a Copa de 1978.
Ademais, Tata Martino foi alvo de duras críticas devido a postura covarde adotada na partida que poderia eliminar a Argentina da Copa do Catar, na qual o México realmente se comportou como as seleções de Belize, Trinidad & Tobago ou Honduras, quando o enfrentam por torneios da Concacaf. Além disso, o fato do técnico argentino ter deixado Edson Álvarez no banco de reservas durante todo o jogo, também decepcionou os torcedores mexicanos.
Contudo, ainda há chances do México seguir ao mata-mata. Para isso, basta a El Tri derrotar a Arábia Saudita e torcer por um triunfo da Polônia sobre a Argentina na rodada final. Já no caso de um empate entre poloneses e argentinos, os mexicanos precisarão vencer os sauditas por uma larga vantagem de gols, o que significa que só a vitória os manterá vivos no Catar, algo difícil de imaginar para uma seleção que não balança as redes há quatro partidas em Mundiais. A ver!