Pochettino se despede do Chelsea após uma temporada no clube

Thomas Tuchel, Graham Potter, Bruno Saltor, Frank Lampard e Mauricio Pochettino, o que todos estes treinadores têm em comum? Simples, os cinco passaram pelo Chelsea desde que Todd Boehly adquiriu o clube há 23 meses.

Pois é, e a última vítima desta verdadeira máquina de moer treinadores chamado Chelsea foi Mauricio Pochettino, cuja saída foi acordada menos de 48 horas após o encerramento da Premier League, o que significa que a vitória por 2 a 1 sobre o Bournemouth marcou não apenas a despedida dos Blues da temporada 2023-24, como também o adeus do técnico argentino depois de 11 meses no cargo.

De acordo com o Chelsea, a demissão de Mauricio Pochettino ocorreu de forma consensual, embora o treinador de 52 anos de idade tenha manifestado a intenção de seguir liderando o novo projeto esportivo do clube da capital inglesa em diversas oportunidades, à medida que internamente os diretores Paul Winstanley e Laurence Stewart afirmavam que não trocariam de técnico até o término da temporada, quando uma análise mais ampla seria feita.

Portanto, a realidade é que a cúpula diretiva do Chelsea – com exceção ao mandatário do clube, Todd Boehly, que era a favor da continuidade de Mauricio Pochettino – não ficou satisfeita com o desempenho da equipe que finalizou a temporada na sexta colocação da Premier League, o que ao menos lhe rendeu uma vaga na próxima edição da Conference League, além de ter sido vice-campeã da Copa da Liga e semifinalista da FA Cup.

Seja como for, a demissão de Mauricio Pochettino chama a atenção pelo fato do Chelsea ter evoluído bastante na segunda metade da temporada, registrando somente uma derrota nas últimas 15 rodadas da Premier League (9V-5E), lembrando que os Blues venceram cada um dos cinco jogos finais da competição. O problema é que o único revés sofrido por eles neste período deu-se através de uma sonora goleada frente o Arsenal por 5 a 0.

Não obstante, o Chelsea sustenta a quarta melhor campanha da Premier League em 2024, contabilizando 10 vitórias 5 empates e três derrotas em 18 jogos, o que corresponde a 35 pontos e 64,8% de aproveitamento. Inclusive, em termos de comparação somente Arsenal (49), Manchester City (48) e Liverpool (38) possuem performances superiores no ano.

Vale ressaltar ainda, que o progresso recente do Chelsea não se resume apenas aos resultados, uma vez que o futebol praticado pelo time também melhorou, em especial na parte defensiva, até porque ofensivamente os londrinos sempre produziram, tanto é, que eles foram o segundo participante da Premier League que mais desperdiçaram grandes chances de gol na temporada ao lado do Manchester City, ambos com 73 registros, ficando apenas atrás do Liverpool (79).

Por outro lado, é importante destacar que os comandados de Mauricio Pochettino foram donos da 9ª pior defesa da Premier League com 63 tentos sofridos. Para se ter uma ideia, o Chelsea, que não foi vazado em apenas 8 das 38 rodadas disputadas, foi o segundo clube que mais concedeu finalizações aos adversários em razão de erros defensivos com 17 arremates em toda a temporada, sendo que cinco deles resultaram em gols.

De qualquer maneira, todo este cenário já era traçado em meio ao processo de reformulação vivido pelo Chelsea desde a chegada de Todd Boehly, onde mais de 1,08 bilhão de euros foram despejados para a contratação de dezenas de jovens promissores, que sinalizava que o projeto dos Blues visava o médio e longo prazo.

Deste modo, o crescimento da equipe que iniciou a Premier League conquistando um único triunfo nas seis primeiras rodadas e terminou com cinco vitórias consecutivas, era previsto na temporada 2024-25, sobretudo porque novatos como Enzo Fernández e Moisés Caicedo, que ainda não atingiram o nível máximo com a camisa do Chelsea, já estarão mais adaptatos ao sistema de jogo, de Mauricio Pochettino, baseado na pressão e na intensidade, que potencializa o futebol de jovens atletas, vide o exemplo de Cole Palmer.

No entanto, como paciência é algo que inexiste pelos lados do Stamford Bridge, o Chelsea preferiu demitir Mauricio Pochettino no momento em que menos se imaginava, ou seja, quando o ex-treinador do PSG encontrou uma formação capaz de fazer o coletivo se sobressair em relação ao individual, optando assim, por voltar à estaca zero mais uma vez.

Por este motivo, ao mesmo tempo que o sucessor de Mauricio Pochettino assumirá um trabalho em curva ascendente, será difícil o Chelsea achar um substituto melhor neste instante, a julgar pelas recentes ações de Barcelona e Bayern de Munique ao desistirem das demissões de Xavi Hernández e Thomas Tuchel, dada a escassez de nomes no mercado. Pior para os alemães que fracassaram nessa frustrante tentativa.

Em todo caso, Kieran McKenna, uma das grandes sensações da temporada por conta do inesperado acesso do Ipswich Town, aparece como principal candidato para ocupar o antigo cargo de Mauricio Pochettino, ao passo que Roberto De Zerbi também interessa aos Blues, o que significa que além do plantel, o futuro técnico do Chelsea também será jovem, afinal, tudo está sempre se renovando no clube do oeste de Londres!

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