Os desafios de Rui Costa na presidência do Benfica

O revés por 3 a 1 diante do Liverpool, praticamente colocou um fim nas chances do Benfica erguer algum caneco nesta temporada. No entanto, Rui Costa terá outros desafios na presidência do clube.

Quando Rui Costa venceu as eleições presidenciais do Benfica em outubro do ano passado, a esperança por dias melhores voltou a reinar na Luz, e não apenas por conta da enorme idolatria do ex-camisa 10 junto aos torcedores benfiquistas, mas especialmente em virtude da experiência adquirida pelo novo presidente como empresário na vida pessoal, além é claro, dos dez anos em que ele passou como conselheiro no clube lisboeta.

Aliás, é importante salientar que Rui Costa assumiu a presidência do Benfica depois que o antecessor, Luis Filipe Vieira, renunciou ao cargo – que ocupava desde 2003 – devido ao pedido de um juiz, que ordenou que ele fosse mantido em prisão domiciliar em meio a uma investigação sobre fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Ou seja, na época a situação do clube português não era nada boa fora das quatro linhas, o que mais tarde se estendeu para dentro de campo.

Para se ter uma ideia, o Benfica ocupa a terceira posição na tabela da Primeira Liga com 61 pontos em 28 jogos, permanecendo a NOVE de distância do vice-colocado Sporting, lembrando que os Encarnados, atualmente comandados pelo interino Nélson Veríssimo, iniciaram a temporada com o ex-treinador do Flamengo, Jorge Jesus, à frente da equipe.

Todavia, a demissão de Jorge Jesus às vésperas do Réveillon não surtiu o efeito esperado, já que a temporada de altos e baixos persistiu no Benfica, haja vista a primeira vitória do time sobre o Ajax, em Amsterdam, após mais de quatro décadas, e a perda da invencibilidade de sete anos e meio diante do Braga como visitante pela liga portuguesa, em um curto intervalo de duas semanas.

De qualquer maneira, já é certo que Roger Schmidt será o técnico do Benfica na próxima temporada. Desde 2020 no PSV, ele tem uma boa média de 2,16 pontos por jogo, e mantém o time holandês vivo na briga pelos títulos da liga e copa nacionais, além do inédito caneco da Conference League. Ainda assim, são as finanças que mais preocupam Rui Costa no momento, sobretudo porque a pandemia abalou a saúde econômica dos Encarnados.

Além disso, os mercados de Ucrânia e Rússia se fecharam em função da guerra, o que significou a perda de dois potenciais consumidores ao Benfica, haja vista as negociações envolvendo Alex Witzel junto ao Zenit, em 2012, por 40 milhões de euros, e a venda de Pedrinho ao Shakhtar Donetsk por 18 milhões de euros, no ano passado. Ainda assim, é bastante provável que Darwin Núñez e Gonçalo Ramos deixem o conjunto da Luz na próxima janela de transferências.

Vale ressaltar, que a venda de atletas é a principal fonte de renda dos clubes portugueses, quesito no qual o Benfica tornou-se referência, tanto é, que a academia de Seixal é a mais rentável da Europa desde 2015, tendo arrecadado 379 milhões de euros. Logo, produzir novos “Rui Costas” não é um problema ao bicampeão europeu, o maior desafio é mantê-los na equipe, assim como ocorreu nos três anos que antecederam a ida do próprio Rui Costa à Fiorentina.

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