O novo rei madridista

“Ele nasceu pra jogar no Real Madrid”, a frase dita pelo zagueiro madridista, Nacho Fernández, retrata perfeitamente a impactante chegada de Jude Bellingham ao Santiago Bernabéu.

Não por um acaso, em apenas 531 minutos defendendo as cores do Real Madrid, o meio-campista da seleção inglesa já justificou os 103 milhões de euros investidos pelos merengues para contratá-lo junto ao Borussia Dortmund neste meio de ano, a julgar pelos seis gols e uma assistência contabilizados pelo camisa 5 até então.

Pois é, e assim como ocorreu nas recentes partidas contra Celta e Getafe, novamente um gol de Jude Bellingham garantiu três pontos ao Real Madrid, a única diferença é que o último deles foi pela Champions League, sobre o estreante Union Berlin no Santiago Bernabéu, aos 49 minutos da etapa final.

Foram 75% de posse de bola, 16 arremates e sete escanteios para que, nos acréscimos, o Real Madrid evitasse estrear com um empate na nova temporada da Champions League, quer dizer, dados que demonstram que o time segue produzindo bastante em campo, porém encontrando dificuldades para concluir as jogadas em gols, algo decorrente da falta de um centroavante de oficio após a saída de Karim Benzema.

À vista disso, neste mesmo período das últimas duas temporadas – ambas sob a liderança de Carlo Ancelotti -, o Real Madrid já havia balançado as redes 16 vezes, registrando uma média de 2,6 gols por partida, isto é, uma taxa superior ao índice de 1,83 assinalado na atualidade. Em outras palavras, uma queda que poderia ter sido amenizada se o clube madrilenho não ficasse esperando Kylian Mbappé, lembrando que Karim Benzema transferiu-se ao Al-Ittihad dois meses antes do fechamento da janela de transferências.

Consequentemente, Carlo Ancelotti foi obrigado a mudar o tradicional esquema 4-3-3, utilizado pelo Real Madrid desde a sua primeira passagem pelo clube, para o 4-3-1-2, com Rodrygo e Vinicius Junior formando a dupla de ataque, e Jude Bellingham exercendo uma nova função como meia, o que acabou sendo preponderante para o jovem jogador de 20 anos de idade assumir o papel de artilheiro da equipe.

Por sinal, é importante salientar que dentre os seis adversários enfrentados pelo Real Madrid somente a Real Sociedad conseguiu passar ilesa por Jude Bellingham, responsável por mais da metade dos gols dos comandados de Carlo Ancelotti na temporada, contra dois de Joselu, e um de Rodrygo, Vinicius Junior e Federico Valverde.

Entretanto, apesar do baixo número de gols, o Real Madrid faturou a sexta vitória em seis jogos disputados na temporada, sendo que na anterior os merengues mantiveram cem por cento de aproveitamento nos nove primeiros compromissos e, ainda assim, terminaram a LaLiga dez pontos atrás do campeão Barcelona, e caíram diante do Manchester City nas semifinais da Champions League, com direito a um vexatório 4 a 0 no Etihad Stadium.

Contudo, vale ressaltar que o Real Madrid sofreu duríssimas baixas neste início de temporada, uma vez que Thibaut Courtois, Éder Militão, Ferland Mendy, Dani Ceballos, Vinicius Junior e o recém-contratado Arda Guler, estão fora de combate devido a lesões, o que inclusive resultou na inesperada vinda de Kepa Arrizabalaga, via empréstimo, em virtude da grave contusão do goleiro belga.

Seja como for, a mística do Real Madrid na Champions League fala mais alto até quando uma extensa lista de lesionados ou a ausência de um centroavante de peso o assolam, afinal, além da relevância de cinco títulos europeus conquistados nos últimos dez anos, um novo “rei” está ditando as regras no Santiago Bernabéu – o Union Berlin que o diga!

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