Luz de alerta ligada

Quando ouvimos falar em Estados Unidos da América, logo nos vem a mente adjetivos como poder, supremacia e soberania, rótulos que os norte-americanos não conquistaram à toa, afinal, é a maior potência do mundo. Mas no mundo do futebol, todas essas denominações não estão atribuídas aos comandados de Jurgen Klinsmann, que após a vexatória derrota por 4 a 0, na madrugada dessa quarta-feira, para a Costa Rica, está na corda bamba, e corre sérios riscos de ficar fora da Copa do Mundo de 2018.
Na sexta-feira passada, o selecionado norte-americano estreou nos playoffs da Concacaf, um hexagonal aonde seis seleções (México, Costa Rica, Honduras, EUA, Trinidad & Tobago e Panamá) lutam por quatro vagas para a próxima Copa do Mundo, na Rússia em 2018, lembrando que os três melhores classificados, ganham vagas direta ao Mundial, enquanto o quarto colocado, disputa a repescagem contra um representante do continente asiático. Estreando diante do México, em casa, no estádio Mapfre, localizado na cidade de Columbus, os EUA já tinham a vitória como certa, e esse otimismo começava pela escolha do estádio, pois foi lá que a seleção norte-americana venceu seus últimos quatro duelos pelo hexagonal final da Concacaf. As características do estádio são completamente diferente dos padrões americanos, que tem por natureza. construir verdadeiros complexos esportivos. O estádio de Columbus nos lembra muito os estádios sul-americanos, é acanhado, o menor da MLS (Liga de futebol Norte-americana), com as arquibancadas bem próximas ao campo de jogo.

Estádio Mapfre, localizado na cidade Columbus, e no estado de Ohio, tem capacidade para pouco mais de 25000 pessoas, e a pressão que os adversários encontram quando enfrentam os EUA lá, é enorme.
Estádio Mapfre, localizado na cidade Columbus, e no estado de Ohio, tem capacidade para pouco mais de 25.000 pessoas, e a pressão que os adversários encontram quando enfrentam os EUA lá, é enorme.

Sabemos que após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, a rivalidade contra os mexicanos aumentou ainda mais, pois diferentemente de Barack Obama, o futuro presidente norte-americano é extremamente contra a entrada de imigrantes no país, e cogitou até construir um muro na fronteira do EUA com o México.
Mesmo todo esse clima criado para a primeira partida do hexagonal final da Concacaf, não foi suficiente para evitar a derrota dos EUA para o México, por 2 a 1, e além da derrota, o selecionado de Jurgen Klinsmann viu os mexicanos quebrarem um tabu de 44 anos sem vencer os EUA em território americano pelas Eliminatórias da Copa. Vale lembrar que a maior parte do elenco norte-americano foi contra a vitória de Donald Trump, já que a maioria é composta de estrangeiros naturalizados, e eles não deixaram de expor isso em suas redes sociais.

O atacante colombiano Juan Agudelo (23 anos) é mais um dos estrangeiros que atuam pela seleção dos EUA.
O atacante colombiano Juan Agudelo (23 anos) é mais um dos estrangeiros que atuam pela seleção dos EUA.

Depois de tropeçar na primeira rodada dos playoffs da Concacaf, os EUA viajaram até a Costa Rica, para enfrentar Los Ticos (apelido da Costa Rica), que haviam vencido a seleção de Trinidad & Tobago em sua estreia, por 2 a 0. Buscando recuperar os três pontos perdidos em casa para os mexicanos, os EUA não esperavam encontrar uma seleção tão entrosada, e levaram uma sonora goleada dos costa-riquenhos (4 a 0), a derrota mais dolorida sofrida pelo treinador Jurgen Klinsmann, segundo ele, em seus cinco anos à frente da seleção norte-americana. Os gols que decretaram o segundo revés consecutivo dos americanos nas Eliminatórias, foram marcados por Joel Campbell (2 gols), Johan Venegas e Cristian Bolaños.

Pela primeira vez, desde 2011, quando assumiu a seleção dos EUA, o treinador alemão Jurgen Klinsmann começa a ter seu nome contestado por boa parte da mídia norte-americana.
Pela primeira vez, desde 2011, quando assumiu a seleção dos EUA, o treinador alemão Jurgen Klinsmann começa a ter seu nome contestado por boa parte da mídia norte-americana.

Com dois resultados negativos na conta, os EUA agora ocupam a lanterna da tabela de classificação dos playoffs da Concacaf (0 pontos), que tem a Costa Rica na liderança isolada (6 pontos), o México e o Panamá dividindo o vice-lugar (4 pontos cada um) e em seguida a seleção de Honduras (3 pontos). Para se ter ideia do péssimo desempenho dos EUA, caso a competição terminasse hoje, os norte-americanos estariam de fora da Copa da Rússia em 2018, algo que não acontece desde o Mundial de 1986, realizado no México, de lá para cá, os Estados Unidos participaram de todas as edições da Copa do Mundo.
Sabemos que ainda restam muitas partidas até o final das Eliminatórias (oito no total), mas a luz de alerta acendeu nesta madrugada ao selecionado norte-americano, que nas últimas eliminatórias, tem obtido tranquilamente suas classificações aos Mundiais. As Eliminatórias da Concacaf agora darão uma longa pausa, e retornarão apenas em 2017, no final do mês de março para ser mais específico, quando os EUA terão pela frente a seleção de Honduras, e diante de sua torcida, terá uma ótima oportunidade para retomar o caminho das vitórias e dar ao treinador Jurgen Klinsmann a tranquilidade necessária para continuar seu trabalho no comando da seleção.

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