A Ligue 1 já tem um novo velho campeão, tendo em vista que o PSG sagrou-se campeão francês pela 12ª vez na história, sendo a terceira seguida, ao abrir 12 pontos de vantagem em comparação ao vice-colocado, Monaco, a três rodadas do término do campeonato (70 – 58).
A propósito, uma conquista realmente indiscutível por parte da equipe da Ligue 1 que mais venceu, registrando o montante de 20 vitórias, e menos perdeu, assinalando uma única derrota frente o Nice – por 3 a 2, ainda pela 5ª rodada em setembro do ano passado. Além disso, é importante destacar que os parisienses são donos do melhor ataque da competição com 76 tentos marcados, obtendo assim, uma altíssima média de 2,45 gols por partida.
Apesar desta incrível campanha, vale ressaltar que o momento mais complicado dos tricampeões franceses no decorrer da longa maratona rumo ao título da Ligue 1, deu-se no começo da temporada quando eles conquistaram somente duas vitórias nas cinco primeiras rodadas, colecionando dois empates e a derrota diante do então líder, Nice, nos demais compromissos, o que aumentou a pressão sobre o técnico recém-contratado Luis Enrique.
Contudo, a goleada por 4 a 0 sobre o rival Olympique de Marselha na partida seguinte, provou que o início irregular por parte do Paris Saint-Germain na Ligue 1 era apenas fruto da adaptação dos atletas ao novo sistema de jogo de Luis Enrique, afinal, de lá pra cá os parisienses não perderam mais e, além disso, não saíram do topo da tabela desde que a assumiram na 12ª rodada.
Consequentemente, o PSG iniciou a 31ª rodada da Ligue 1 necessitando de uma simples vitória sobre o Le Havre no Parque dos Príncipes para confirmar o título francês. Todavia, o empate em 3 a 3, que veio nos acréscimos da partida graças ao gol de Gonçalo Ramos, adiou a festa dos parisienses por mais 24 horas, após o revés do Monaco ante o Lyon por 3 a 2.
Seja como for, o tricampeonato da Ligue 1 acaba deixando a sensação de uma conquista protocolar do time que ergueu a Hexagonal (nome da taça) pela décima vez nos últimos doze anos, ou seja, desde que o clube da capital francesa passou a ser gerido pelo Qatar Sports Investments (QSI), lembrando que somente o Monaco, em 2017, e o Lille, em 2021, foram capazes de superá-los neste período pra lá de hegemônico.
🏆 1986, 1994, 2013, 2014, 2015, 2016, 2018, 2019, 2020, 2022, 2023 et 𝟐𝟎𝟐𝟒
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🔥 Le plus GRAND club français de l’histoire.
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De qualquer maneira, o 12º título do Paris Saint-Germain tem uma enorme relevância não somente por ser o primeiro sob o comando do treinador Luis Enrique, mas em especial por marcar a mudança do projeto esportivo parisiense, apoiado na construção de uma identidade junto ao país através de uma base promissora e jovem para o futuro, ao contrário do que ocorria nos últimos anos em que o planejamento girava em torno de contratações de grandes estrelas.
Assim, onze novas caras desembarcaram no Parque dos Príncipes – em meio as saídas de Sergio Ramos, Marco Verratti, Lionel Messi e Neymar -, juntamente com o treinador Luis Enrique, por sinal, o nome mais do que certo pra liderar este novo projeto em conjunto com o diretor de futebol Luis Campos, considerando tanto a sua personalidade quanto a sua qualidade técnica.
À vista disso, a união entre Luis Enrique e PSG acabou sendo uma espécie de casamento perfeito, pois ainda que os franceses tenham novamente investido pesado no mercado de transferências, desta vez as peças contratadas tinham perfis ideais para atuar no esquema do treinador de 53 anos de idade, cujo grande problema é gerir um elenco composto por ao menos 20 titulares, no qual ainda se inclui o polêmico Kylian Mbappé.
Kylian Mbappé lidera isoladamente a artilharia da Ligue 1 com 26 gols marcados. No geral, o craque francês registra um gol a cada 79 minutos em campo.
Deste modo, o Paris Saint-Germain tornou-se uma equipe mais coletiva em relação aquela que dependia do talento individual dos seus craques em campo, passando a jogar de acordo com a filosofia de Luis Enrique no 4-3-3, que por vezes se alterna ao 3-4-3 nos momentos em que o lateral-direito Achraf Hakimi se desloca ao meio, e o lateral-esquerdo Lucas Hernández compõe a zaga.
Ademais, outro mérito de Luis Enrique foi o de revitalizar Ousmane Dembélé depois de uma passagem abaixo da crítica pelo Barcelona, ora o escalando aberto pela ponta, ora o utilizando como meia-atacante, além de potencializar o futebol de jovens como Warren Zaire-Emery, Bradley Barcola e Lucas Beraldo.
Logo, a evolução do PSG é notória, a ponto dessa equipe ser considerada a maior dentre as onze campeãs francesas anteriormente. Não à toa, ela é a que registra o menor número de derrotas na Ligue 1, superando o time de Laurent Blanc, na temporada 2015-16, que perdeu apenas duas vezes em toda a competição. Ao mesmo tempo, é necessário recordar que ainda restam três rodadas para o desfecho da atual edição do torneio.
Maiores campeões da Ligue 1:
— Goleada Euro (@goleada_euro) April 29, 2024
12 🏆 – PSG
10 🏆 – Saint-Étienne
09 🏆 – Olympique
08 🏆 – Monaco e Nantes
07 🏆 – Lyon
📸 Benoit Tessier/Reuters pic.twitter.com/SwOILGjwoP
Por fim, provavelmente este foi o último título francês ganho por Kylian Mbappé defendendo as cores do Paris Saint-Germain, pois ao que tudo indica o camisa 7 jogará no Real Madrid na próxima temporada. Aliás, uma despedida que não poderia ser melhor ao atacante que está prestes a se tornar artilheiro do campeonato pela sexta vez nos últimos sete anos.
Diante deste cenário, a partir de agora o PSG concentrará todas as suas forças na disputa da Champions League e da da Copa da França. E para tornar real o sonho de faturar a inédita quádrupla coroa, primeiramente os parisienses precisarão superar o Borussia Dortmund nas semifinais do torneio continental, e em seguida superar o Lyon na decisão da copa nacional.
Em todo o caso, o progresso do PSG, oriundo da chegada de Luis Enrique e da execução do novo projeto esportivo do clube, não deixará uma mancha na temporada por mais que o título da Champions League não seja conquistado. Quer dizer, algo até outrora impensável no Parque dos Príncipes.