Um grupo de investimento da Arábia Saudita está em vias de adquirir o Newcastle United, tradicional clube da Inglaterra. Ou seja, uma transação que caso confirmada, mudaria totalmente a equipe inglesa de patamar.
Newcastle United Football Club, clube fundado no ano de 1892 na cidade de Newcastle upon Tyne, no norte da Inglaterra. Apesar da enorme tradição, os Magpies somam apenas quatro títulos da liga inglesa (1904–05, 1906–07, 1908–09 e 1926–27), seis da FA CUP (1909–10, 1923–24, 1931–32, 1950–51, 1951–52 e 1954–55), e um da Supercopa da Inglaterra (1909) ao longo da trajetória, sendo que o último caneco de maior expressão erguido pelo conjunto de Tyneside, deu-se somente em 1955 – FA Cup. Já internacionalmente, a única conquista do time inglês neste mais de um século de história, foi a extinta Copa Intertoto, em 2006.
Mas curiosamente, o Newcastle está propenso a seguir os mesmos passos de Chelsea, Manchester City e PSG, afinal, o dono do clube, Mike Ashley, está prestes a vendê-lo a um Fundo de Investimentos Público (PIF) da Arábia Saudita, gerido pelo príncipe Mohammed bin Salman. Vale ressaltar, que a relação envolvendo os Magpies e Ashley sempre foi conturbada, isso explica porque a equipe foi colocada à venda em meados de 2017. Aliás, desde que o mandatário passou a presidir o Newcastle, o time já teve de encarar dois duríssimos rebaixamentos, e costuma figurar na parte debaixo da tabela da Premier League.
No entanto, não foram apenas os maus desempenhos desportivos que fizeram os Magpies perderem a paciência com Mike Ashley, visto que algumas decisões tomadas pelo dono do clube também colaboraram para que o copo literalmente transbordasse pelos lados do St. James Park, como por exemplo, a não renovação de contrato do ex-treinador Rafa Benítez após o término da temporada passada, lembrando que o técnico espanhol foi o grande responsável por ter conduzido a equipe novamente à elite do futebol inglês em 2017 – venceu a edição 2016/17 da Championship League.
Contudo, o Newcastle conseguiu sobreviver tranquilamente à saída de Rafa Benítez, não à toa, sob a batuta do novo comandante Steve Bruce, o time manteve-se na zona intermediária da classificação da Premier League durante toda a atual temporada. Até a parada em virtude da pandemia do coronavírus, os Magpies ocupavam a 13ª posição na tabela do torneio com 35 pontos ganhos, colecionando o total de 9 vitórias, 8 empates e doze derrotas em 29 partidas, obtendo 40,2% de aproveitamento através desta razoável campanha.
Diante de todo este cenário, uma mudança de dono seria benéfica tanto para Mike Ashley como para os Magpies. Assim, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, decidiu investir uma pequena parte de sua astronômica fortuna na compra do clube de Tyneside. Para se ter uma ideia, o grupo liderado pelo saudita ofereceu a bagatela de 300 milhões de euros para adquirir 80% do Newcastle, isto é, o equivalente a 1,85 bilhão de reais. E não para por aí, uma vez que outros 200 milhões de euros (R$ 1,23 bilhão) seriam injetados de imediato somente para a contratação de novos reforços, ao passo que a expansão do St. James Park também está inclusa neste audacioso projeto.
Por este motivo, muitos torcedores do Newcastle já estão vislumbrando a possibilidade de estrelas como Philippe Coutinho, Antoine Griezmann, Moussa Dembélé, Gareth Bale e Sérgio Ramos vestirem a camisa alvinegra na próxima temporada. Em contrapartida, a venda do clube ainda corre um sério risco de não acontecer, sobretudo porque Mohammed bin Salman é apontado pela ONU como um dos mandantes do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi dentro da embaixada saudita na Turquia. Ademais, a rede de televisão beIN Sports, declarou que o príncipe permite a transmissão de jogos piratas da Premier League no país asiático.
Obviamente, a intenção do governo saudita em adquirir o Newcastle é transformá-lo em uma grande potência do mundo da bola. Entretanto, não restam dúvidas de que o interesse maior de Mohammed bin Salman por trás disso tudo, é medir forças com o xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan, dono do Manchester City e um dos principais membros da família que comanda os Emirados Árabes. Desta maneira, caso esta negociação seja realmente concretizada, veremos os dois poderosos petroleiros do Oriente Médio travando uma nova batalha pela hegemonia futebolística na Terra da Rainha. Aguardemos!
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futebol ta igual formula 1, o que vale é o dinheiro.