A penalidade convertida por Marcel Sabitzer não apenas garantiu a vitória da Áustria pelo placar mínimo sobre o Azerbaijão, como também rendeu a classificação dos austríacos à Eurocopa de 2024, cuja sede será a vizinha Alemanha.
Em contrapartida, a primeira aparição da Áustria em um grande torneio internacional após a sua ausência na Copa do Mundo de 2022, certamente não é o único motivo que alegra os torcedores austríacos, tendo em vista que o futebol praticado pela seleção comandada por Ralf Rangnick, aliado a algumas ações tomadas pelo técnico alemão, fizeram renascer a paixão do país junto a Nationalteam.
A propósito, é importante salientar que essa transformação teve início a partir do momento que Ralf Rangnick desembarcou em solo austríaco para ocupar o antigo posto de Franco Foda, o que não foi nenhum bicho de sete cabeças ao treinador que desenvolveu um excelente trabalho como diretor de futebol da Red Bull entre os anos de 2012 e 2015, promovendo a expansão das franquias da empresa de bebidas energéticas, começando pela situada em Salzburg.
Portanto, a realidade é que Ralf Rangnick já guardava enorme conhecimento em relação ao futebol austríaco, ou seja, um ponto que acabou sendo fundamental para a evolução da Nationalteam desde a chegada do treinador de 65 anos de idade há 18 meses, embora ele tenha decepcionado no curto período em que passou à frente do Manchester United.
Apesar da vasta experiência derivada de passagens por 15 clubes no decorrer da carreira, o técnico Ralf Rangnick jamais havia trabalhado em seleções até assumir o comando da Áustria.
Adepto do famoso Gegenpressing, estilo de jogo baseado na intensidade, no alto rendimento ofensivo, e na forte pressão para retomar a bola do adversário, Ralf Rangnick implementou rapidamente a sua filosofia na seleção antes habituada a jogar um futebol pragmático, cauteloso, e de muitas ligações diretas, sob a liderança de Franco Foda.
Assim, Ralf Rangnick passou a convocar jogadores com perfis que se encaixassem no novo sistema de jogo da Nationalteam, construíndo um núcleo formado por atletas que ele já conhecia desde os tempos em que trabalhou na Red Bull, e outros que atuam em grandes clubes do futebol europeu e, consequentemente, estão acostumados a disputar partidas importantes, além de terem uma rica consciência tática oriunda dos renomados ttreinadores que os comandam.
Ademais, outra iniciativa de Ralf Rangnick foi convocar jogadores que jogam na Bundesliga Austríaca. Ao contrário de Franco Foda, que não dava muita atenção ao futebol nacional, o sucessor passou a dar oportunidades a atletas que defendem as cores dos principais clubes do país e, detalhe, utilizando alguns como titulares, como são os casos do goleiro Alexander Schlager, do RB Salzburg, além do lateral-esquerdo Alex Prass, do Sturm Graz. No banco de reservas, Samson Baidoo, Matthias Seidl, Marco Grull e Manprit Sarkaria, completam essa extensa lista que fez aumentar a conexão em relação entre seleção e torcida.
Não obstante, a ideia de Ralf Rangnick levar a Áustria para jogar em Linz, e não apenas em Viena, estreitou ainda mais o vínculo da seleção junto aos torcedores, lembrando que as principais partidas continuam sendo disputadas na capital, vide os recentes confrontos diante de Suécia e Bélgica pelas Eliminatórias da Eurocopa, enquanto jogos frente adversários menos expressivos como Azerbaijão, Estônia e Moldávia, estão sendo disputados no norte do país.
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— ÖFB – oefb.at (@oefb1904) October 13, 2023
Com isso, a união envolvendo Ralf Rangnick e a seleção austríaca começou a gerar bons frutos logo a partir da estreia do treinador alemão no cargo, quando a equipe derrotou a Croácia por 3 a 0, atuando fora de seus domínios. Pois é, e mesmo depois da ingrata série de cinco partidas seguidas sem vitórias – que culminou com o rebaixamento da Áustria na Liga das Nações da UEFA -, o time continuou recebendo o apoio da torcida por ao menos ter competido nos dois embates contra França e Dinamarca, e frente os próprios croatas no jogo de volta, ao longo desta sequência negativa.
De qualquer maneira, o termômetro da torcida da Áustria que sempre beirou o maravilhoso ou péssimo, sem jamais ter um meio termo, passou ao melhor nível possível em 2023 devido as quatro vitórias e dois empates nos seis jogos disputados até a recente derrota para a Bélgica por 3 a 2, em Viena, onde mais uma vez os austríacos perderam fazendo uma duríssima partida.
Posteriormente, o triunfo por 1 a 0 sobre os azerbaijanis coroou a excelente campanha da Áustria nas Eliminatórias da Eurocopa, já que Nationalteam regressou de Baku com a classificação na bagagem ao ter alcançado 16 pontos no grupo F, em função das 5 vitórias, um empate e uma derrota no torneio, lembrando que a seleção austríaca divide a liderança da chave com a Bélgica, que registra um jogo a menos na competição.
Contudo, seja na condição de líder ou vice-líder nas Eliminatórias, o que importa aos austríacos é que as passagens rumo à Alemanha já estão confirmadas, trazendo consigo a expectativa de uma boa campanha na Euro2024.
