Nova temporada, velhos problemas. Assim começou os ciclos de Allegri e Modric no Milan

A oitava colocação da edição anterior da Serie A, simbolizada pela pior campanha do Milan desde o décimo lugar em 2015, ao menos resultou em mudanças no clube, dentre as quais se destacaram a contratação do treinador Massimiliano Allegri para suceder Sérgio Conceição, bem como a saída de Theo Hernández e a chegada de Luka Modric.

Consequentemente, por mais duro que fosse o momento as expectativas dos torcedores milanistas se renovaram por completo neste meio de ano, afinal, tratava-se do retorno de Massilimiano Allegri ao clube depois da boa passagem entre 2010 e 2014, marcada pelas conquistas da Serie A e da Supercopa da Itália, ambas na temporada 2010-11, somada a vinda de Luka Modric, seis vezes campeão da Champions League, isto é, apenas uma a menos do que os Rossoneri.

Além disso, o calendário também se mostrou favorável ao Milan, a julgar que a estreia na temporada ocorreu contra o Bari — atualmente na segunda divisão —, em partida válida pela fase preliminar da Coppa Italia, à medida que a recém-promovida Cremonese foi a oponente dos comandados de Massimiliano Allegri na rodada inicial da Serie A, lembrando que os dois jogos tiveram o San Siro como palco.

Todavia, bastou a bola começar a rolar na nova temporada da Serie A para que o pesadelo que tanto assombrou os milanistas viesse à tona mais uma vez, pois mesmo com Massimiliano Allegri à beira do campo, e Luka Modric defendendo as cores do Milan dentro das quatro linhas, os Rossoneri apresentaram os velhos problemas referentes a lentidão, a previsibilidade, além da enorme dificuldade na parte da criação.

Ainda assim, através de uma atuação protocolar o Milan não teve dificuldades para superar o Bari (2 a 0) e, consequentemente, avançar de fase na Coppa Italia, dado o baixo nível técnico do adversário. Entretanto, uma condição que mudou na Serie A, com o Diavolo caindo por 2 a 1 diante da Cremonese, equipe que garantiu o acesso na temporada passada somente nos playoffs da Serie B, depois de terminar a fase regular do campeonato na 4ª colocação.

Vale ressaltar que o principal obstáculo encontrado pelo Milan na fase defensiva foi a falta de intensidade na marcação, o que acabou gerando espaços para a Cremonese jogar e confirmar a primeira vitória no San Siro ao longo da história. A propósito, o Napoli serve perfeitamente como parâmetro para exemplificar isso, uma vez que todas as peças do atual detentor do scudetto da Serie A não somente exercem a recomposição quando estão sem a bola, como também pressionam os rivais, com apetite, a fim de recuperá-la.

Por outro lado, no Milan a impressão é a de que apenas Youssouf Fofana pressiona na marcação por jogar mais recuado próximo a defesa no meio-campo, ao contrário do segundo volante Ruben Loftus-Cheek, que nos instantes em que sobe ao ataque volta de maneira bastante lenta deixando a defesa vulnerável. Ademais, tanto Christian Pulisic quanto Santiago Giménez praticamente não exercem as funções defensivas em campo, algo que o técnico Massimiliano Allegri precisará corrigir de maneira urgente.

Já ofensivamente, o Milan teve Luka Modric como ponto positivo, e só. Pois é, olhando para o copo cheio, o ex-jogador do Real Madrid controlou as ações no meio-campo distribuindo o jogo, e inclusive dando três passes decisivos frente à Cremonese. No entanto, a pífia atuação de Santiago Giménez, por sinal, mais uma do atacante mexicano que até agora não disse a que veio, anulou qualquer possibilidade dos Rossoneri marcarem dois gols na partida.

Como resultado, Santiago Giménez recebeu inúmeras críticas depois da derrota para a Cremonese, o que é compreensível mediante os 32 milhões de euros investidos pelo Milan para contratá-lo junto ao Feyenoord na temporada anterior. Contudo, a realidade é que o clube italiano vem enfrentando um verdadeiro calvário para encontrar um substituto desde a saída de Olivier Giroud, que também não foi solucionado com as vindas de Álvaro Morata e Tammy Abraham.

Por este motivo, a prioridade do Milan até o fechamento da janela de transferências no dia 1º de setembro, é a contratação de um atacante que, por pouco não foi Victor Boniface, reprovado nos exames médicos realizados na manhã de hoje (25). Deste modo, a tendência é que a busca por Dusan Vlahovic se intensifique, tendo Conrad Harder como plano B se a negociação com a Juventus não evoluir, o que parece ser o caso após o tento assinalado pelo sérvio contra o Parma.

De qualquer maneira, a movimentação dos Rossoneri nessa última semana da janela também inclui a chegada de um meio-campista, cujo principal alvo é Giovanni Fabbian, do Bologna, por conta da sua fisicalidade e capacidade de ajudar na marcação e na criação. Aliás, insatisfeito por estar na reserva, ele vê com bons olhos a possibilidade de jogar no Milan, mas isso dependerá da possível venda de Yunus Musah em virtude dos 15 milhões de euros pedidos pelos emilianos.  

Seja como for, o revés sofrido logo na 1ª rodada da Serie A ante um oponente que brigará contra o rebaixamento na temporada seguinte ao retorno à elite italiana, sinaliza que aquilo que estava ruim pode piorar ainda mais ao Milan, mesmo com alguns dos principais concorrentes na briga pelo scudetto italiano também iniciando trabalhos do zero com novos treinadores, e um calendário mais leve sem competições internacionais para disputar.

Em outras palavras, a caminhada do Milan promete ser longa e pra lá árdua na temporada que apenas o allegrismo e Luka Modric se apresentavam como soluções de todos os problemas.

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