Existe vida sem Lionel Messi para a Argentina? Ainda não, a realidade é que os argentinos precisarão aprender a jogar sem o eterno camisa 10, pois à medida que o tempo passa a carreira do meia de 36 anos de idade se aproxima do fim.
Por esta razão, o amistoso ante a modesta seleção de El Salvador ganhou maior relevância aos atuais campeões mundiais, já que Lionel Messi não foi convocado devido a uma lesão no tendão da coxa sofrida na vitória por 3 a 1 do Inter Miami sobre o Nashville, pelas oitavas-de-final da Concachampions. Ou seja, por conta de um problema muscular, algo comum no dia a dia de jogadores veteranos.
Vale ressaltar que Lionel Messi defende as cores da Albiceleste desde 2005, contabilizando o total de 180 partidas ao longo destes 18 anos, um mês e 24 dias de “serviços prestados”, o que torna ainda mais complicada a adaptação da seleção já moldada ao estilo de jogo de sua figura central, nos momentos em que ela não está em ação.
Lionel Messi é dono do maior número de jogos e gols pela seleção da Argentina. O camisa 10 já balançou as redes 106 vezes em 180 aparições pela Albiceleste.
Logo, encarar um adversário de baixíssimo nível técnico, como é o caso de El Salvador que ocupa a 81ª posição no ranking da FIFA, acabou sendo uma ótima opção aos comandados de Lionel Scaloni, que não entravam em campo há quatro meses, ou mais especificamente desde a vitória sobre o Brasil por 1 a 0 na rodada anterior das Eliminatórias.
Pois é, e a Argentina conquistou a sua vitória de número 47 em 68 jogos sob a liderança de Lionel Scaloni ao derrotar a seleção centro-americana por 3 a 0, curiosamente, o mesmo placar da última partida disputada pelos argentinos sem Lionel Messi, que havia ocorrido contra a Bolívia pela 2ª rodada das Eliminatórias, na altitude de 3,640 metros de La Paz.
Contudo, o que mais chamou a atenção não foi a esperada vitória por parte dos tricampeões mundiais na Filadélfia, mas sim o fato de Ángel Di María ter assumido o protagonismo na ausência de Lionel Messi, sendo a principal referência da seleção em campo. Não à toa, saiu dos seus pés o cruzamento para o zagueiro Cristian Romero abrir o marcador, aos 16 minutos da etapa inicial.
A propósito, um tento que rendeu a 27ª assistência de Ángel Di María pela Argentina e, assim, o fez superar o lendário Diego Maradona como o segundo jogador com o maior número de todos os tempos, ambos apenas atrás de Lionel Messi com impressionantes 54 passes que resultaram em gols, quer dizer, o dobro em relação ao atacante do Benfica.
Ángel Di María (36 anos) por Benfica e Argentina na temporada 23/24:
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) March 23, 2024
⚔️44 jogos
⚽️15 gols
?️11 assistências
?️26 participações em gols
⏰132 mins p/ participar de gol
?116 passes decisivos (!)
?️30 grandes chances criadas (!)
?82 dribles certos (!)
?Nota Sofascore 7.68
??? pic.twitter.com/xFrpSB6cev
Posteriormente, um pouco antes do intervalo foi a vez de Enzo Fernández aumentar a vantagem dos argentinos para 2 a 0, depois de 13 finalizações, 489 passes trocados, 79% de posse de bola, porém somente duas grandes oportunidades de gols criadas nos primeiros quarenta e cinco minutos de jogo.
E como já era aguardado, o panorama se repetiu no segundo tempo com a Argentina controlando as ações, mas com um volume maior de jogo em virtude da saída de Enzo Fernández para a entrada de Alejandro Garnacho, uma substituição que alterou o esquema tático dos sul-americanos do 4-4-2, com Ángel Di María e Lautaro Martínez compondo a dupla de ataque, para o 4-3-3, a mesma formação utilizada no decorrer da triunfal campanha da Copa de 2022.
Consequentemente, Giovanni Lo Celso deu números finais ao amistoso que ainda promoveu a estreia do jovem Valentín Barco, que teve a chance de atuar durante 34 minutos no lugar de Nicolás Tagliafico. Aliás, as entradas do lateral-esquerdo do Brighton, bem como as de Alejandro Garnacho e Facundo Buonanotte, retratam que o treinador Lionel Scaloni já trabalha no processo de reformulação da Argentina, afinal, a Copa América de 2024 será a “última dança” de Ángel Di María pela seleção.
Juntos, os amigos Lionel Messi e Ángel Di María já disputaram 117 jogos pela seleção argentina, uma união que nasceu nas Olimpíadas de 2008, quando eles faturaram o ouro na China.
À vista disso, Ángel Di María se despedirá da Albiceleste justamente no torneio em que ele marcou o gol que encerrou a seca de 28 anos dos argentinos sem dar uma volta olímpica e, é claro, representou a primeira grande conquista de Lionel Messi pelo país, lembrando que a Argentina bateu o Brasil, de Tite, pelo placar mínimo em pleno Maracanã, na decisão da edição passada da Copa América. Em outras palavras, um triunfo que abriu as portas para o tricampeonato mundial.
Inclusive, é importante salientar que a Argentina está situada no grupo A da Copa América de 2024 – cuja sede será os Estados Unidos, e contará com seis seleções da Concacaf -, ao lado de Canadá, Chile e Peru, tendo a sua estreia marcada para o dia 20/06 (quinta-feira) contra os canadenses, em Atlanta.
Até lá, os argentinos terão mais dois amistosos para disputar. O primeiro deles na noite de hoje (27) diante da Costa Rica em Los Angeles, também sem Lionel Messi, e o outro frente a Guatemala, em Maryland, às vésperas do início do torneio que reunirá o craque do Mundial de 2022 e o autor do gol do título da Copa América de 2021 pela última vez com a camisa Albiceleste.
2 Comentários
O que esse Di Maria joga é sacanagem, craque de mais. Sem falar que o cara já jogou com os três melhores do mundo, Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo. Quando aposentar vai fazer muita falta pro Futebol.
Completamente de acordo Saulo, além de manter uma regularidade ao jogar bem constantemente, Di María sempre foi o cara que serviu esses craques sem nunca fazer questão de ser o grande nome das equipes pelas quais passou, apesar de ser fundamental. Vai deixar saudades!
Obrigado pelo comentário.