Comores, a grande surpresa da Copa Africana de Nações

Três anos após Madagascar, agora é a vez da estreante Comores, terceira colocada do grupo C da Copa Africana de Nações, surpreender no torneio continental.

Além de ser o principal torneio futebolístico da África, a Copa Africana de Nações sempre foi marcada pelo estilo de jogo irreverente das seleções, e uma série de histórias que envolvem alegria, sofrimento, emoção e superação, ou seja, predicados que retratam a dura realidade vivida pelos países que disputam o campeonato desde 1957. Pois é, e embora a atual edição da CAN esteja longe do fim, a estreante Comores já é considerada a grande sensação da competição.

Situada em um pequeno e pitoresco conjunto de ilhas na costa leste do continente africano, ao lado de Madagascar e Tanzânia, Comores só conseguiu a sua independência da França em 1975, embora a região de Mayotte tenha optado em permanecer sob o domínio dos franceses, o que é motivo de discórdias no país de aproximadamente 815 mil habitantes, e cuja economia depende do trabalho agrícola para ser impulsionada.

Já em relação ao futebol, Comores superou totalmente as expectativas ao garantir a inédita classificação à Copa Africana de Nações de 2021, isso porque a seleção que ocupa a 132ª colocação do Ranking da FIFA só venceu a sua primeira partida oficial em 2016, quando os Celacantos bateram Botswana pelo placar mínimo na fase preliminar das Eliminatórias da edição de 2017 da CAN.

Vale ressaltar ainda, que a primeira vez que Comores disputou as Eliminatórias da Copa Africana de Nações deu-se em 2010. Na ocasião, os comorenses sofreram um doloroso revés por 10 a 2 frente a seleção de Madagascar na fase preliminar do torneio, lembrando que eles até chegaram a participar dos jogos do Oceano Índico de 1979, mas só se filiaram à FIFA em 2005.

No entanto, o futebol começou a ganhar notoriedade em Comores a partir de 2014, época em que Amir Abdou assumiu o comando técnico dos Celacantos. Embora nascido em Marselha, toda a família do treinador de 49 anos de idade é comorense. Ainda assim, é importante salientar que Abdou divide as suas tarefas entre dirigir o selecionado africano e o Nouadhibou, clube que disputa a primeira divisão da Mauritânia.

Inspirado em Diego Simeone e Carlo Ancelotti, Amir Abdou montou uma seleção extremamente competitiva, formada em sua maioria por franceses com descendência comorense, Consequentemente, Comores alcançou o seu primeiro grande feito no mundo da bola ao qualificar-se à Copa Africana de Nações de 2021, após superar Togo e Quênia, e ficar somente atrás do Egito, de Mohamed Salah, no grupo G das Eliminatórias, somando 9 pontos em seis jogos.

Contudo, quem imaginava que Comores seria um mero coadjuvante na Copa Africana de Nações se enganou redondamente. Apesar das derrotas diante de Gabão (1 a 0) e Marrocos (2 a 0), os pupilos de Amir Abdou venceram a tetracampeã Gana por 3 a 2, conquistando tanto a sua primeira vitória quanto os seus primeiros pontos na história da CAN. Assim, por mais que eles não avancem às oitavas, essa memorável campanha já vale como um título aos comorenses.

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