Dois dias ou 48 horas antes do importante jogo de ida dos playoffs de repescagem da Champions League, o Feyenoord surpreendia os seus torcedores ao anunciar a demissão do técnico Brian Priske.
Sim, e por mais que essa notícia não tenha desagradado a torcida, ela causou enorme preocupação pelos lados de Roterdã em virtude da proximidade da partida mais importante do Feyenoord nos últimos anos, afinal, a eliminatória ante o Milan vale uma vaga nas oitavas-de-final da Champions League, fase esta que os Rotterdammers não disputam desde 1975, ou seja, há exatamente cinco décadas.
Vale ressaltar que a queda de Brian Priske já vinha se confirmando por intermédio da pífia campanha do Feyenoord na Eredivisie, tendo em vista que a equipe vice-campeã holandesa na temporada passada encerrou a 22ª rodada da atual edição do campeonato na 5ª colocação da tabela somando 39 pontos em 21 jogos (11V-6E-4D), separada a DOZE pontos dos líderes PSV Eindhoven e Ajax.
Por esta razão, nem mesmo a vitória por 3 a 0 sobre o Sparta no clássico de Roterdã, disputado seguidamente a eliminação do Feyernood diante do PSV Eindhoven nas quartas-de-final da KNVB-beker (2×0), tampouco a razoável campanha na Champions League representada pela 19ª posição na classificação geral da fase de liga do torneio, foram capazes de evitar as saídas de Brian Priske, e dos assistentes Lukas Babalola Andersson e Bjorn Hamberg.
Voor de ???????????????????????? ???????????????? dit seizoen is er een ???? koploper ☝️ Hoe heeft jouw team het gedaan dit weekend? ???? pic.twitter.com/vEyPY0HReH
— Eredivisie (@eredivisie) February 9, 2025
Sem tempo, a cúpula diretiva do Feyenoord nomeou Pascal Bosschaart para dirigi-lo no jogo contra o Milan, lembrando que o jovem treinador de 44 anos de idade era parte integrante da comissão técnica, porém nunca havia trabalhado diretamente com a equipe principal. Logo, além da falta de experiência, o interino teria de lidar com o desafio de ter comandado apenas uma sessão de treinamento na véspera da partida.
E para piorar ainda mais a situação, é importante salientar que os problemas referentes aos desfalques também assolavam o Feyenoord, a começar pela inusitada negociação envolvendo a ida do artilheiro Santiago Giménez ao próprio Milan, em janeiro. Ademais, o goleiro Justin Bijlow, os defensores Jordan Lotomba, Bart Nieuwkoop e Gernot Trauner, além dos meio-campistas Ramiz Zerrouki, Hwang In-beom e Chris-Kevin Nadje estavam todos fora de combate devido a lesões.
Diante deste cenário, se nem o mais otimista dos torcedores do Feyernoord imaginava um empate frente o Milan, o que dirá então uma vitória. Pois é, mas para a sorte dos Rotterdammers Igor Paixão estava em ação, e o ponta brasileiro precisou de somente três minutos para abrir o marcador, é bem verdade contando com a contribuição do goleiro Mike Maignan, traído pelo encharcado gramado do De Kuip.
O gol de Igor Paixão foi o mais rápido do Feyenoord na Champions League desde o tento de Willem van Hanegem sobre o Olympiakos Nicosia em 1 de setembro de 1971.
A propósito, a ótima exibição de Igor Paixão deixou evidente porque o ex-jogador do Coritiba contabiliza o montante de 22 participações em gols na temporada, em função dos 8 tentos e 14 assistências assinaladas em 32 jogos disputados, o que o mantém como líder do Feyenoord neste quesito. Não à toa, com 13 partidas a menos ele já superou as 16 contribuições da época anterior (12 gols, e quatro assistências).
Jogador | Partic./Gols | Gols | Assist. |
Igor Paixão | 22 | 8 | 14 |
Santiago Giménez | 19 | 16 | 3 |
Anis Hadj Moussa | 9 | 7 | 2 |
Antoni Milambo | 9 | 6 | 3 |
Quinten Timber | 8 | 6 | 2 |
Ayase Ueda | 7 | 5 | 2 |
Além de Igor Paixão, outro destaque do Feyenoord foi o novato Givairo Read. Embora encarando o Milan logo em sua partida de estreia pela Champions League, o substituto do lateral-direito titular Bart Nieuwkoop fez uma excelente partida, tanto é, que ele foi detentor do maior número de desarmes do time holandês colecionando oito intervenções no decorrer dos 80 minutos em que esteve em campo.
Por sinal, Givairo Read só não foi o atleta que venceu mais duelos no jogo por conta dos 11 ganhos pelo recém-contratado e também estreante na Champions League, Jakub Moder. Insatisfeito com a falta de oportunidades no Brighton, o polonês encaixou rapidamente no meio-campo do Feyernord, onde em somente quatro jogos já acumula mais minutos em comparação ao clube inglês na temporada (296′ a 159′).
O Feyenoord se tornou o primeiro clube holandês a vencer um jogo de mata-mata da Champions League atuando em casa desde fevereiro de 2007, quando o PSV derrotou o Arsenal por 1 a 0.
Por fim, a estratégia adotada por Pascal Bosschaart ao manter o Feyenoord no 4-3-3, e não fazer grandes mudanças na equipe funcionou perfeitamente nas fases defensiva e ofensiva. Como resultado, os Rotterdammers neutralizaram o poderoso lado esquerdo milanista, no qual atuam Theo Hernández e Rafael Leão, e ao mesmo tempo levaram perigo ao Milan com as constantes subidas do lateral-esquerdo Gijs Smal, seja por dentro, ou seja fazendo o corredor e a dobradinha com Igor Paixão, o que permitia com que o zagueiro Dávid Hancko também avançasse ao ataque a fim de criar superioridade númerica.
À vista disso, a vitória pelo placar mínimo garantiu ao Feyenoord a possibilidade de jogar pelo empate na semana que vem em Milão para confirmar a vaga nas oitavas-de-final da Champions League. Até lá, o clube de Roterdã intensificará as buscas pelo sucessor de Brian Priske, cujo principal postulante na corrida pelo cargo responde pelo nome de Erik ten Hag.
De qualquer maneira, caso as negociações junto a Erik ten Hag tenham o mesmo desfecho das últimas envolvendo Borussia Dortmund, RB Lepzig e Roma, o Feyenoord já provou não ser um erro a aposta em Pascal Bosschaart.
A ver!