A primeira vitória do Lyon na temporada 2023-24, conquistada sobre o Rennes por 1 a 0 às vésperas da última Data Fifa, fez renascer a esperança dos lioneses em relação a uma reviravolta na Ligue 1, o que ao menos trouxe um pouco de paz ao conturbadíssimo ambiente vivido pelo clube que ocupa a lanterna do campeonato.
Entretanto, o clima de enorme tensão voltou a assolar o Lyon assim que a bola voltou a rolar na Ligue 1, visto que os pupilos de Fabio Grosso retomaram o caminho das derrotas ao caírem diante do Lille por 2 a 0 em pleno Groupama Stadium. Ainda assim, um resultado que acabou não supreendendo por se tratar do adversário que mais vezes venceu os Gones desde a inauguração de seu novo estádio em 2016, somando seis triunfos neste período.
Ademais, é importante destacar que o Lille não teve dificuldades para impor a nona derrota do Lyon após 12 partidas realizadas na atual edição da Ligue 1, a julgar que Jonathan David e Tiago Santos balançaram as redes ainda na primeira etapa, aos 27 e 32 minutos, respectivamente.
Consequentemente, a continuidade do técnico Fabio Grosso passou a ser ainda mais incerta no clube francês, sobretudo depois da série de mudanças táticas efetuadas por ele na derrota diante do Lille, onde nada menos do que quatro esquemas foram utilizados.
Embora Fabio Grosso tenha herdado um time desorganizado em setembro, a sétima escalação diferente, além do sexto sistema tático distinto usado pelo treinador italiano em seu sétimo jogo no comando técnico do Lyon, comprovam que o jovem técnico de 46 anos de idade segue totalmente perdido e sem nenhuma convicção para cumprir a difícil tarefa de salvar o clube sete vezes campeão francês do rebaixamento.
Vale ressaltar ainda, que Fabio Grosso cometeu outros graves erros como sacar Rayan Cherki, a principal promessa do Lyon na atualidade, da equipe titular logo em seu primeiro jogo no cargo e, posteriormente, fez o mesmo com os renomados Dejan Lovren, Corentin Tolisso e Alexandre Lacazette. Logo, por mais que o artilheiro dos Gones na temporada com 3 gols tenha sido escalado no último jogo contra o Lille, é inegável que o ex-treinador do Frosinone perdeu o vestiário após tantas mudanças inócuas.
Com isso, o desempenho do Lyon que já era pífio sob a batuta de Laurent Blanc, devido aos 3 reveses e 1 empate obtidos no ínicio da temporada, pouco evoluiu depois da chegada de Fabio Grosso, cujo aproveitamento é de míseros 23,8%, em razão das 4 derrotas, 2 empates e uma vitória registradas até aqui.
Fabio Grosso igualou o recorde negativo de Raymond Domenech na temporada 1989-90 ao se tornar o treinador com mais derrotas sofridas nos sete primeiros jogos pelo Lyon na primeira divisão.
Por este motivo, a demissão de Fabio Grosso pode ser sacramentada antes mesmo da postagem deste artigo, já que o novo dono do Lyon, John Textor, desembarcou em solo francês na manhã de ontem (28) para definir a situação do sucessor de Laurent Blanc e se reunir com membros do DNCG (Direção Nacional do Controle de Gestão), a fim de resolver pendências financeiras que possibilitariam o investimento de 50 milhões de euros em contratações na janela de transferências de janeiro, no caso de um sinal verde.
A situação é muito difícil. Eu sabia disso antes de vir, mas não imaginava tanto. Continuo trabalhando para ganhar pontos. Não vamos ganhar muito, mas temos que vencer o suficiente para sair da zona do rebaixamento, por isso seguiremos trabalhando firme.
Fabio Grosso, treinador do Lyon
Como o Lyon descumpriu algumas regras do Fair Play Financeiro da Ligue 1, mesmo em meio as vendas de Castello Lukeba e Bradley Barcola – dois titulares indiscutíveis -, o clube teve a primeira janela sob a gestão de John Textor inteiramente comprometida. Não à toa, somente 20 milhões de euros foram gastos para reforçar o oitavo elenco mais valioso do futebol francês.
Contudo, a situação do Lyon não é tão complexa quanto possa parecer, afinal, somente cinco pontos o separam do Toulouse, o primeiro clube fora da zona da degola na Ligue 1, sendo que ainda temos mais da metade da temporada pela frente. Ao mesmo tempo, é difícil imaginar que a equipe que conquistou apenas 7 de 36 possíveis pontos, e obteve uma única vitória em 12 partidas disputadas, consiga evitar seu primeiro rebaixamento desde 1983, e o quarto de todos os tempos.
Seja como for, de acordo com a mídia francesa o Lyon já estuda a possibilidade de repatriar Bruno Génésio, o antecessor de Sylvinho que dirigiu os Gones entre 2015 e 2019. Além dele, o nome de Frédéric Antonetti, livre no mercado depois de uma curta passagem de quatro meses pelo Strasbourg, também é visto com bons olhos pela diretoria.
De qualquer maneira, independente de quem for o próximo treinador do Lyon, a realidade é que a manutenção de Fabio Grosso neste momento se mostra um enorme equívoco, afinal, ela apenas prolongará o sofrimento dos lioneses na temporada, a não ser que o único horizonte do clube seja a segunda divisão.