Como sempre ocorre no retorno dos clubes para o início de uma nova temporada, a reapresentação do Monaco deu-se repleta de expectativas. Entretanto, uma condição absolutamente compreensível mediante as chegadas de Eric Dier, Ansu Fati e Paul Pogba.
Embora a realidade do Monaco esteja longe da concorrência direta com a fortuna petrolífera do PSG na briga pelo título da Ligue 1, a julgar pela diferença de 23 pontos que separaram ambos na tabela do campeonato, é inegável que as novas aquisições dos monegascos no mercado reduziram a distância em comparação ao clube que ainda continua disputando a temporada 2024-25, ao contrário de TODOS os demais concorrentes no certame do futebol francês.
Pois é, terceiro colocado na edição passada da Ligue 1, o Monaco assumiu os holofotes do noticiário esportivo europeu nos últimos dias em função destas impactantes contratações, em especial a de Paul Pogba, que estava afastado dos gramados há dois anos, desde quando testou positivo para testosterona em um exame antidoping feito após a rodada inicial da temporada 2023-24 da Serie A.
Consequentemente, esse regresso de Paul Pogba, marcado pelas lágrimas do novo camisa 8 do Monaco durante a assinatura do contrato válido por duas temporadas — também em razão da morte de Diogo Jota —, renovou as esperanças do próprio atleta no que diz respeito a uma possível volta à seleção francesa para a disputa da Copa do Mundo do ano que vem.
Decerto, a surpreendente contratação de Paul Pogba representa uma grande aposta por parte do clube do Principado, pois não sabemos se o jogador de 32 anos de idade será capaz de competir novamente no mais alto nível depois de tanto tempo parado, afinal é bastante improvável que ele repita as excelentes atuações da primeira passagem pela Juventus, e pela França campeã na Copa do Mundo de 2018.
Temos o prazer de anunciar a chegada de Paul Pogba 🇫🇷
— AS Monaco BR 🇲🇨 (@AS_Monaco_BR) June 28, 2025
O meia assinou por duas temporadas e ficará no clube até 30 de junho de 2027 🆕 pic.twitter.com/3OQuixUKZ8
A propósito, ainda que Paul Pogba não traga o retorno esperado dentro de campo, fora das quatro linhas a contratação mais midiática do Monaco na última década já vem dando o que falar, algo plenamente natural considerando que o craque francês tem nada menos que o número de seguidores 25 vezes maior em relação ao clube no Instagram (64 milhões de Pogba x 2,5 milhões do Monaco).
De qualquer maneira, a chegada de Ansu Fati também causou alvoroço no Principado, sobretudo porque o ex-jogador do Barcelona, dez anos mais jovem do que Paul Pogba, já chegou a ser considerado a maior revelação do futebol mundial em 2019. Inclusive, a euforia vivida na ocasião era tão grande quanto a de Lamine Yamal na atualidade, vide a camisa 10 herdada de Lionel Messi.
Entretanto, ao contrário de Lamine Yamal, Ansu Fati não confirmou as expectativas criadas em torno de si por conta da acentuada queda de rendimento depois de romper o menisco do joelho, somente duas semanas após se tornar o segundo atleta mais jovem a balançar as redes em um El Clásico. Não à toa, nem o recente empréstimo ao Brighton na temporada 2023-24, motivou o clube inglês a contratá-lo em definitivo.
Ansu Fati marcou 4 gols e concedeu uma assistência em 27 partidas durante o empréstimo ao Brighton. Na temporada passada, o atacante espanhol passou em branco em 11 jogos pelo Barcelona.
Deste modo, é correto afirmar que Eric Dier é o único reforço do Monaco, até o momento, que não é considerado uma aposta, por mais que essa transferência tenha como grande objetivo recuperar o espaço perdido na seleção inglesa, depois de 28 jogos vestindo a camisa do Bayern de Munique na última temporada em que ele jamais alcançou o status de titular.
Obviamente, a versatilidade de Eric Dier ao atuar como zagueiro ou volante deve lhe assegurar uma vaga na formação principal do time de Adi Hütter, lembrando que tanto ele quanto Paul Pogba chegaram sem custos por estarem livres no mercado, ao passo que Ansu Fati foi emprestado pelo Barcelona, tendo no contrato uma cláusula com opção de compra no valor de 11 milhões de euros.
Logo, toda a movimentação do Monaco nessa janela de meio de ano não lhe gerou gastos até aqui, o que é mérito do bom trabalho desenvolvido pelo CEO Thiago Scuro, sempre atento as oportunidades de mercado, à medida que segue liderando o novo projeto de ter 50% do plantel composto por jogadores das categorias de base dentre os próximos três anos. Por sinal, um panorama nada difícil de imaginar em se tratando do clube que já revelou Thierry Henry, David Trezeguet e Kylian Mbappé.
Por fim, o estilo de jogo resolutamente ofensivo de Adi Hütter é um dos fatores que contribuem para o viável sucesso das incógnitas Paul Pogba e Ansu Fati no Principado, vide as ascensões de Eliesse Ben Seghir, Maghnes Akliouche e George Ilenikhena sob o comando do treinador vice campeão e terceiro colocado da Ligue 1 nas duas temporadas à frente do Monaco.
Diante do exposto, será difícil o Monaco resistir ao assédio de diversos clubes por Maghnes Akliouche e Eliesse Ben Seghir. Por isso, os nomes de Samuel Mbangula e Timothy Weah, ambos da Juventus. são cotados para preencher as lacunas deixadas por estas supostas saídas, enquanto o gol continua sendo a grande prioridade dos monegascos, haja vista os rumores envolvendo as contratações de Lucas Perri, André Onana e Marc-André ter Stegen.
Seja como for, uma temporada pra lá de promissora desponta no horizonte de Monaco e do Monaco.
