Tudor indo de mal a pior na Juventus

Se a sequência de cinco empates consecutivos já incomodava os torcedores da Juventus antes da bola rolar na Lombardia, o que dirá então a derrota por 2 a 0 sofrida diante do Como, que estendeu para seis o número de jogos sem vitórias da Juve às vésperas dos encontros com Real Madrid e Lazio.

Pois é, como se o filme assistido há um ano estivesse se repetindo pelos lados de Turim, inclusive com a Juventus empilhando vitórias nas três primeiras rodadas da Serie A, a crise também bateu cedo na porta dos Bianconeri nesta temporada, com a diferença de que eles encerraram a 7ª rodada da edição anterior da Serie A ainda invictos e situados na terceira posição da tabela somando 13 pontos (3V-4E), um a menos em comparação aos atuais 12 assinalados na sétima colocação (3V-3E-1D).

Em outras palavras, a sensação é a de que nada mudou após a saída de Thiago Motta e a chegada de Igor Tudor ao clube de Turim, apesar do relevante trabalho realizado pelo treinador croata ao assumir o posto do antecessor, marcado por 5 vitórias, 3 empates e uma única derrota nas nove rodadas finais da temporada passada da Serie, que resultou na conquista de 18 de 27 possíveis pontos. Quer dizer, um desempenho suficiente para garantir a classificação da Juventus à Champions League.

Contudo, embora ainda estejamos no ínicio da temporada, com menos de 20% dos jogos da Serie A realizados até o momento, a luz de alerta que já havia sido ligada na Juventus depois dos cinco empates seguidos obtidos justamente após a emocionante vitória por 4 a 3 no Derby d’Italia, quando se esperava a ascensão dos comandados de Igor Tudor, deu lugar ao sinal vermelho com a derrota frente o Como, dada a facilidade com a qual eles foram superados.

Aliás, a primeira derrota da Juventus na temporada expôs tanto a fragilidade defensiva quanto as dificuldades da equipe em criar jogadas. Não à Toa, Igor Tudor não descarta a possibilidade de mudar o sistema de marcação por zona pelo individual nos lances de bola parada da defesa, que neste último jogo contra o Como atuou com uma linha de quatro homens, mais especificamente no 4-3-3, pela primeira vez desde a estreia na Serie A.

Já na parte ofensiva, a realidade é que a Juventus continua colhendo os amargos frutos da péssima e, o pior, caríssima janela de transferências da última temporada, em que mais de 200 milhões de euros foram investidos para reforçar o time de acordo com as indicações de Thiago Motta. No final das contas, as saídas de Douglas Luiz e Nico González no ano seguinte simbolizam os graves erros cometidos no planejamento do clube italiano.

Além disso, o remanescente Teun Koopmeiners é outro exemplo dos estragos causados pelo mercado da Juventus naquela oportunidade, tendo em vista que o reforço mais caro contratado pelos Bianconeri até hoje não justificou os 58 milhões de euros investidos, não lembrando nem de longe aquela importante peça da Atalanta, de Gian Piero Gasperini. Ao mesmo tempo, isso também deixa claro que Igor Tudor não está conseguindo tirar o máximo dos seus jogadores, afinal a qualidade do camisa 8 não desapareceu em meio a mudança de Bérgamo à Turim.

Na entrevista concedida instantes após o revés no estádio Giuseppe Sinigaglia, Igor Tudor voltou a enfatizar que Cesc Fàbregas se beneficiava por ter participado ativamente da montagem do elenco do Como, tendo influência direta na escolha de cada um dos reforços contratados, o que ele já havia dito antes da partida e não deixa de ser verdade. Contudo, por mais que sincera a declaração do treinador da Juventus foi também uma nítida alfinetada na diretoria do seu próprio clube, que em vez de fortalecer o carente setor de meio-campo preferiu trazer os atacantes Jonathan David e Loïs Openda, mesmo sem ter negociado Dusan Vlahovic.

Por sinal, o atacante sérvio que se tornou o maior problema durante a passagem de Thiago Motta por Turim, segue sendo um verdadeiro peso à Juventus, que depois de diversas tentativas frustradas de negociá-lo, o perderá de graça na próxima temporada, a julgar que o contrato de Dusan Vlahovic termina na metade de 2026. Por isso, a intenção da Juve é vendê-lo pelo preço que for em janeiro, a fim de ao menos receber uma singela quantia, além, é claro, de reduzir a folha salarial.

Seja como for, ainda que Igor Tudor venha sofrendo as consequências do trágico projeto esportivo desenvolvido pela Juventus sob a liderança de Thiago Motta, é fato que os Bianconeri não apenas poderiam, como deveriam, entregar mais em campo, sobretudo nos empates ante Hellas Verona e a enfraquecida Atalanta pós-Gasperini, além do 4 a 4 com o Borussia Dortmund, em pleno Allianz Stadium, que só veio graças aos gols marcados por Dusan Vlahovic e Lloyd Kelly nos acréscimos da rodada inicial da Champions League.

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Consequentemente, em meados de outubro a pressão em torno da saída de Igor Tudor já é enorme na Juventus. A propósito, de acordo alguns sites italianos o ex-treinador da Fiorentina, Raffaele Palladino, livre no mercado desde que deixou o clube de Florença no meio do ano, teria sinalizado de forma positiva com a ideia de dirigir a Juve somente até o final da temporada por intermédio de um contrato de curta duração.

Ademais, outra alternativa seria a Juventus repatriar Thiago Motta, isso porque o contrato do técnico de 43 anos de idade continua ativo até 2027. Logo, apesar de bastante improvável, financeiramente essa opção seria mais viável aos Bianconeri do que adicionar outro treinador, no caso Igor Tudor, na lista de demitidos ainda recebendo salários em função dos seus respectivos vínculos.

Em todo o caso, a própria vinda de Igor Tudor para o lugar de Thiago Motta serve como parâmetro para justificar que uma troca de treinador não resolveria todos problemas da Juventus, que nos últimos cinco anos promoveu mais mudanças no comando técnico do que o Manchester United, e coleciona o mesmo magro acervo de títulos dos ingleses no período com duas míseras copas conquistadas — Coppa Italia em 2021 e 2024.

De qualquer maneira, para piorar a situação a Juventus visitará o Real Madrid neste meio de semana pela Champions League, e no próximo domingo (26) receberá a Lazio, que vive um fase ainda pior mediante aos 8 pontos contabilizados no 11º posto da Serie A, o que significa que resultados negativos nestes compromissos podem, efetivamente, culminar no adeus de Igor Tudor.

Em resumo, Tudor está indo de mal a pior na Juventus. Entenda como queira!

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