Apesar do excelente aproveitamento à frente da seleção cinco vezes campeã mundial, as insuportáveis coletivas do treinador Tite, somente servem para o afastar cada vez mais dos torcedores brasileiros, tudo por conta do dialeto titês.
Assistir entrevistas coletivas já não é um exercício legal para a imprensa, tampouco para os torcedores, afinal, os discursos dos entrevistados são em sua maioria repetitivos e ensaiados, logo, quase nada se tira de novidade destas entrevistas. Além disso, o repórter que faz a pergunta, não tem direito a uma réplica, deste modo, é comum vermos o interrogado expor a sua opinião sem nem ao menos ser contestado. Antigamente, as entrevistas pós-jogo eram bem melhores, pois a dinâmica era outra, visto que os repórteres ficavam posicionados na saída dos vestiários e batiam um verdadeiro papo com o profissional envolvido com o jogo (jogador, treinador ou até mesmo dirigente). Mas infelizmente, com a modernização do futebol, isso ficou no passado.
Nos dias atuais, os jogadores saem dos vestiários e até passam pela zona mista, local aonde os repórteres se aglomeram aos montes buscando uma mísera palavra de cada deles. Quando o time ganha a partida, o atleta concede minutos de sua atenção à imprensa, porém no caso de derrotas, estes profissionais fogem da mídia igual o rato foge do gato. Entretanto, a dinâmica com os treinadores é totalmente diferente, já que eles são obrigados a conceder uma entrevista coletiva pós-jogo, independente de onde tenha sido realizada a peleja e do resultado final da mesma. Ainda assim, as entrevistas parecem ser sempre repetidas, até porque os treinadores são instruídos pelos assessores de imprensa à falarem o básico do básico, obviamente, com o intuito de não deixar escapar nenhuma informação comprometedora.

Acontece, que com o treinador da seleção brasileira, Tite, essas entrevistas coletivas são ainda mais chatas, aliás, são até dez vezes mais cansativas, isso porque o comandante tupiniquim utiliza palavras nada convencionais para nós, os torcedores. Na verdade, Tite sempre adotou discursos extremamente maçantes, desde a época em que ele comandava o Internacional e o Corinthians, por exemplo. Todavia, a linguagem adotada pelo técnico gaúcho tornou-se ainda mais cansativa depois que ele assumiu o comando do Brasil.
Os números comprovam que o desempenho de Tite na seleção é digno de aplausos. Para se ter uma ideia, o técnico coleciona 26 vitórias, 5 empates e somente duas derrotas nas 33 oportunidades em que dirigiu o selecionado verde e amarelo, obtendo a incrível marca de 83,84% de aproveitamento devido a essa surpreendente performance. Embora a seleção brasileira não esteja apresentando um futebol empolgante dentro de campo, é nítido que os resultados conquistados por ela desde a chegada de Tite em 2016, são ótimos.

Mas não são todos os resultados que agradam os torcedores brasileiros, dado que no último sábado, o Brasil enfrentou o modesto, Panamá, no estádio do Dragão (Porto), e por incrível que pareça, apenas empatou em 1 a 1 contra o selecionado caribenho. Na tentativa de justificar este fiasco, Tite concedeu uma de suas entrevistas mais complexas à frente da seleção, usando termos absolutamente impopulares, como “extremos desequilibrantes”, “performar com resultado” e “sinapses no último terço”. Diante deste cenário, fica evidente que para compreendermos o que Tite está falando, precisamos ter em mãos um dicionário ou um glossário, ambos atualizados.
Obviamente, sabemos que Tite concede inúmeras palestras, aliás, o técnico gaúcho transformou-se em um dos maiores palestrantes do País, uma vez que inúmeras empresas o contratam para abordar temas como formação de equipes, gestão de pessoas, motivação, entre outros. O fato do técnico de 57 anos de idade estar frequentemente no meio corporativo, faz com que ele utilize cada vez mais estes termos complexos. Contudo, algum assessor de Tite, precisa informá-lo de que a sua mensagem está sendo passada à torcedores comuns, isto é, uma imensa maioria de pessoas que acompanham futebol em bares ao lado de amigos, ou então, nos sofás de suas casas tomando uma cerveja, e não para diretores de multinacionais.
Depois da vitória de ontem do Brasil sobre a República Tcheca por 3 a 1, Tite foi abordado pela imprensa sobre o “dialeto titês”, e mostrou-se insatisfeito com as críticas recebidas, embora tenha afirmado que respeita todas as opiniões em relação ao tema. Agora a pergunta que fica é a seguinte: será que o comandante brasileiro adotará outro discurso nas coletivas, no intuito de passar a sua mensagem de forma clara ao torcedor? A resposta para essa pergunta será dada no dia 17 de maio, daqui a 51 dias, data em que Tite voltará novamente à público, para anunciar a lista dos 23 convocados da seleção brasileira que disputarão a Copa América 2019. Aguardemos!