Tempos obscuros em Turim

Se já estava difícil para a Juventus superar o Napoli na batalha pelo scudetto italiano estando entre os quatro primeiros colocados da Serie A, as chances se esgotaram depois que o conjunto do Piemonte despencou ao décimo posto da tabela em decorrência da perda de 15 pontos no campeonato.

Pois é, mais uma vez os bianconeros estão envolvidos em um esquema de corrupção decorrente de fraudes contábeis e manipulações de balanços nos apontamentos de valores referentes a negociações de atletas. E por se tratar de uma empresa licitada na bolsa de valores, a Juventus deve transparência aos seus acionistas, o que acabou gerando essa punição imposta pela justiça italiana.

Vale ressaltar que a Juventus entrou com um recurso para a anulação da pena, porém como as investigações sinalizam que essas ações ocorreram de forma sistemática nos últimos anos, é bastante improvável que a Juve tenha êxito neste processo, lembrando que os casos mais explícitos transcorreram nas trocas envolvendo os laterais Danilo e João Cancelo, além dos volantes Arthur e Miralem Pjanic, junto a Manchester City e Barcelona.

Deste modo, o objetivo da Juventus mudou por completo na temporada, a julgar que a meta do time a partir de agora é conquistar uma vaga no G-4 da Serie A, obviamente na tentativa de disputar a próxima edição da Champions League. No momento, 14 pontos separam os comandados de Massimiliano Allegri da quarta colocada Roma, o que significa que eles terão uma longa e árdua caminhada para percorrer na segunda metade da competição.

A propósito, se pegarmos como parâmetro a campanha da própria Juventus que encerrou a edição passada da Serie A na quarta posição com 70 pontos, chegaremos a conclusão que os bianconeros precisarão somar ao menos mais 47 pontos no torneio, o que os obriga a fazer uma campanha de 82,4% de aproveitamento nos 19 demais jogos da temporada para alcançar o G-4.

Ainda assim, o primeiro jogo realizado pela Juventus após o decréscimo de 15 pontos na Serie A foi, sem dúvida alguma, o melhor da equipe até aqui na temporada, já que a Juve saiu atrás da Atalanta no placar, virou a partida ainda na etapa inicial, viu os bergamascos passarem novamente à frente do marcador no segundo tempo, porém igualaram a contagem através do lateral brasileiro Danilo. Resultado final: 3 a 3, em Turim.

De qualquer maneira, o “tempo obscuro” já fez a Juventus mudar o planejamento a longo prazo, em especial no que diz respeito as categorias de base, tendo em vista que uma das prioridades do clube nos próximos anos será a revelação de jovens talentos com o efeito de diminuir o número de contratações a fim de reduzir as chances de novas punições, refrear os gastos com compras de jogadores, além de faturar por intermédio de futuras vendas.

Ademais, a inviável saída de Massimiliano Allegri devido ao astronômico valor da multa rescisória prevista em seu contrato, definitivamente não acontecerá depois da sanção sofrida pela Juventus, que inclusive estuda a possibilidade de estender o vínculo do treinador de 2025 à 2027, oferencendo-lhe carta branca para liderar este novo projeto esportivo.

Já a curto prazo, não está destacartada uma debandada de jogadores do plantel bianconero ainda este ano. Aliás, o primeiro a puxar a fila deve ser Weston McKennie – que está em vias de se transferir ao Leeds United -, além dos destaques do Mundial do Catar, Adrien Rabiot e Ángel Di María, cujo os contratos se encerram no final da temporada. Por meio destes movimentos, a família Agnelli visa abaixar a folha salarial da Juventus, tornando-a menos onerosa.

Ah, mas e as peças de reposição? Já vemos os novatos Tommaso Barbieri, Fabio Miretti, Mattia Compagnon, Nicolò Fagioli, Cosimo Graça, Marley Aké, Nicolò Cudrig e Kaio Jorge, integrando o elenco principal da Juventus. Portanto, fica claro e evidente que a realidade é outra pelos lados de Turim, algo que muitos só perceberão, de fato, com a primeira ausência da Juve na Champions League desde a temporada 2012/13.

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