Quatro vitórias e um empate, em cinco jogos disputados. Eis o ótimo desempenho do Rangers sob a batuta de seu novo treinador, Michael Beale. Pois é, mas esse aproveitamento só não é cem por cento devido ao gol de Kyogo Furuhashi, aos 43 minutos da etapa final do primeiro Old Firm de 2023, que terminou empatado em 2 a 2 no Ibrox Stadium.
Deste modo, o Rangers não aproveitou a oportunidade de diminuir a larga diferença de nove pontos que o separa do líder da Scottish Premiership, Celtic, e deu praticamente adeus as chances de faturar o título escocês nesta temporada, embora ainda tenhamos 18 rodadas para o desfecho da competição.
Contudo, esse amargo empate com sabor de derrota serviu para ilustrar a total falta de confiança do Rangers ao treinador Michael Beale, algo natural para uma equipe que havia perdido os últimos dois Old Firms, sendo o mais recente deles por 4 a 0, e sofreu o montante de 22 gols em seis jogos disputados na fase de grupos da atual edição da Champions League.
Ainda assim, Michael Beale não encontrou terra arrasada no Rangers, a julgar que o time escocês, na época comandado por Giovanni van Bronckhorst, foi finalista da Europa League na temporada passada – caiu diante do Eintracht Frankfurt, nas penalidades -, e em seguida garantiu uma vaga na fase de grupos da Champions League pela primeira vez em 12 anos.
Em contrapartida, a queda de desempenho do Rangers na primeira metade da temporada 2022/23, aliada a pífia série de apenas sete vitórias nos últimos 17 jogos sob a direção de Giovanni van Bronckhorst, foram preponderantes para a demissão do treinador holandês e a contratação do ex-auxiliar de Steven Gerrard, Michael Beale, às vésperas do início da Copa do Mundo de 2022.
E curiosamente, um ano após deixar a Escócia para acompanhar Steven Gerrard no Aston Villa, Michael Beale regressou ao Rangers encontrando com um cenário parecidíssimo em comparação ao de sua chegada anterior em 2018, ou seja, com os Teddy Bears buscando alcançar o nível do rival Celtic, mas sem demonstrar o mínimo de confiança para isso.
Considerado o “braço direito” de Steven Gerrard, Michael Beale iniciou no Rangers, o seu segundo trabalho como treinador após uma curta passagem pelo Queens Park Rangers.
Vale ressaltar que em 2018, Steven Gerrard assumiu um time que havia acabado de ser goleado pelo Celtic por 4 a 0 e 5 a 0. Posteriormente, vieram o revés pelo placar mínimo no Old Firm e o vice-título na Copa da Liga, porém três semanas depois, Gerrard conduziu o Rangers ao seu primeiro triunfo no Celtic Park em uma década, sendo esta, a virada de chave que mudou por completo o destino do clube campeão escocês na temporada seguinte.
Em seus primeiros cinco jogos à frente do Rangers, Michael Beale mostrou-se descontente tanto com o futebol praticado em campo, quanto por ainda não ter conseguido implementar uma nova identidade e melhorar o estilo de jogo da equipe, isto é, tarefas que realmente demandam um pouco mais de tempo.
Em contrapartida, o jovem treinador de 53 anos de idade diz-se bastante satisfeito em relação ao esforço e comprometimento dos jogadores, além dos resultados obtidos, afinal, ele sabe que através destes elementos a confiança rapidamente voltará a reinar pelos lados de Ibrox, trazendo junto dela a perspectiva de um futuro promissor instituído, dentre outras coisas, por um futebol envolvente.