Tottenham, campeão. Simples assim!

Após Newcastle, Bologna, Crystal Palace e, coincidentemente, Harry Kane, o Tottenham foi mais um que saiu da fila na histórica temporada 2024-25 ao derrotar o Manchester United na decisão da Europa League, em Bilbao.

Na realidade, nem o mais otimista dos torcedores do Tottenham imaginava um desfecho como esse na patética temporada realizada pelo clube, marcada pela DÉCIMA SÉTIMA posição na tabela da Premier League, isto é, no limite acima da zona da degola, composta pelo montante de 21 derrotas e 61 gols sofridos em 37 rodadas, ou seja: com o esquadrão de Ange Postecoglou perdendo mais da metade dos jogos, e sendo vazado 1,6 vezes em média por partida.

Não à toa, mesmo com uma vitória sobre o Brighton na última rodada o Tottenham terminará a Premier League tendo a sua pontuação mais baixa desde a criação da competição em 1992. Diante do exposto, nem os diversos casos de lesões que afetaram os Spurs ao longo da temporada, inclusive na finalíssima da Europa League em meio as ausências de James Maddison, Lucas Bergvall e Dejan Kulusevski, justifica o fato de um desempenho tão aquém das expectativas.

Logo, o único ponto positivo aos londrinos era que do outro lado estava o Manchester United, que faz uma temporada tão ruim quanto, vide a diferença de 1 ponto que separa os 16º e 17ª colocados do Premier League. À vista disso, o que vimos no estádio San Mamés foi um jogo nada insinuante, como tem sido habitual quando ingleses decidem torneios continentais, pois quem não se recorda das finais da Champions League envolvendo: Liverpool x Tottenham, em 2019; ou Manchester City x Chelsea, em 2021.

De qualquer maneira, salvo raríssimas exceções, como por exemplo a vitória por 4 a 1 do Chelsea sobre o Manchester United na decisão da edição 2018-19 da própria Europa League, é absolutamente comum que finais não sejam empolgantes, tampouco com muitos gols. Por este motivo, devemos valorizar — e muito — o que argentinos e franceses protagonizaram na última Copa do Mundo.

Em todo o caso, a tonelada sobre as costas e as pernas dos jogadores do Tottenham tornaram ainda mais compreensível a postura adotada pelos Spurs ao se fecharem depois que Brennan Johnson abriu o placar da decisão no País Basco, aos 42 minutos da etapa inicial. A propósito, uma abordagem totalmente distinta em relação ao futebol ofensivo praticado pelas equipes de Ange Postecoglou.

Por sinal, é importante destacar que Ange Postecoglou abriu mão das suas convicções no decorrer da caminhada do Tottenham rumo à final da Europa League, por vezes armando o time em bloco baixo e priorizando a parte defensiva em prol de resultados positivos, algo que se notabilizou neste triunfo pelo placar mínimo frente o Manchester United.

Em resumo, com a partida decidida nos detalhes, o Tottenham aproveitou a única das grandes oportunidades que teve durante os noventa minutos, e evitou o empate através de cinco defesas do goleiro Guglielmo Vicario, além de uma bola salva encima da linha pelo zagueiro Micky van de Ven após cabeçada de Rasmus Hojlund, comemorado como um verdadeiro gol pelos Spurs no terço final do jogo.

Consequentemente, o Tottenham faturou a quarta vitória nos quatro embates contra o Manchester United na temporada, um feito que não acontecia há quase quatro décadas, lembrando que este foi o terceiro título europeu dos Spurs, considerando os dois ganhos anteriormente quando a competição ainda se chamava Copa da UEFA, sendo o primeiro sobre o Wolverhampton em 1972, e o segundo diante do Anderlecht em 1984.

Além disso, mais uma vez Ange Postecoglou sustentou a sina de vencer títulos no segundo ano de seus respectivos trabalhos. Foi assim em suas passagens por South Melbourne, Brisbane Roar, Yokohama F.Marinos, Celtic, e até mesmo pela seleção australiana, campeã da Copa da Ásia 2015. Portanto, o Tottenham aparece como o quinto na lista do técnico de 59 anos de idade, cuja continuidade é incerta no clube do norte de Londres apesar da conquista da Europa League.

Por fim, seria uma tremenda injustiça não mencionar Son Heung-min, o capitão do Tottenham que, com totais méritos, ergueu o caneco da Europa League. Desde 2015 no clube, quer dizer, completando a sua décima temporada vestindo a camisa dos Spurs, o atacante sul-coreano, literalmente, “comeu o pão que o diabo amassou” na equipe tão cobrada pela escassez de títulos nestes últimos 17 anos.

Aliás, uma enorme pressão não suportada nem mesmo pelo antigo companheiro Harry Kane, que transferiu-se ao Bayern de Munique na temporada passada. Todavia, Son Heung-min, em determinados momentos apontado como o melhor jogador da Premier League, rejeitou propostas para permanecer no Tottenham, onde foi premiado com o título da Europa League, embora visivelmente fora de ritmo nos 25 minutos em que esteve em ação no San Mamés.

Isto posto, se a sua ficha ainda não caiu vale a pena enfatizar que o clube do norte da capital inglesa há mais tempo na fila responde pelo nome de Arsenal. Sim, acabou a agonia, a espera e a piada: o Tottenham é campeão!

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