Francesco Calzona, a cartada final do Napoli para salvar a temporada

Quem seria capaz de imaginar que nove meses depois da conquista do terceiro scudetto italiano, o Napoli ocuparia a nona colocação da Serie A, estando separado a longos nove pontos de distância do G-4? Talvez o técnico Luciano Spalletti, que deixou o clube após o término da temporada passada para tirar um ano sabático interrompido em virtude do antigo desejo de comandar a Itália.

Seja como for, a realidade é que todos os acertos do Napoli na temporada anterior se transformaram em erros na atual, e o resultado é esse que vemos: os Azurri registrando o montante de 29 pontos a menos em comparação a este mesmo estágio da última edição da Serie A, e indo para o TERCEIRO treinador desde a saída de Luciano Spalletti.

Vale ressaltar que o primeiro grande equívoco cometido pela diretoria do Napoli, liderada pelo presidente Aurelio De Laurentiis, foi escolher Rudi Garcia para suceder Luciano Spalletti à frente da equipe. Não à toa, a passagem do técnico francês pela Campânia durou míseros 16 jogos, compostos por 8 vitórias, 4 empates e quatro derrotas, o que corresponde a somente 58,3% de aproveitamento.

Pois é, e depois de tentativas frustradas para contratar Antonio Conte e Thiago Motta, o Napoli repatriou Walter Mazzarri em função do bom trabalho realizado pelo experiente treinador de 62 anos de idade há uma década no próprio clube, desconsiderando suas pífias trajetórias por Inter de Milão, Watford, Torino e Cagliari, respectivamente.

Com isso, ao contrário do que Aurelio De Laurentiis esperava, o Napoli acabou regredindo sob a batuta de Walter Mazzarri. Inicialmente, o mandatário napolitano credenciou a queda de rendimento do time a duríssima sequência de partidas enfrentada por Mazzarri no momento de sua chegada ao clube em novembro, quando ele teve de encarar fortes adversários como Atalanta, Real Madrid, Inter de Milão e Juventus nos quatro primeiros compromissos.

Todavia, no final das contas a tão aguardada evolução do Napoli jamais aconteceu, vide os 41,1% de aproveitamento de Walter Mazzarri no cargo, ou seja, uma performance ainda pior em relação a de Rudi Garcia. Foram 6 vitórias, 3 empates, 8 derrotas, 16 gols marcados e 24 sofridos, em 17 jogos disputados na curta segunda passagem de 97 dias de Mazzarri pelo clube.

Por sinal, o estopim para Aurelio De Laurentiis foi o empate em 1 a 1 diante do Genoa no último sábado (17), conquistado graças ao tento de Cyril Ngonge nos acréscimos da partida realizada no estádio Diego Armando Maradona, um resultado que teve sabor de derrota ao Napoli, sobretudo porque o oponente recém-promovido à Serie A está brigando no meio da tabela.

Deste modo, com a expectativa de causar um impacto positivo no elenco às vésperas do jogo de ida das oitavas-de-final da Champions League contra o Barcelona, Aurelio De Laurentiis optou pela segunda troca de treinadores na temporada ao demitir Walter Mazzarri para trazer Francesco Calzona, atualmente na Eslováquia, lembrando que Marco Giampaolo se apresentava como a segunda alternativa dos napolitanos.

A propósito, é importante destacar que Francesco Calzona tem uma forte ligação junto ao Napoli por ter sido auxiliar de Maurizio Sarri no clube entre os anos de 2015 a 2018 e, posteriormente, de Luciano Spalletti na temporada retrasada, antes de assumir a seleção eslovaca, classificada à Eurocopa devido a vice-colocação do grupo J das Eliminatórias.

Isto posto, a meta primordial da diretoria do Napoli ao contratar Francesco Calzona é aproveitar a reta final da Serie A para ao menos garantir uma vaga entre os quatro melhores colocados do campeonato e, assim, confirmar a qualificação à Champions League, além, é claro, de avançar às quartas-de-final do torneio continental, repetindo a campanha anterior.

Por este motivo, o clube italiano ofereceu ao treinador da Eslováquia um contrato até o término da temporada, o que significa que Francesco Calzona trabalhará tanto na seleção quanto no Napoli nos próximos três meses sob o consenso da Federação Eslovaca de Futebol (SFZ), ao passo que a sua continuidade dependerá única e exclusivamente do desempenho dos Azzurri neste período.

De qualquer maneira, por mais que os trabalhos de Rudi Garcia e Walter Mazzarri estivessem fadados ao fracasso antes mesmo de suas respectivas chegadas ao Napoli, e ambos não tenham convencido em nenhum instante, é difícil imaginar que a temporada dos napolitanos está salva com a vinda de Francesco Calzona, até porque os problemas que assolam o clube não se resumem apenas aos técnicos.

Portanto, apesar da tentativa, a tendência é que o Napoli realmente finalize a primeira temporada pós-scudetto ostentando o rótulo de: “o pior campeão italiano de todos os tempos”.

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