A péssima repercussão da bombástica entrevista concedida por Cristiano Ronaldo às vésperas do início da Copa do Mundo, segue recaindo sobre o craque português. Havia necessidade disso tudo?
O regresso de Cristiano Ronaldo ao Manchester United após 12 anos, renovou totalmente as esperanças dos torcedores do time inglês por conta de sua gloriosa primeira passagem pelo Old Trafford. Pois é, mas ao contrário do que todos imaginavam, a escrita não se repetiu no segundo “capítulo” dessa história e, pior do que isso, ela extinguiu todo apreço, idolatria e admiração, que a torcida ainda mantinha em relação ao craque português.
A crise envolvendo Manchester United e Cristiano Ronaldo começou partir do instante em que o clube não conquistou uma vaga para disputar a Champions League, e se agravou ainda mais depois que o novo treinador da equipe, Erik ten Hag, decidiu mantê-lo entre os reservas. Consequentemente, o rendimento de CR7 caiu de 24 gols em 38 partidas na temporada passada, para míseros três tentos em 16 jogos na atual, sendo que somente dez deles foram como titular.
O pior desempenho de Cristiano Ronaldo em uma temporada ao longo de sua carreira deu-se em seu primeiro ano no Sporting. Na ocasião, CR7 marcou cinco gols em 31 jogos disputados.
Por esta razão, Cristiano Ronaldo cometeu alguns atos desrespeitosos junto ao Manchester United no decorrer da temporada, como ter deixado o Old Trafford em meio ao amistoso diante do Rayo Vallecano, e antes do final da partida contra o Tottenham, válida pela 12ª rodada da Premier League. Contudo, nenhum destes episódios superou a entrevista dada por ele ao jornalista Piers Morgan.
Em tom bastante crítico, Cristiano Ronaldo afirmou sentir-se traído tanto pela diretoria quanto pelo técnico Erik ten Hag, porque ambos duvidaram do problema de saúde de sua filha durante o período da pré-temporada, que o impossibilitou de viajar à Ásia com o restante da delegação. Ademais, CR7 também fez duros comentários sobre a estrutura e o projeto esportivo do clube.
Ainda assim, através destas declarações completamente fora de timing e contexto, Cristiano Ronaldo atingiu seu principal objetivo de criar um clima pra lá de insustentável no Manchester United, a ponto do clube definir a sua saída na próxima janela de transferências de janeiro. Por outro lado, se a intenção de CR7 também era passar a imagem de alguém injustiçado ou perseguido, ele de fato não conseguiu, a julgar pela repercussão negativa de sua entrevista.
Não à toa, Cristiano Ronaldo vem sofrendo uma série de críticas até mesmo por parte de seus fãs nas redes sociais. Além disso, outro detalhe contraproducente desta entrevista, é que o atacante do Manchester United levou um “barulho” enorme para dentro da seleção portuguesa às vésperas do início da Copa do Mundo do Catar, conturbando o ambiente no momento aonde ele e os demais companheiros deveriam estar cem por cento focados no torneio.
De qualquer modo, muitos acreditam que Cristiano Ronaldo soltou essa “bomba” no Manchester United por já ter um novo clube para jogar após a Copa do Mundo. E que seja assim, pois com essa atitude egoísta, desrespeitosa e egocêntrica, de um jogador que só pensa em si e rejeita a hipótese de ficar no banco de reservas, o mercado se restringirá ainda mais para ele, até porque trata-se de um atleta de 37 anos de idade, e dono de um astronômico salário.
