A precoce eliminação da França na Liga das Nações 2022/23, aumentou ainda mais a pressão sobre os Les Bleus, a cinco meses do Copa do Catar. Seria a maldição dos campeões mundiais prestes a atacar novamente?
Duas Copas do Mundo – uma como jogador, outra como treinador -, duas Champions League – por Olympique de Marselha e Juventus -, campeão da Euro2000, e da edição anterior da Liga das Nações da UEFA. Pois é, nem o extenso currículo de Didier Deschamps é capaz de diminuir a pressão que assola o treinador de 53 anos de idade à frente da seleção francesa, que ele comanda desde 2012, a cinco meses do início do Mundial do Catar.
Sim, e tudo em função das péssimas apresentações da França nos últimos quatro jogos, aonde os atuais campeões mundiais somaram dois empates e duas derrotas, conquistando dois de possíveis 12 pontos. Não à toa, os lanternas do grupo 1 da primeira divisão da Liga das Nações 2022/23 foram eliminados do torneio com duas rodadas de antecedência por não terem mais condição de alcançar a líder Dinamarca, que será uma de suas adversárias na Copa de 2022.
A queda da França diante da Suíça nas oitavas-de-final da Euro2020, após a penalidade desperdiçada por Kylian Mbappé, permanece viva na memória dos torcedores franceses.
É verdade que alguns aspectos colaboraram para o insucesso da França na Liga das Nações da UEFA, como a série de desfalques da seleção, além do cansaço que afeta os jogadores no final da desgastante temporada 2021/22, lembrando que o técnico Didier Deschamps não pôde contar com Paul Pogba, Raphael Varane, N’Golo Kanté, Lucas Hernandez e Ousmane Dembélé.
Ainda assim, é inegável que a França poderia ter praticado um melhor futebol nestes quatro compromissos referentes a penúltima data FIFA antes do Mundial do Catar, afinal, trata-se da seleção mais poderosa da atualidade, considerando tanto os seus jogadores quanto a confiança adquirida depois das conquistas da Copa do Mundo de 2018 e da Liga das Nações 2020/21.
A França venceu apenas 54% dos seus jogos na temporada 2021/22, sendo este, o seu aproveitamento mais baixo desde 2014/15 (50%).
Por esta razão, a pressão sobre o técnico Didier Deschamps aumentou – e muito – após as partidas que culminaram com a eliminação dos Les Bleus na Liga das Nações 2022/23, especialmente porque Deschamps abriu mão do esquema 3-4-3 que vinha dando resultado desde a campanha invicta dos franceses nas Eliminatórias (5V – 3E), para utilizar os ineficazes 4-4-2 e 4-3-3, com a intenção de elaborar um plano de jogo B, ou mesmo C, para a França na Copa do Catar.
Contudo, o verdadeiro fantasma que assombra Didier Deschamps neste momento, responde pelo nome de Zinedine Zidane, que está livre no mercado desde a sua saída do Real Madrid no ano passado, e nunca escondeu o desejo de dirigir a seleção francesa. Apesar dos rumores que dão conta da possível ida de Zidane ao PSG, a realidade é que o seu futuro será à frente da França, porém somente após o próximo Mundial.
Por fim, outro fato nada bom que Didier Deschamps precisará lidar, diz respeito a famosa maldição dos campeões mundiais, ou seja, a lenda de que as seleções que venceram as últimas Copas do Mundo se dão mal nas edições seguintes do torneio, desde o bi do Brasil em 1962. Aliás, a própria França já sentiu o peso dessa praga há vinte anos. Logo, são diversos os paradigmas que os pupilos de Deschamps precisarão quebrar para dar a volta olímpica no Catar.