Com péssimos resultados dentro e fora das quatro linhas, a Juventus vai deixando cada vez mais para trás a hegemonia conquistada na década passada.
O sonho da Juventus em colocar um fim no longo jejum de mais de vinte anos sem erguer a orelhuda foi novamente adiado, e pelo TERCEIRO ano seguido nas oitavas-de-final da Champions League. Aliás, o favoritismo da Juve, que já era grande diante do Villarreal, aumentou ainda mais após o empate em 1 a 1 no jogo de ida, no estádio El Madrigal. Entretanto, o surpreendente triunfo por 3 a 0 dos espanhóis em Turim, culminou com a precoce eliminação dos bianconeros.
Por esta razão, os italianos foram alvos de diversas críticas nas redes sociais, em especial o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, e o treinador Massimiliano Allegri. Não à toa, a hashtag “#AllegriOUT” (Fora Allegri), liderou os trending topics do Twitter na Itália durante quase todo o dia de ontem (17). Contudo, como a multa rescisória prevista no contrato de Allegri beira a casa dos 70 milhões de euros, é pra lá de inviável a sua saída do clube neste momento.
Pela segunda temporada consecutiva, nenhum time italiano disputará as quartas-de-final da Champions League, algo que não acontecia há exatos vinte anos.
A propósito, é importante destacar que a saúde econômica da Juventus foi drasticamente afetada nos últimos anos. Sim, a pandemia foi uma das principais causas para o abalo nas finanças do conjunto de Turim, porém os péssimos investimentos realizados pela diretoria também contribuíram para o agravamento da crise.
Para se ter uma ideia, a Juve despejou o montante de 435 milhões de euros em contratações desde a temporada 2018/19, lembrando que neste período, chegaram ao clube nomes como Cristiano Ronaldo, Matthijs de Ligt, Aaron Ramsey, Adrien Rabiot, entre outros. Pois é, e isso sem contar os 9 milhões de euros líquidos gastos por ano para bancar o salário de Massimiliano Allegri.
Cristiano Ronaldo continua sendo o atleta mais caro da história da Juventus (105 milhões de euros), seguido por Matthijs de Ligt e Dusan Vlahovic. Ou seja, todos contratados nos últimos quatro anos.
De qualquer maneira, investimentos são bem-vindos quando geram o retorno esperado, o que não é o caso da Juventus, haja vista as três quedas seguidas dos bianconeros nas oitavas-de-final da Champions League, além da quarta colocação na edição anterior do Serie A. Em outras palavras, um rendimento bastante inferior em comparação aos sete scudettos italianos em oito campeonatos e as duas finais continentais, entre os anos de 2010 e 2018.
No entanto, a recontratação de Massimiliano Allegri foi o maior dos equívocos cometido pela Juventus neste período recente, sobretudo porque ele havia sido demitido pelo clube ao término da temporada 2018/19, justamente devido ao futebol nada convincente praticado pelo time, afinal, trata-se de um técnico resultadista. E para piorar a situação, a Juve ofereceu um contrato de QUATRO anos ao sucessor de Andrea Pirlo no clube de Piemonte.
Logo, a única solução é a Juventus seguir com Massimiliano Allegri e, na medida do possível, iniciar uma reformulação na equipe através da troca de jogadores, porém mantendo uma forte base composta por Matthijs de Ligt, Manuel Locatelli, Dusan Vlahovic, e quem sabe Paulo Dybala, além de apostar em jovens formados no clube, como Federico Gatti e Nicolò Fagioli. Assim, por mais que a Juve não retome o caminho das vitórias, ela pelo menos estancará a sangria financeira.