Três vezes campeão da Copa Libertadores da América defendendo as cores do Boca Juniors, o craque Juan Román Riquelme, atual vice-presidente do clube argentino, marcou e continua marcando história no mundo da bola.
O futebol é um esporte realmente apaixonante, e quem não acredita nisso precisa conhecer a história de Samuel Vargas Tello, um profundo admirador do ex-meia do Boca Juniors, Juan Román Riquelme, que decidiu fundar na pequena cidade peruana de Casa Grande (30 mil habitantes), situada a cerca de 800 km da capital Lima, o Clube Esportivo Cultural e Esportivo Juan Román Riquelme. Com logotipo e as cores similares aos do Boca Juniors, a equipe que homenageia um dos camisas 10 mais magistrais do planeta, realizará nesta temporada o inédito sonho de disputar a Copa do Peru.
Samuel Vargas Tello, o homem que se considera o fã número 1 de Juan Román Riquelme, além de atuar como meia, também sempre vestiu a camisa 10 na época em que disputava torneios amadores de futebol na cidade de Casa Grande, ou seja, detalhes que certamente fizeram a sua paixão pelo craque argentino crescer ainda mais. Vale ressaltar, que uma gravíssima lesão no joelho acabou fazendo com que o sonho de Samuel – de tornar-se atleta profissional – chegasse ao fim de maneira bastante precoce, aos 25 anos de idade para ser mais específico.
Buscando um futuro melhor, o jovem peruano arrumou as malas e partiu rumo à Buenos Aires no ano de 1995, e na capital argentina, trabalhou no ramo da construção civil e também como carteiro. Sem condições de praticar o esporte que mais amava devido ao problema físico no joelho, Samuel teve a grande ideia de iniciar um curso de treinador na famosa escola Osvaldo Zubeldía, em La Plata, a mesma que formou os técnicos Martín Palermo e Raúl Cascini. A propósito, foi exatamente naquele período que nasceu a sua paixão por Juan Román Riquelme.
Revelado nas categorias de base do Argentinos Juniors, Juan Román Riquelme estreou pelo Boca Juniors em 1996, e em decorrência de sua refinada técnica, habilidade e visão de jogo, foi apontado por muitos como o sucessor de Diego Maradona no futebol argentino. Já em 2002, Riquelme transferiu-se à Espanha, aonde defendeu as cores de Barcelona e Villarreal, respectivamente, e recebeu o apelido de “El Torero“. Após cinco temporadas na Europa, o craque regressou ao Boca, clube pelo qual atuou até 2014. No ano seguinte, pendurou as chuteiras vestindo a camisa do Argentinos Juniors.
Obviamente, a gloriosa carreira de Riquelme inspirou Samuel Vargas a criar a escolinha de futebol Juan Román Riquelme, em 2005, ano em que o peruano voltou de maneira definitiva ao seu país. Depois de comandar o Carlos A. Mannucci (2010), popular clube da cidade de Trujillo, Samuel fundou e inscreveu o Clube Esportivo Cultural e Esportivo Juan Román Riquelme na Federação Peruana de Futebol. Até o momento, o time de Casa Grande já acumula três vices-campeonatos da liga local (2016, 2018 e 2019), e conseguiu a inédita classificação à fase preliminar da Copa do Peru.
“Conversar com Riquelme seria a realização de um sonho. Apesar de ele não me conhecer, foi quem me inspirou a seguir meu caminho no futebol. Encontrá-lo seria a melhor coisa que poderia acontecer na minha vida”. disse Samuel Vargas ao jornal argentino Olé.
No início do atual século, diversos pais passaram a batizar os seus filhos com o nome de Riquelme, justamente em reverência ao ex-jogador da seleção argentina, lembrando que este foi o segundo nome masculino com maior crescimento no Brasil durante a década de 2000. No entanto, causa enorme surpresa o fato de um clube de futebol receber o nome do ídolo do Boca Juniors, sobretudo porque ele jamais teve a oportunidade de disputar uma sequer partida em solo peruano. Logo, o Clube Esportivo Cultural e Esportivo Juan Román Riquelme é um exemplo perfeito de como o futebol é capaz de mexer com a paixão dos torcedores!
1 Comentário
O melhor 10 que já em campo, ele destruiu o Palmeiras na Libertadores em 2001.