O simbólico ‘Herbstmeister’ é um ótimo presságio ao Bayer Leverkusen

Catorze vitórias, 3 empates, 47 gols marcados e apenas 12 sofridos, eis a surpreendente campanha do Bayer Leverkusen após o desfecho do primeiro turno da Bundesliga, o que rendeu ao time que, permanece invicto na temporada 2023-24, a liderança do campeonato.

À vista disso, o Leverkusen sagrou-se campeão de outono do futebol alemão, rotulado no país como Herbstmeister, um título que embora não tenha nenhuma relevância, simbolicamente representa um ótimo presságio, a julgar que 41 das 60 equipes que encerraram o turno inicial da Bundesliga no topo da classificação venceram o campeonato desde a sua criação em 1963, o que representa um elevado índice de 68%.

Contudo, o clima de euforia que poderia existir em razão da excelente fase vivida pelo Bayer Leverkusen não contagia nem mesmo a torcida, afinal, o clube da Renânia do Norte-Vestfália não ganhou a Bundesliga nas duas ocasiões anteriores em que concluiu o primeiro turno como líder, sendo a primeira delas em 2002, ano dos famosos tri vice-campeonatos (Bundesliga, Copa da Alemanha e Champions League), enquanto a segunda deu-se na temporada 2009-10, quando o time na época comandado por Jupp Heynckes foi terceiro colocado mesmo depois de permanecer invicto até a 24ª rodada.

No entanto, o triunfo pelo placar mínimo sobre o Augsburg na rodada passada da Bundesliga foi um daqueles dignos de grandes campeões, uma vez que o tento que garantiu a vitória do Leverkusen na Baviera foi marcado aos 49 minutos da etapa final pelo argentino Exequiel Palacios, lembrando que os pupilos de Xabi Alonso não contaram com Amine Adli, Odilon Kossounou e Edmond Tapsoba, todos representando as suas respectivas seleções na Copa Africana de Nações, bem como o lesionado Victor Boniface. 

Seja como for, mais impressionante que a liderança do Bayer Leverkusen na virada de turno da Bundesliga é a elevada pontuação da equipe que assinala 45 de possíveis 51 pontos na competição, uma marca superada somente duas vezes ao longo dos tempos, ambas pelo Bayern de Munique, de Pep Guardiola, nas temporadas 2013-14 e 2015-16, tempos em que Xabi Alonso ainda atuava no meio-campo do conjunto bávaro.

Vale ressaltar ainda, que em 17 rodadas o Werkself já foi capaz de igualar as mesmas 14 vitórias obtidas no decorrer de toda a temporada passada da Bundesliga. Ademais, naquela oportunidade o clube terminou no sexta lugar da tabela com 50 pontos, isto é, somente cinco a mais em comparação aos atuais 45, porém com o dobro do número de jogos disputados.

Consequentemente, não apenas projeções em relação ao inédito título alemão por parte do Leverkusen surgiram nos últimos meses, como outras também foram lançadas em torno da possível conquista através de uma campanha invicta, algo que jamais aconteceu na história do futebol alemão.

Em todo o caso, a realidade é que a curtíssima diferença de quatro pontos que separa o Bayer Leverkusen do Bayern de Munique na Bundesliga, ou de apenas um se considerarmos que os bávaros vencerão a partida a menos que disputarão contra o Union Berlin, deixa claro que qualquer conclusão tirada neste momento se mostrará equivocada, sobretudo porque ainda temos a segunda parte inteira da temporada pela frente.

Ainda assim, se porventura os líderes da Bundesliga repetirem a campanha do turno no returno, eles encerrarão o campeonato contabilizando 90 pontos, quer dizer, apenas um abaixo do recordista histórico Bayern de Munique, que assinalou o montante de 91 pontos sob o comando de Pep Guardiola na temporada 2012-13, registrando uma mísera derrota no decurso das 34 rodadas.

Logo, para se manter à frente dos hendecacampeões alemães e, consequentemente, dar a volta olímpica no final da temporada, o Bayer Leverkusen precisará, no mínimo, repetir a incrível campanha que o levou ao Herbstmeister a partir de agora no segundo turno da Bundesliga, ou seja, uma tarefa que se tornará ainda mais complicada após a chegada de Eric Dier, além da muito provável de Nordi Mukiele, para reforçar o plantel de Thomas Tuchel.

Não obstante, em meio a dura batalha pelo título da Bundesliga, o Leverkusen terá os jogos decisivos dos mata-matas tanto da Europa League quanto da Copa da Alemanha para disputar neste segundo semestre da temporada, o que significa que os desgastes físico e mental dos jogadores serão maiores no período que ainda abrange os três meses de ausência do artilheiro da equipe, Victor Boniface, com 16 gols. 

Por este motivo, embora o Bayer Leverkusen não descarte a hipótese de trazer um novo atacante nesta janela de transferências para não depender de Patrik Schick, o técnico Xabi Alonso segue cumprindo a risca as metas internas de priorizar intervalos curtos, geralmente entre uma pausa e outra das Datas Fifa, a fim de alcançar pequenos objetivos que, no lá final da temporada, podem vir a se tornar grandes como o figurativo Herbstmeister.

Portanto, ainda com metade do caminho a ser percorrido, só resta saber se o fantástico desempenho do Leverkusen se sustentará a ponto de colocar um fim na hegemonia do Bayern de Munique no certame do futebol alemão.

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