As chances de Hansi Flick estão se esgotando à frente da Alemanha

Quem imaginava que o pífio futebol da Alemanha se limitaria apenas ao Mundial do Catar se enganou redondamente, pois seis meses após a segunda queda consecutiva na fase de grupos de uma Copa do Mundo, a Mannschaft continua decepcionando, a julgar pelos quatro jogos seguidos sem vitórias no ano.

Para se ter uma ideia, os pupilos de Hansi Flick venceram apenas uma das cinco partidas disputadas em 2023, trata-se do triunfo por 2 a 0 sobre o Peru – no final de março em Mainz. De lá pra cá foram três derrotas frente belgas (3 a 2), poloneses (1 a 0) e colombianos (2 a 0), e um suado empate em 3 a 3 contra a Ucrânia, lembrando que só o jogo diante da Polônia ocorreu fora do território alemão.

A propósito, no amistoso mais recente, a Alemanha acabou sofrendo a primeira derrota para a Colômbia ao longo da história, ou seja, outro dado que retrata a péssima fase dos tetracampeões mundiais – até então, eram duas vitórias dos alemães e dois empates, nos quatro compromissos anteriores.

Consequentemente, a pressão sobre Hansi Flick aumentou ainda mais, a ponto de parte dos torcedores presentes na Veltins-Arena não apenas vaiarem como também agitarem lenços brancos pedindo a saída do treinador depois do apito final, algo totalmente compreensível após um revés por 2 a 0, no qual os anfitriões concederam apenas um chute ao gol durante toda a etapa inicial, e no segundo tempo viram Luis Díaz e Juan Cuadrado balançarem as redes de Marc ter Stegen.

Aliás, a sequência de maus resultados já colocou Hansi Flick como o treinador da seleção alemã detentor da segunda menor média de pontos conquistados por jogo, dentre os onze que já ocuparam o cargo até hoje, conforme você pode conferir na tabela abaixo:

TreinadorMédiaJogosPeríodo
Erich Ribbeck1,5241998 a 2000
Hansi Flick1,79242022 até aqui
Rudi Voler1,87532000 a 2004
Sepp Herberger1,871701936 a 1964

Ainda assim, o fato que mais preocupa os torcedores alemães é a ausência de um futebol minimamente convincente, aliada a vulnerabilidade defensiva da Mannschaft que, por sua vez, sofreu o montante de nove gols nas últimas quatro partidas, assinalando uma média de 2,25 tentos sofridos por jogo neste período.

Todavia, é inegável que Hansi Flick segue buscando alternativas para resolver essas questões. Contra a Colômbia, por exemplo, o ex-treinador do Bayern sacou Joshua Kimmich do time titular, e mandou a Mannschaft à campo no 3-4-2-1, com um trio de zaga composto por Malick Thiaw, Emre Can e Antonio Rudiger, enquanto Marius Wolf, Jamal Musiala, Leon Goretzka e Robin Gosens formaram uma linha de quatro homens no meio, ao passo que Leroy Sané e Ilkay Gundogan atuaram um pouco mais adiantados, com Kay Havertz jogando como referência no ataque.

No entanto, essas mudanças acabaram piorando a equipe, especialmente no que diz respeito a parte da criação. Não à toa, a mesma Alemanha que havia finalizado 26 vezes em Varsóvia, contabilizou somente quatro arremates no jogo seguinte em Gelsenkirchen. Já o setor defensivo, sofreu um gol a mais na formação com três zagueiros do que em comparação com a linha de quatro defensores.

Mas apesar deste conturbado cenário a exatos 360 dias do início da Euro2024, que terá a própria Alemanha como país sede, a DFB (Federação Alemã de Futebol) não dá nenhum indício de que demitirá Hansi Flick, muito pelo contrário, de acordo com as palavras do ex-jogador, treinador e atual diretor da entidade, Rudi Voller, a falta de comprometimento de alguns atletas está prejudicando a seleção alemã. Por este motivo, diferentes nomes deverão aparecer na próxima convocatória para os amistosos de setembro contra Japão e França.

Em entrevista concedida ao site Bild, o presidente da DFB, Bernd Neuendorf, também confirmou a continuidade do técnico de 58 anos de idade, embora ele tenha afirmado estar bastante decepcionado com o futebol praticado pela Alemanha. Por sinal, vale ressaltar que o antecessor de Hansi Flick, Joachim Low, permaneceu no cargo durante 15 anos, o que significa que mudanças não são nada comuns na seleção tetracampeã mundial.

De qualquer maneira, a realidade é que a pressão sobre Hansi Flick pode se tornar insustentável se a Mannschaft não vencer os amistosos da próxima Data Fifa em setembro, sobretudo porque a seleção está correndo contra o tempo para chegar em boas condições para a disputa da Eurocopa e, assim, evitar com que os fiascos dos Mundiais de 2018 e 2022 se repitam diante de seus torcedores.

Portanto, caso o cenário não mude da água para o vinho na próxima aparição da seleção alemã, a tendência é que Hansi Flick não termine o ano no cargo, afinal, a última vez que a DFB decidiu dar uma segunda chance para um técnico, Joachim Low fracassou na Euro2020.

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