Internazionale, campeã italiana 2023-24

Foram necessárias 33 rodadas para a Inter de Milão conquistar o seu 20º scudetto da Serie A e, consequentemente, se isolar como o segundo clube mais vezes campeão italiano, ultrapassando o Milan e ficando apenas atrás da Juventus nesta seleta lista do Calcio.

A propósito, um título mais do que justo que coroa a melhor equipe italiana da atualidade. Líder isolada da Serie A com 17 pontos de vantagem em relação ao vice-colocado Milan, a Internazionale é dona tanto do melhor ataque quanto da melhor defesa dentre as cinco principais ligas do futebol europeu somando 79 tentos marcados e apenas 18 sofridos em 33 jogos disputados, registrando um incrível saldo de 61 gols, também o mais positivo do continente.

Não obstante, a Inter de Milão é a equipe que mais venceu e menos perdeu na atual temporada da Serie A, assinalando 27 vitórias, 5 empates, e uma mísera derrota sofrida ante o Sassuolo, por 2 a 1, de virada, ainda na 6ª rodada da competição em pleno Giuseppe Meazza. Além disso, os nerazzurri ostentam as melhores campanhas como mandante e visitante na competição, colecionando 42 pontos atuando em seus domínios, e outros 44 jogando fora de casa.

Mas além da fantástica campanha rumo ao título com cinco rodadas de antecedência, o fato mais marcante do 20º scudetto da Internazionale é que ele foi conquistado justamente através de uma vitória no Derby della Madonnina e, detalhe, com o Milan jogando como mandante no San Siro, o que significa que os campeões italianos deram a volta olímpica sob os olhares dos torcedores rivais.

Pois é, e com o triunfo por 2 a 1 os pupilos de Simone Inzaghi emplacaram a SEXTA vitória consecutiva no Derby della Madonnina, igualando assim, a maior sequência já estabelecida no clássico, porém pelo Milan entre 1946 e 1948, lembrando que além do scudetto da Serie A, esta atual série de resultados positivos da Inter de Milão ainda inclui a conquista da Supercopa da Itália, em janeiro do ano passado.

Ademais, é importante destacar que este acabou sendo o primeiro scudetto da carreira de Simone Inzaghi. Desde que o treinador de 48 anos de idade deixou a Lazio para comandar a Inter de Milão em 2021, ele tinha como principais conquistas o tricampeonato da Supercopa da Itália (2021,2022 e 2023), além do bi da Copa da Itália (2021-22 e 2022-23). Pela Serie A, foram um segundo e um terceiro lugares nas últimas duas temporadas, e isso sem contar o vice-título da edição anterior da Champions League.

Aliás, embora dolorosa, é inegável que a queda pelo placar mínimo frente o Manchester City na decisão da Champions League, em Istambul, fortaleceu a equipe da Inter de Milão e o trabalho de Simone Inzaghi, que voltaram mais preparados nesta temporada, apesar das significativas saídas de Andre Onana, Milan Skriniar, Marcelo Brozovic, Romelu Lukaku e Edin Dzeko.

Entretanto, a ótima movimentação no mercado de transferências fez o elenco interista ganhar ainda mais força e profundidade com as chegadas de Yann Sommer, Benjamin Pavard, Yann Bisseck, Juan Cuadrado, Carlos Augusto, Davide Frattesi, Davy Klaassen, Marcus Thuram, Alexis Sánchez, Marko Arnautovic e, posteriormente, Tajon Buchanan.

Inclusive, a estratégia de trazer jogadores em fim de contrato, adotada meio que obrigatoriamente pela Internazionale devido a comprometida saúde financeira do clube, renderá as vindas de Piotr Zielinski e Mehdi Taremi à custo zero na próxima temporada. Ainda assim, uma realidade que Simone Inzaghi encontrou e se adaptou desde o momento em que desembarcou na capital da Lombardia para suceder Antonio Conte.

Por sinal, como Antonio Conte havia conduzido os nerazzurri ao primeiro título italiano desde a conquista da tríplice coroa sob o comando de José Mourinho na temporada 2009-10, quebrando a longa série de nove campeonatos seguidos da Juventus, fica claro que a missão de sucedê-lo no cargo não seria nada fácil para Simone Inzaghi, sobretudo considerando que a crise gerada pela pandemia obrigou a Inter a adquirir um empréstimo de 275 milhões de euros junto a Oaktree Capital Management, cujo juros era de 12% naquela oportunidade.

Portanto, sem poderio de investimento, Antonio Conte literalmente “pulou do cavalo”, e Simone Inzaghi assumiu as rédeas da Inter de Milão sempre convivendo com a perda de atletas, vide as saídas de Achraf Hakimi, Christian Erikssen, e a do melhor jogador da equipe campeã italiana na temporada 2020-21, Romelu Lukaku, logo em sua primeira janela de transferências.

Em todo o caso, foi na última temporada, entre os meses de março e abril, que Simone Inzaghi realmente esteve a um passo de perder o emprego. O ciclo de somente uma vitória em nove compromissos, composto por seis sucessivas derrotas, foi suficiente para que diversos questionamentos surgissem em relação ao trabalho do ex-treinador da Lazio, em especial no que diz respeito ao sistema de jogo e as substituições realizadas por ele durante as partidas.

Contudo, a Inter de Milão se recuperou após o regresso de alguns jogadores lesionados, e do deslocamento de Hakan Çalhanoglu para jogar como volante na função de Marcelo Brozovic. Por esta razão, nem os 12 revezes na Serie A, que correspondem ao maior número de derrotas desde as 14 sofridas na edição 2011-12 do campeonato, foram capazes de derrubar o treinador que um ano depois, de forma extremamente regular, presenteou os torcedores interistas com a conquista do 20º scudetto.

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