Sob a liderança de Rodri e o talento de Lamine Yamal, a Espanha espera prosperar na Euro 2024

Há nove meses, a Espanha faturava o inédito título da Liga das Nações em Roterdã, uma conquista que determinou a efetivação de Luis de la Fuente como técnico da seleção, bem como o início de um novo ciclo na Furia Roja, marcado pela “passagem de bastão” do ex-capitão Sergio Busquets ao sucessor Rodri.

Aliás, os próprios espanhóis sabem que Rodri é o único produto acabado de elite da seleção no momento, ao passo que outros jovens com enorme potencial ainda buscam chegar no nível de excelência do volante do Manchester City, dentre eles Lamine Yamal, certamente, o mais promissor desta nova geração da Espanha.

Por sinal, não será nenhuma surpresa se Wendel, Lucas Beraldo e João Gomes tiverem alguns pesadelos com Lamine Yamal nas próximas noites, depois da excelente partida realizada pelo habilidoso ponta-esquerda contra o Brasil. Inclusive, apesar de ser um jogador do Barcelona, ele foi aplaudido de pé no estádio Santiago Bernabéu, isto é, a casa do Real Madrid, assim que foi substituído por Jesús Navas nos acréscimos da etapa final.

Para se ter uma ideia, além de ter sofrido o primeiro pênalti da partida, Lamine Yamal registrou 63 toques na bola, deu a assistência para o gol de Dani Olmo – o segundo da Espanha no jogo -, e terminou o amistoso em Madrid como líder em: dribles (6/9); duelos ganhos no chão (11/18); e faltas recebidas (4).

Ainda assim, a grande atuação de Lamine Yamal não foi suficiente para os espanhóis conquistarem a sua primeira vitória no ano, já que antes deste empate em 3 a 3 frente o Brasil, eles haviam sido derrotados pela Colômbia por 1 a 0, em Londres, resultados que encerraram a sequência de seis vitórias seguidas da Furia Roja desde o título da Liga das Nações da UEFA, que incluíam as goleadas sobre Geórgia e Chipre, por 7 a 1 e 6 a 0, respectivamente.

Mas embora os resultados não tenham agradado, a Espanha tem ao menos um motivo para festejar depois dos amistosos em Londres e Madrid, isso porque ambos comprovaram a eficiência da equipe atuando no 4-2-3-1, utilizado pela quinta vez nos doze jogos sob o comando de Luis de la Fuente.

Vale ressaltar que Luis de la Fuente preferia armar a Espanha no 4-3-3 com Rodri mais recuado no meio-campo, enquanto Gavi e Fabián Ruiz jogavam um pouco mais adiantados fazendo “as pontas do tripé”. Entretanto, a grave lesão sofrida pelo meia do Barcelona, que muito provavelmente o deixará de fora da Eurocopa, somada a escassez de jogadores com as suas características, obrigaram o técnico espanhol a mudar o esquema tático do time a três meses do início da Euro 2024.

Logo, ainda que a Espanha não encerrasse uma DataFifa sem vitórias desde os empates com Noruega e Suécia em outubro de 2019, houveram conclusões positivas nestes primeiros amistosos do ano, especialmente contra o Brasil, onde Nico Williams, Dani Olmo e Lamine Yamal formaram a linha ofensiva do meio-campo com Rodri e Fabián Ruiz compondo uma forte dupla de volantes, à medida que Álvaro Morata jogou como referência no ataque.

Com isso, Luis de la Fuente utilizou Dani Olmo como o principal articulador de jogadas da Espanha, quer dizer, um típico camisa 10, exercendo uma função até certo ponto parecida com a de Gavi, porém mais adiantado e centralizado, enquanto Nico Williams e Lamine Yamal infernizavam os laterais brasileiros pelos lados do campo, o que tornou o estilo de jogo espanhol, baseado no domínio através da posse bola, mais agudo.

Na defesa, Robin Le Normand e Aymeric Laporte confirmaram a titularidade na zaga, tendo ainda o novato Pau Cubarsi, outra jovem revelação de La Masia, como opção na reserva juntamente com Daniel Vivian ou Iñigo Martínez. Não obstante, a lateral-direita deverá ser preenchida por Daniel Carvajal e Pedro Porro, ao mesmo tempo que Unai Simón será o goleiro da Espanha pela segunda Eurocopa consecutiva.

Portanto, as únicas dúvidas ficam em torno do ataque e da lateral-esquerda, pois Álvaro Morata mais uma vez provou não estar à altura da seleção espanhola. O problema é que as demais opções são Gerard Moreno e Joselu, o que significa que seria como trocar seis por meia dúzia.

Já na lateral-esquerda, Alejandro Grimaldo foi escalado para enfrentar a Colômbia, e Marc Cucurella para encarar o Brasil. Ou seja, ambos com perfis diferentes, já que o jogador do Bayer Leverkusen é mais ofensivo e o do Chelsea mais defensivo. Além deles, os lesionados Alejandro Balde e José Gayà também brigam pela posição mais indefinida da seleção espanhola.

Seja como for, é inegável que essa nova versão da Furia Roja chegará forte para a disputa da Euro 2024, todavia, só resta saber se forte a ponto de retornar da Alemanha com o quarto título continental na bagagem.

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