O Natal chegou mais cedo aos argentinos, que foram presenteados com a conquista do tri mundial após 36 anos de espera. E a comemoração não poderia ter sido de outra forma que não nos braços do povo!
Declarado feriado nacional, o dia 20 de dezembro de 2022 ficará marcado eternamente na memória do povo argentino, afinal, trata-se da data na qual mais de 4 milhões de pessoas tomaram as ruas de Buenos Aires para receber os tricampeões mundiais, estabelecendo assim, a maior mobilização popular da história da Argentina, superando até eventos históricos como o do retorno definitivo do general Juan Domingo Perón ao país, em 20 de junho de 1973.
Contudo, a realidade é que os argentinos não poderiam ter escolhido um momento melhor para comemorar o tricampeonato mundial, a julgar que ele veio na última Copa do Mundo da carreira de Lionel Messi, e na primeira disputada após a morte do eterno ídolo Diego Maradona. Além disso, a emocionante final diante da França tornou essa conquista ainda mais especial, pois com a Argentina as coisas costumam ser assim, sempre na base do drama.
Jogadores e membros da comissão técnica tricampeã mundial não visitaram a Casa Rosada no regresso à Argentina por divergirem das lideranças políticas do país.
A propósito, emoção é o que realmente não faltou aos comandados de Lionel Scaloni desde o jogo de estreia na Copa do Catar, aonde eles perderam da Arábia Saudita por 2 a 1, de virada. Ou seja, um péssimo resultado que obrigou-os a vencer o México no compromisso seguinte para evitar o precoce adeus na fase de grupos do Mundial, o que seria uma enorme tragédia aos argentinos.
Já na fase mata-mata, veio o suado triunfo sobre a Austrália com direito a uma defesa importantíssima de Emiliano Martínez nos acréscimos da partida, algo que também ocorreu na decisão frente os franceses. Por sinal, “Dibu” também destacou-se ao defender as penalidades dos holandeses Virgil van Dijk e Steven Berghuis, nas quartas-de-final, tal como a de Kingsley Coman, na final.
Emiliano Martínez defendeu 13 de 55 cobranças de pênaltis enfrentadas no decorrer da carreira. Todavia, o goleiro argentino pegou sete delas atuando pela seleção.
Vale ressaltar ainda, que o tri mundial colocou Lionel Messi de uma vez por todas no trono de melhor jogador argentino de todos os tempos ao lado de Diego Maradona. Aliás, é incrível imaginar que o craque do PSG ergueu o seu primeiro caneco defendendo as cores da Albiceleste somente no ano passado, quando a Argentina derrotou o Brasil pelo placar mínimo em pleno estádio do Maracanã, e sagrou-se campeã da Copa América após quase três décadas sem títulos.
Demonstramos mais uma vez que nós, argentinos, quando lutamos juntos e unidos, somos capazes de conseguir o que nos propomos. O mérito é deste grupo, que está acima das individualidades, é a força de todos lutando por um mesmo sonho que também era o do povo argentino. Nós conseguimos!” – Lionel Messi.
Por fim, quem também merece destaque é o técnico Lionel Scaloni, já que sob o comando do jovem treinador de 44 anos de idade a Argentina deu três voltas olímpicas, permaneceu invicta nas Eliminatórias, sofreu apenas uma derrota nos últimos 42 jogos, e resgatou a identidade praticando um ótimo futebol. Assim, repleta de heróis, batalhas, histórias, além de lágrimas de emoção, a Albiceleste comemorou o tri, literalmente, nos braços do povo.