Sporting, campeão português 2023-24

Portugal se vestiu de verde e branco nesta temporada, a julgar que o Sporting CP sagrou-se campeão português pela 20ª vez ao longo da história, sendo a segunda nos últimos quatro anos, ambas sob o comando de Rúben Amorim.

Aliás, uma conquista mais do que justa ao time que precisou de 32 das 34 rodadas da Liga Portugal para confirmar o título que, por sua vez, começou a ser construído em março de 2020, quando o Sporting desembolsou o montante de 10 milhões de euros para contratar Rúben Amorim junto ao Braga, após uma curta passagem de 13 míseros jogos – e duas derrotas – do novato treinador pelo clube do Minho.

Desde então, o Sporting só progrediu, primeiramente, ao sair da longa fila de 19 anos sem vencer a Liga Portugal na temporada seguinte – a primeira completa sob a batuta de Rúben Amorim -, que três anos depois se converteu no quinto título dos Leões neste glorioso período que transformou o treinador de 39 anos de idade no mais jovem a erguer dois canecos portugueses.

No entanto, tão relevante quanto o arsenal de troféus empilhados pelos campeões portugueses, foi a identidade de jogo instituída por Rubén Amorim no decorrer destes quatro anos à frente do Sporting, capaz até de resistir as saídas de peças fundamentais nas últimas temporadas, como foram os casos de Nuno Mendes, Matheus Nunes, Pedro Porro, João Palhinha e Manuel Ugarte.

Logo, é inegável que o Sporting, da atual temporada, é o melhor da era Rúben Amorim, sobretudo considerando a evolução do time no que diz respeito a parte tática, ou seja, um dado que apenas comprova que o ex-treinador do Braga não ficou estagnado, muito pelo contrário, ele continua crescendo sob as gestões do diretor de futebol Hugo Viana, e do presidente Frederico Varandas, duas importantes figuras deste sólido projeto.

Embora armado estruturalmente no 3-4-2-1, com a finalidade de atacar no 3-5-2 e se defender no 5-2-3, o Sporting costuma alternar a formação tática dentro das próprias partidas nos momentos em que passa a atuar com uma linha de quatro homens na zaga, seja no 4-2-4, seja no 4-4-2, em blocos baixo, alto ou intermediário, dependendo das circunstâncias.

Inclusive, do ponto de vista ofensivo o Sporting prosperou bastante em comparação ao time campeão português na temporada 2020-21, já que além dos Leões praticarem um futebol mais elaborado na construção, eles também passaram a jogar melhor de forma mais direta, através de passes longos, nos instantes em que estão sendo pressionados pelos adversários. Ademais, o número de gols marcados por intermédio de lances de bola parada também aumentaram em relação aos anos anteriores.

Campanhas campeãs2020-21 (34 jogos)2023-24 (32 jogos)
Pontos8584
V-E-D26-7-127-3-2
Gols Marcados6592
Gols Sofridos2029
Aproveitamento83,3%87,5%

Além disso, 16 jogadores do elenco sportinguista estiveram em campo mais de 2.000 minutos na atual edição da Liga Portugal, ao passo que outros 18 jogaram ao menos 1.500 minutos, o que demonstra a profundidade do plantel de Rúben Amorim nesta temporada, diferentemente da época do seu primeiro título português em que o Sporting jogou todo o campeonato com onze titulares e, no máximo, mais dois reservas.

Como resultado, os comandados de Rúben Amorim garantiram a conquista da Liga Portugal com duas rodadas de antecedência, e agora lutarão para superar a sua maior pontuação na história do torneio que até hoje pertence ao time de Jorge Jesus, vice-campeão na temporada 2015-16, registrando 86 pontos, lembrando que no momento o Sporting assinala o total de 84 pontos, necessitando de uma vitória nos últimos dois compromissos para bater este novo recorde.

Por fim, os torcedores sportinguistas tiveram outro grande motivo pra comemorar além da conquista do 20º título português, isso porque na festa de celebração realizada até altas horas da madrugada na Praça Marquês de Pombal, o treinador Rúben Amorim deu a entender que permanecerá em Alvalade na próxima temporada para buscar o primeiro bicampeonato desde 1954, colocando um gelo na série de rumores que envolvem a sua possível saída do clube.

Como não poderia deixar de ser, o sucesso do Sporting deixou Rúben Amorim nos holofotes do futebol europeu nos últimos meses, a ponto do seu nome ser fortemente especulado junto a alguns clubes da Premier League, tais como West Ham e Liverpool. Por sinal, o treinador português, que até chegou a viajar à Inglaterra, só não foi o escolhido para suceder Jurgen Klopp devido ao estilo de jogo diferente por parte do Sporting.

Seja como for, a continuidade de Rúben Amorim é essencial para que o Sporting continue crescendo, afinal, trata-se do principal responsável pela magistral fase vivida pelo clube que deixou de ser considerado a terceira força do futebol português desde a sua chegada, principalmente, por ele ter implementado uma mentalidade vencedora ao time que registra a incrível marca de cem por cento de aproveitamento atuando como mandante pela Liga Portugal, e ainda pode fazer a dobradinha na temporada se vencer o Porto na final da Taça de Portugal.

Deste modo, certamente o maior desafio de Rúben Amorim – se ele continuar, é claro – será manter o Sporting em condições de vencer títulos de forma permanente, algo que o clube jamais alcançou no passado recente, porém pode projetar no futuro por estar muito à frente dos rivais Benfica e Porto, tanto dentro quanto fora das quatro linhas, vide a parte esportiva em que os Leões têm uma sintonia perfeita entre o trabalho de mercado e a ideia de jogo, pois cada atleta contratado tem um propósito.

Portanto, por ser um clube estável, já construído com muito rigor e muito método, neste momento o Sporting tem mais chances de seguir no sucesso do que conviver com o insucesso no futuro próximo, o que significa que a tendência é que Rúben Amorim esteja ainda maior após mais uma temporada em Alvalade.

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