Do rebaixado Burnley rumo à Baviera. Vincent Kompany é o novo técnico do Bayern

Não apenas sem títulos, mas na terceira colocação da Bundesliga. Assim a temporada 2023-24 terminou para o Bayern de Munique, que segue colhendo os frutos das equivocadas decisões tomadas pela diretoria nos últimos anos.

A propósito, a última temporada que o Bayern encerrou a Bundesliga não assegurando nem ao menos o vice-título ocorreu na edição 2010-11 do campeonato, época em que o time foi comandado por Louis van Gaal até a 29ª rodada e terminou a campanha com interino Andries Jonker no cargo, ficando atrás de Borussia Dortmund e Bayer Leverkusen, respectivamente.

Pois é, e a péssima temporada realizada pelo Bayern resultou na saída de Thomas Tuchel. Por sinal, uma demissão anunciada de forma precipitada no começo do ano, já que o Gigante da Baviera tentou convencê-lo a ficar depois que a equipe superou o Arsenal nas quartas-de-final da Champions League. Todavia, a diretoria acabou ouvindo um sonoro não do ex-treinador do Chelsea.

No entanto, recusar uma proposta do Bayern de Munique não é algo exclusivo a Thomas Tuchel, a julgar que Xabi Alonso, Roberto De Zerbi, Oliver Glasner e até Julian Nagelsmann, convidado a reassumir a antiga função após a disputa da Eurocopa, desconsideraram a hipótese de suceder Tuchel no clube alemão.

Em contrapartida, figuras como Ralf Rangnick, atualmente à frente da seleção austríaca, e José Mourinho, que acertou a sua ida ao Fenerbahce em meio a escassez de propostas, foram um dos treinadores que se mostraram motivados com a possível possibilidade de trabalhar no Bayern, o que no final de contas não se concretizou muito em virtude da rejeição por parte da torcida através das redes sociais.

Logo, fica claro e evidente que Vincent Kompany era a última das opções dos bávaros. Aliás, uma escolha que chama a atenção por uma série de aspectos. A começar pela falta de experiência do jovem treinador de 38 anos de idade, que desenvolverá apenas o terceiro trabalho na carreira após passagens por Anderlecht e Burnley.

Vale ressaltar que a experiência recente do Bayern de Munique com técnicos da nova geração não agradou, vide o recente exemplo de Julian Nagelsmann, que não foi nem ao menos capaz de completar sua segunda temporada no clube ao cair depois de perder a liderança da Bundesliga devido a uma derrota para o Bayer Leverkusen, ainda que com 100% de aproveitamento na Champions League.

Além disso, é relevante o fato de que Vincent Kompany não convenceu à frente de Burnley, tampouco do Anderlecht. Pelo clube belga, foram duas temporadas na terceira colocação da Jupiler Pro League, sendo a primeira delas, a 18 pontos do campeão Club Brugge, e a segunda, separado a 13 pontos do Union Saint-Gilloise, embora o antecessor Frank Vercauteren tenha conquistado um pífio oitavo lugar na temporada anterior a chegada de Kompany.

Já no Burnley, o novo treinador do Bayern de Munique teve um bom início ao erguer o caneco da Championship League, o que também já era esperado ao clube recém-rebaixado à segunda divisão inglesa. De qualquer maneira, a performance dos Clarets rumo ao título realmente surpreendeu ao alcançar a marca dos 101 pontos, oriundos de 29 vitórias, 14 empates, 3 derrotas, 87 gols marcados e somente 35 sofridos, em 46 jogos disputados.

Por outro lado, Vincent Kompany não conseguiu evitar um novo descenso em seu segundo ano no Turf Moore. Apesar das dificuldades de competir com adversários superiores, é inegável que a penúltima posição na tabela da Premier League foi pra lá decepcionante, sobretudo considerando que os 24 pontos assinalados pelo Burnley culminaram com a pontuação mais baixo do clube de Lancashire na história do torneio.

No entanto, a complexidade de encontrar um novo comandante no mercado, aliada as boas referências de Pep Guardiola, o verdadeiro mentor do ex-capitão do Manchester City, foram preponderantes para o Bayern de Munique desembolsar o montante de 11 milhões de euros para bancar a vinda de Vincent Kompany, cujo contrato junto ao Gigante da Baviera é válido até junho de 2027, isto é, por três temporadas.

Em todo caso, por mais que a contratação de Vincent Kompany seja repleta de incertezas, a realidade é que o cenário da sua chegada ao Bayern se mostra semelhante ao do momento em que ele assumiu o Burnley há dois anos, afinal, o treinador belga dirigirá uma equipe com totais condições de encarar seus oponentes, algo que mudou a partir do instante em que os Clarets subiram à Premier League.

Portanto, apesar da fortíssima concorrência do Bayer Leverkusen, Vincent Kompany terá maiores condições de organizar um time capaz de competir de acordo com as suas características. Em outras palavras, por intermédio de um futebol ofensivo, intenso e impositivo.

Seja como for, antes de convencer o ideal é que o Bayern comece a temporada vencendo seus jogos a fim de evitar que a pressão sobre Vincent Kompany ganhe força e, consequentemente, o seu ciclo seja interrompido de forma ainda mais precoce que os de Julian Nagelsmann e Thomas Tuchel. A ver!

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