Queda de rendimento já compromete a caminhada do Barcelona rumo ao bicampeonato espanhol

Campeão espanhol após quatro anos na temporada passada, o Barcelona não lembra nem de longe o time que venceu a LaLiga com dez pontos de vantagem em relação ao Real Madrid há seis meses, e o empate em 1 a 1 com o Rayo Vallecano retrata perfeitamente a queda de rendimento dos catalães.

Embora o Barça realize uma boa campanha na Champions League, onde está praticamente garantido nas oitavas-de-final ao contrário das últimas duas temporadas em que caiu na fase de grupos, os atuais campeões espanhóis seguem decepcionando na LaLiga, haja vista a quarta colocação na tabela do campeonato a exatos quatro pontos da liderança, aliás, uma distância curta considerando o futebol praticado em campo.

Para se ter uma ideia, o Barcelona contabilizava o montante de 37 pontos neste mesmo estágio da edição anterior da LaLiga, quer dizer, uma pontuação que hoje lhe deixaria na ponta da tabela do campeonato. Ademais, embora naquela oportunidade os blaugranas também tivessem sofrido uma única derrota em 13 jogos, eles colecionavam três vitórias que se converteram em empates na atual temporada.

De qualquer maneira, é importante salientar que o declínio do Barcelona na temporada 2023-24 teve início após a derrota por 2 a 1 no El Clásico. Na ocasião, os blaugranas jogaram melhor durante 60 minutos, mas permitiram a virada do Real Madrid através dos dois gols de Jude Bellingham “no apagar das luzes” em Montjuic, lembrando que até aquele momento os comandados de Xavi Hernández permaneciam invictos na temporada somando 10 vitórias e três empates, considerando todas as competições.

Todavia, o cenário mudou completamente após o revés diante do Real Madrid, por mais que o Barça tenha conquistado duas vitórias e um empate nas três partidas seguintes disputadas pela LaLiga, vide o pífio futebol apresentado pelos catalães neste período, aliado as cirscuntâncias deste jogos.

A começar pela vitória pelo placar mínimo sobre a Real Sociedad, em San Sebastián, com o tento de Ronald Araújo sendo marcado nos acréscimos da etapa final. Posteriormente, o triunfo por 2 a 1 frente o Alavés, na Catalunha, veio graças a penalidade convertida por Robert Lewandowski, aos 33 minutos do segundo tempo, enquanto o empate em Vallecas foi conquistado por conta do gol contra marcado pelo zagueiro do Rayo Vallecano, Florian Lejuene, a menos de dez minutos do término da partida.

Outro detalhe não menos relevante é que os blaugranas passaram a ser vazados mais vezes no primeiro tempo das partidas nesta temporada, já que nove dos 14 tentos sofridos por eles aconteceram nos 45 minutos iniciais, o que corresponde a um total de 64,3% dos gols. Logo, fica evidente que o Barcelona tem como tendência buscar reviravoltas durante os jogos, o que demanda maior esforço por parte dos jogadores e, é claro, nem sempre é possível.

Seja como for, a explicação de Xavi Hernández para as más atuações do Barcelona eram justificadas por intermédio das lesões de Frenkie de Jong, Pedri e Sergi Roberto, especialmente a do ex-volante do Ajax, que implicou na decaída de seu parceiro Oriol Romeu. Como muito do jogo dos catalães depende do meio-campo, essa queda acabou sendo inevitável.

No entanto, a pior notícia ao Barça veio após a última Data Fifa, quando Gavi, a principal peça de Xavi Hernández, sofreu uma gravíssima contusão no joelho na partida entre Espanha x Geórgia, que o deixará fora de combate até o final da temporada, ou seja, um duríssimo golpe ao time cuja confiança já estava em baixa apesar dos retornos de Pedri e Frenkie de Jong.

Por este motivo, o técnico Xavi Hernández priorizou o trabalho no jogo posicional de Pedri, Oriol Romeu e Frenkie de Jong, aproveitando que o trio estava à disposição nas duas semanas que antecederam o jogo em Vallecas por não terem sido convocados para defender as suas seleções.

Consequentemente, o desempenho do meio-campo do Barcelona evoluiu no primeiro jogo sem Gavi, tanto é, que os catalães controlaram as ações do jogo, dominaram a posse de bola e ficaram melhor posicionados em campo, ainda que nada disso tenha sido suficiente para que eles regressassem da capital espanhola com os três pontos na bagagem. 

Deste modo, com a autoestima afetada o Barça terá de encarar a difícil série de jogos contra Porto, na briga direta pela liderança do grupo H da Champions League, além de Atlético de Madrid e Girona, oponentes que estão a sua frente na tabela da LaLiga.

Como aspectos positivos, pesam o fato de que estes três próximos compromissos serão em Montjuic, se é que a casa provisória do Barcelona nesta temporada faça alguma diferença, além da presença de Frenkie de Jong, outro ponto desequilibrante do time que permanece invicto nos jogos em que o volante holandês esteve em campo na temporada.

Não à toa, Frenkie de Jong foi o jogador do Barça que mais desarmou (4), ganhou disputas de bola (8) e teve melhor aproveitamento em acerto de passes (94%) na partida que marcou o seu retorno aos gramados depois de dois meses afastado em decorrência de uma lesão no tornozelo.

Contudo, as palavras do próprio Frenkie de Jong ao afirmar que: “Não estava no meu melhor hoje, não me senti bem”, ditas na saída do estádio de Vallecas, são um claríssimo sinal de que a temporada se apresenta complicada ao Barcelona.

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