Será difícil parar a Inter de Milão em sua caminhada rumo ao 20º scudetto italiano

Nenhum, absolutamente nenhum jogador que integra o elenco interista havia nascido na última vez que a Inter de Milão venceu o Napoli por três gols de diferença na Campânia, afinal, este é um feito que não acontecia há 46 anos.

Pois é, o triunfo por 3 a 0 sobre o Napoli em pleno estádio Diego Armando Maradona reforça a tese de que esta Inter de Milão, de Simone Inzaghi, é a melhor equipe italiana dos últimos dez anos, se equiparando a Juventus duas vezes finalista da Champions League em 2015 e 2017, e não somente por conta da líderança da Serie A, mas principalmente em virtude da consistência do time que evoluiu após o vice-campeonato europeu na temporada passada.

Obviamente, o fato da Inter de Milão ter chegado na decisão da edição anterior da Champions League colocou o excelente trabalho de Simone Inzaghi em evidência no certame do futebol europeu, sobretudo depois que os nerazzurri superaram o Milan nas semifinais, quebrando a sequência de duas eliminações seguidas diante do maior rival em mata-matas do torneio continental.

Entretanto, com as saídas de André Onana, Milan Skriniar, Marcelo Brozovic e Romelu Lukaku, todos imaginavam uma queda de rendimento por parte da Inter de Milão, algo que, definitivamente, não aconteceu. Por sinal, as recentes viagens dos atuais líderes da Serie A à Turim e Nápoles, tendo uma escala em Lisboa, retratam que eles estão ainda mais fortes nesta temporada.

Desde o término da última da Data Fifa de 2023, a Inter de Milão encarou três grandes desafios contra Juventus, Benfica e Napoli, isto é, os atuais campeões portugueses e italianos, bem como a segunda colocada da Serie A. Ainda assim, os nerazzurri retornaram pra casa com dois empates e uma vitória na bagagem, lembrando que eles chegaram a estar perdendo dos portugueses por 3 a 0, e quase viraram o jogo para 4 a 3.

A propósito, o espírito combativo é a principal característica desta Inter de Milão que nunca desiste em campo, tanto é, que a derrota para o melhor time do mundo na duríssima batalha travada na decisão da Champions League deixou a nítida sensação que o resultado foi injusto, e que os italianos terminaram aquela fatídica noite de junho em Istambul mais fortalecidos como equipe.

E passados seis meses do vice-título da Champions League, a Inter de Milão viveu outra situação de enorme tensão, isso porque os nerazzurri desembarcaram na Campânia extremamente pressionados para enfrentar o Napoli devido a vitória da Juventus sobre o Monza por 2 a 1 na abertura da 14ª rodada da Serie A, o que significa que apenas uma vitória os sustentaria na liderança da classificação.

Vale ressaltar ainda, que a Inter de Milão havia conquistado somente uma única vitória frente o Napoli à beira do Vesúvio pela Serie A nos últimos 26 anos, registrando o total de 10 derrotas e seis empates nos demais compromissos. Logo, fica claro que os nerazzurri também teriam de lidar com a histórica dificuldade de enfrentar os napolitanos em seus domínios.

Em todo o caso, a situação da Inter de Milão se tornou ainda mais complexa depois que Stefan de Vrij se lesionou aos 6 minutos de partida, dando lugar ao brasileiro Carlos Augusto, cuja tarefa seria marcar o atacante Victor Osimhen, de volta aos gramados após quase dois meses, lembrando que o ex-jogador do Corinthians não atuava como zagueiro em um sistema de três defensores há um ano e meio, quer dizer, desde os tempos em que ele ainda defendia as cores do Monza.

Todavia, nada parece ser capaz de derrubar a Inter de Milão, vide a vitória por 3 a 0 sobre o Napoli, que culminou com o 11º jogo da equipe sem sofrer gols na temporada, dentre os 19 disputados no período, o que se deve muito por mérito de Yann Sommer, o goleiro menos vazado da Serie A com míseros 7 tentos sofridos. Por este motivo, a saída de André Onana, que gerou enorme preocupação nos torcedores interistas no meio do ano, hoje já nem é mais lembrada no clube.

No outro extremo de campo, o sucessor de Romelu Lukaku, Marcus Thuram, contratado sem custos junto ao Borussia Monchengladbach, também já fez o belga cair no esquecimento da torcida por intermédio de suas grandes atuações, compostas pelo montante de 14 participações em gols na temporada (8 gols + 6 assistências). Consequentemente, a nova dupla de ataque da Inter de Milão, chamada de ThuLa (Thuram e Lautaro), já balançou as redes 23 vezes.

Em contrapartida, é o meio-campo que faz toda a engrenagem da Inter de Milão funcionar, tendo o reinventado Hakan Çalhanoglu como a principal peça do setor, especialmente em virtude de sua qualidade na saída de bola. Posicionado à frente do trio de zagueiros, o meia turco dita o ritmo do time ao ajudar tanto na marcação quanto no apoio ao ataque. Não à toa, o camisa 20 é o jogador com mais passes dados até aqui na Serie A, e isso sem contar as cobranças de escanteios, faltas, bem como a precisão nos arremates de fora da área, haja vista o recente gol marcado contra o Napoli.

Portanto, embora incertezas rodeiem a Inter de Milão fora das quatro linhas em razão da crise que assola a Suning Holdings Group, companhia presidida pelo mandatário do clube, Steven Zhang, dentro de campo a conquista do 20º scudetto italiano parece cada vez mais irrefragável a uma das melhores equipes da Europa na atualidade.

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