Após uma década marcando presença na Champions League, sendo duas vezes finalista do torneio neste período, a Juventus terá de se contentar com a Conference League na próxima temporada em função da sétima colocação na edição anterior da Serie A, a pior campanha da equipe de Turim na competição desde 2011.
Pois é, através destas informações fica claro e evidente que a supremacia dos bianconeros no certame do futebol italiano, estabelecida ao longo da inédita conquista de nove scudettos consecutivos, já faz parte de um passado distante, ainda mais considerando que Internazionale, Milan e Napoli são os três últimos campeões da Serie A.
Contudo, o declínio da Juventus era previsto depois dos extravagantes gastos realizados pelo clube nos últimos anos, dentre os principais para contratar Cristiano Ronaldo em 2018, pagando-lhe um salário totalmente fora dos padrões italianos, um ano antes de comprar Matthijs de Ligt pelo montante de 85,5 milhões de euros.
E como se tudo isso ainda não bastasse, o conjunto do Piemonte foi punido com a perda de dez pontos na temporada anterior da Serie A em virtude de fraudes contábeis através da manipulação de balanços financeiros em algumas transferências de jogadores. Consequentemente, o presidente Andrea Agnelli foi banido por 16 meses do cargo, e recebeu uma multa no valor de 60 mil euros da FIGC (Federação Italiana de Futebol).
Diante deste cenário, a Juventus planeja recomeçar do zero na temporada 2023-24, dando início a um novo processo de reconstrução com Cristiano Giuntoli assumindo a direção esportiva do clube, o que encheu de esperança os torcedores bianconeros por conta do sucesso alcançado pelo dirigente em seu último trabalho no Napoli.
A Juventus não terminava a Serie A fora do G-4 desde a temporada 2010-11. Na época, o time comandado por Luigi Delneri ficou na 7ª posição. Em seguida, vieram os nove scudettos seguidos.
Sem dispor da premiação paga pela UEFA aos times participantes da Champions League, a tendência é que a Juve não faça nenhuma contratação impactante este ano, muito pelo contrário, a meta primordial do clube é reduzir a folha salarial a fim de equilibrar as finanças. À vista disso, Juan Guardado e Ángel Di María não tiveram os contratos renovados e já deixaram a Velha Senhora, uma ação que já resultou em uma abrupta queda de 17 milhões de euros em salários na temporada. Os mesmos passos devem ser seguidos por Artur, Denis Zakaria e Weston McKennie.
Ademais, o planejamento da Juventus ainda inclui a diminuição das remunerações de Paul Pogba, sobretudo em decorrência do custo-benefício, pois qual seria a vantagem de investir mais de 10 milhões de euros por ano em um jogador que disputou somente dez jogos e não esteve noventa minutos em campo em nenhuma partida da última temporada?
De qualquer maneira, o próprio Paul Pogba sabe que está devendo em sua segunda passagem pela Juventus, a julgar que o volante francês já aceitou a condição de baixar o salário. A intenção do ex-jogador do Manchester United é realizar uma grande temporada visando a disputa da Eurocopa no ano que vem. No entanto, o que pode interromper a sua continuidade em Turim são as milionárias propostas vindas do futebol saudita.
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Não obstante, Leonardo Bonucci é outro que está fora dos planos de Massimiliano Allegri. Apesar de sua enorme idolatria juntos aos torcedores, o último remanescente do histórico trio de zaga ainda composto por Giorgio Chiellini e Andrea Barzagli, entrou no ano final de contrato recebendo altíssimos salários para um atleta que passou um terço da temporada passada sem condições de jogar devido a lesões. Assim, o zagueiro oito vezes campeão italiano pela Juve deixará o clube nesta janela de transferências.
Vale ressaltar ainda, que a Juventus não descarta a possibilidade de negociar as três peças mais valiosas do grupo, isto é, Bremer, Federico Chiesa e Dusan Vlahovic. Entretanto, apenas propostas extremamente vantajosas serão aceitas, lembrando que Vlahovic entrou na mira do Chelsea depois da saída de Kai Havertz, ao passo que Chiesa atrai o interesse de Newcastle e Liverpool, porém tudo não passa de especulações.
Por outro lado, Timothy Weah, contratado junto ao Lille por 11,3 milhões de euros, foi o único nome anunciado pela Juventus até o momento. Além do filho do ídolo milanista George Weah, é provável que mais dois ou três reforços desembarquem em Turim nos próximos dias, um número que pode aumentar caso as saídas de Paul Pogba, Federico Chiesa e Dusan Vlahovic realmente se confirmem.
Seja como for, a verdade é que a temporada 2023-24 se apresenta, no mínimo, estranha aos bianconeros, e não apenas em razão da disputa da Conference League, mas especialmente porque o elenco mais modesto os manterá somente na briga por uma vaga no G-4 da Serie A, algo completamente incomum ao maior campeão italiano de todos os tempos.