Fama de “vice” segue atormentando Tata Martino

Pela quinta vez na carreira, a segunda à frente da seleção mexicana, o treinador Gerardo “Tata” Martino perdeu uma final internacional, o que fez aumentar o seu rótulo de azarão no mundo da bola.

A pior coisa para um profissional do esporte, seja ele atleta ou treinador, é ser derrotado em uma decisão de campeonato. Pois é, e ninguém sabe isso melhor do que o técnico Tata Martino, que perdeu a sua QUINTA final internacional após o revés do México diante os Estados Unidos por 1 a 0, em Las Vegas, lembrando que anteriormente, o comandante argentino já havia ficado com os vice-títulos das edições de 2011, 2015 e 2016 da Copa América, e o da Liga das Nações da Concacaf há pouco menos de dois meses.

Contudo, o vice mais recente foi o que pesou de forma mais negativa sob o treinador de 58 anos de idade. A começar porque ele selou a segunda queda consecutiva do México frente os Estados Unidos em uma final, quer dizer, um feito inédito até então. Além disso, os norte-americanos disputaram a Copa Ouro 2021 com um time alternativo e repleto de jovens jogadores, ao contrário dos mexicanos, que entraram com força máxima na competição contando com nomes como Néstor Araujo, Héctor Herrera, Edson Álvarez e Jesús Corona, isto é, uma série de atletas que atuam no futebol europeu.

Ademais, é importante salientar que a derrota do México na decisão da Copa Ouro 2021 foi confirmada apenas aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando o zagueiro Miles Robinson subiu alto para acertar um belíssimo cabeceio que estufou as redes de Alfredo Talavera, o que tornou ainda maior o drama mexicano em Las Vegas. Logo, fica fácil compreender o porquê da enxurrada de críticas recebidas pelo técnico Tata Martino desde o vice-título continental.

Apesar do ótimo desempenho de Tata Martino, que à frente da El Tri, soma 26 vitórias, 5 empates e quatro derrotas (79% de aproveitamento), e já faturou o título Copa Ouro 2019, tanto a mídia quanto os torcedores mexicanos não aprovam a ideia da FMF (Federação Mexicana de Futebol) manter um estrangeiro no comando técnico da seleção, como é o caso por exemplo, do ex-atacante e eterno ídolo asteca, Hugo Sánchez.

Mas além da ótima performance de Tata Martino no comando técnico da El Tri, outros aspectos comprovam que seria um equívoco a FMF ceder à pressão popular e realizar uma troca de treinadores a 15 meses do Mundial de 2022, sendo o primeiro deles, a vasta experiência do treinador argentino. Com boas passagens pelas seleções de Paraguai e Argentina, e pelas equipes de Barcelona e Atlanta United, Martino também se destaca por ser um “discípulo” de Marcelo Bielsa, assim como os seus ex-companheiros de Newell’s Old Boys, Mauricio Pochettino e Eduardo Berizzo.

Vale ressaltar ainda, que alguns jogadores convocados com frequência por Tata Martino estavam defendendo o México nas Olímpiadas durante a Copa Ouro, tais como Guillermo Ochoa, César Montes, Diego Laínez, Sebastián Córdova, Uriel Antuna, Charly Rodríguez, Luis Romo e Roberto Alvarado, o que certamente colaborou para a queda de rendimento da seleção principal. Soma-se a isso, o fato de que Hirving Lozano, uma das principais peças do setor ofensivo mexicano, se machucou logo no jogo de estreia contra Trinidad & Tobago, e perdeu o restante do torneio.

Por fim, a longa ausência de Raúl Jiménez dos gramados devido a sua fratura no crânio, é mais um dos aspectos que contribuiu para enfraquecimento do México, sobretudo porque o atacante do Wolverhampton não tem nenhum substituto à altura na posição, haja vista as fraquíssimas atuações de Rogelio Funes Mori na Copa Ouro. Aliás, isso explica porque os torcedores mexicanos ainda sonham com o retorno do veterano Javier “Chicharito” Hernández à seleção. Deste modo, a verdade é que se a situação está complicada com Tata Martino à frente da El Tri, o que dirá sem ele!

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