A morte não existe para quem é eterno. À vista disso, Pelé nunca morrerá para o futebol apesar de sua última partida no campo da vida ter terminado na tarde deste 29 de dezembro de 2022.
No dia 23 de outubro de 1940, nascia na pequena cidade mineira de Três Corações, a maior lenda do futebol, Pelé. Conhecido mundialmente como Rei, Edson Arantes do Nascimento, o filho de “seu Dondinho” e “dona Celeste”, jogou quase toda a carreira no Santos, clube pelo qual conquistou uma série de títulos, dentre os principais, duas Copas Libertadores (1962 e 1963), dois Torneios Mundiais de Clubes (1962 e 1963), além de seis edições do Campeonato Brasileiro (1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1968) e dez do Campeonato Paulista (1958, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973).
Além do Santos, Pelé também defendeu as cores do New York Cosmos, clube norte-americano pelo qual atuou entre os anos de 1975 e 1977 – até encerrar a carreira -, com o intuito de promover o futebol na terra do Tio Sam. No entanto, é importante destacar a incrível trajetória do camisa 10 na Seleção Brasileira, haja vista as façanhas e os títulos conquistados por ele com a amarelinha. Para se ter uma ideia, o Rei venceu TRÊS Copas do Mundo pelo Brasil (1958, 1962 e 1970), e continua sendo o maior artilheiro do selecionado tupiniquim com 77 tentos marcados – ao lado de Neymar.
Em 19 anos vestindo a camisa do Santos, Pelé tornou-se o maior artilheiro do Peixe com 643 em 656 partidas, registrando uma incrível média de 0,98 gols por jogo.
Ao longo dos 21 anos como atleta profissional, Pelé balançou as redes adversárias o montante de 1281 vezes em 1363 jogos, isto é, um feito jamais alcançado por nenhum outro atleta até hoje. Dono de dezenas de recordes, ele se transformou em uma grande celebridade mundial graças ao sucesso futebolístico. Consequentemente, passou a ser tão conhecido quanto ilustres figuras como o Papa, a Rainha Elizabeth, os Beatles, e o cantor Michael Jackson.
A propósito, a popularidade de Pelé é tão grande, que ele chegou a participar de filmes ao lado de artistas renomados como é o caso de Sylvester Stallone, no longa “Fuga para a Vitória”, gravado em 1981. No cinema nacional, o eterno camisa 10 integrou o elenco de “Os Trombadinhas” e “Os Trapalhões e o Rei do Futebol”, em 1979 e 1986, respectivamente. Na música, o ex-jogador do Santos fez parceria com Elis Regina nos duetos “Vexamão” e “Perdão Não Tem Vez”.
O Corinthians foi a maior vítima de Pelé ao longo de sua carreira. O Rei marcou 49 gols em 47 jogos contra o Alvinegro.
E se pararmos para pensar que a carreira inteira do Rei se passou em uma época aonde as poucas pessoas que tinham condições de ter uma televisão assistiam os jogos em preto em branco, notaremos que Pelé é realmente um fenômeno, sobretudo porque até hoje o reverenciamos mesmo diante de um acervo bastante limitado de vídeos e imagens. Não à toa, Pelé virou referência quando mencionamos alguma pessoa como a melhor, por exemplo: Michael Jordan, o Pelé do Basquete; Muhammad Ali, o Pelé do Boxe; Roberto Carlos, o Pelé da Música.
Inúmeras são as comparações feitas entre Pelé e outros craques do futebol mundial como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Isso também ocorreu na década de 80 com Diego Maradona, e continuará acontecendo porque o mundo não para de girar. Entretanto, ninguém foi capaz de superá-lo, afinal, somente o maior camisa 10 da história marcou seis gols a partir das quartas-de-final de uma Copa, com apenas 17 anos. Aliás, se Pelé jogasse nos tempos atuais com essa idade, certamente, já estaria brilhando com a camisa de um gigante europeu tendo um contrato pra lá de milionário em mãos.
Para finalizar, a melhor definição que já vi sobre Pelé foi a dada pelo ex-zagueiro do Manchester United e da seleção inglesa no Mundial de 1970, Pat Crerand, que ao ser perguntado sobre como se soletrava Pelé, ele simplesmente respondeu: G-O-D! Pois é, Edson Arantes do Nascimento não só levou, como honrou o nome do Brasil em todos os cantos do mundo, e de forma natural se tornou o personagem mais representativo do País, em 522 anos de história. Por isso, seguirei me referindo ao Rei do Futebol sempre no presente, pois não existe a morte para quem é eterno!