Camarões volta a sediar a Copa Africana de Nações após 50 anos

Foram longos cinquenta anos de espera para que enfim os camaroneses voltassem a sediar a Copa Africana de Nações, o que aumenta as expectativas dos anfitriões em relação ao título do torneio.

Levando em consideração o fato de que a expectativa de vida em Camarões é de aproximadamente 58 anos de idade, chegamos a conclusão que a grande maioria dos camaroneses não viu, ou não se lembra da última vez que os Leões Indomáveis sediaram a Copa Africana de Nações (CAN), afinal, já se passaram exatas cinco décadas desde que eles foram anfitriões do principal torneio de futebol da África.

Pois é, e os camaroneses precisaram aguardar um ano mais para acompanhar a sua seleção em ação pela CAN, já que a competição não foi realizada em janeiro de 2021 devido a pandemia. Deste modo, compreendemos melhor porque o país da África Central segue totalmente mobilizado em função da competição, embora Camarões não figure entre os favoritos à conquista do título continental ao lado do Egito, de Mohamed Salah, e Senegal, de Sadio Mané.

A propósito, toda a euforia do povo camaronês ficou explícita no jogo de abertura dos Leões Indomáveis na Copa Africana de Nações, contra o selecionado de Burkisa Faso, tendo em vista que uma multidão de 48.000 torcedores fizeram uma enorme festa no Olembe Stadium e, é claro, de posse de suas ensurdecedoras vuvuzelas.

Vale ressaltar ainda, que os torcedores chegaram ao Olembe Stadium, situado na capital camaronesa Yaoundé, às 10:00 horas da manhã do domingo, ou seja, sete horas antes do pontapé inicial da partida que contou com a presença presidente do país, Paul Biya, e da primeira-dama, Chantal, ambos bastante ovacionados pelo público ao desfilarem na pista de atletismo ao lado do gramado.

Por sinal, é importante destacar que Camarões enfrenta uma duríssima situação em meio a realização da Copa Africana de Nações, visto que o sudoeste do país convive com uma enorme crise anglófona que já custou a vida de no mínimo 4.000 pessoas, enquanto no norte, mais precisamente na cidade portuária de Garua, os grupos terroristas Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental seguem em constantes conflitos. Ah, e isso tudo sem incluir a pandemia.

De qualquer forma, a festa dos camaroneses ficou realmente completa depois que a bola começou a rolar no Olembe Stadium. Apesar de Burkina Faso ter saído na frente do placar através de Gustavo Sangaré aos 24 minutos, os Leões Indomáveis viraram o marcador antes mesmo do intervalo, graças as duas penalidades convertidas por Vincent Aboubakar. Aliás, o atacante do Al-Nassr por pouco não marcou um hat-trick na etapa final.

Assim, com o triunfo por 2 a 1, os pupilos de Toni Conceição assumiram a liderança do grupo A da CAN juntamente com a seleção de Cabo Verde, que derrotou a Etiópia pelo placar mínimo em seu jogo de estreia. Portanto, a caminhada de Camarões rumo ao sexto título africano começou bem, mas ainda que o sonho do hexa não se torne realidade, os camaroneses já são vencedores somente por sediar o torneio após 50 anos, e diante das atuais circunstâncias!

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