A terceira derrota seguida do Bayern de Munique foi o estopim para a diretoria do clube alemão decidir que Thomas Tuchel não permanecerá no comando técnico da equipe após o término da temporada embora o seu atual vínculo seja válido até 2025, o que significa que a busca por um novo treinador já começou na Baviera.
Assim, o revés por 3 a 2 diante do Bochum ao menos serviu para a cúpula diretiva do Bayern mudar o discurso sobre a situação de Thomas Tuchel, a julgar que a continuidade do técnico de 50 anos de idade estava sendo assegurada mesmo após as quedas frente Bayer Leverkusen e Lazio.
Além disso, a derrota para o 11º colocado da Bundesliga, que em temporadas passadas seria totalmente impensável, deixou evidente que a relação entre Thomas Tuchel e os jogadores do Bayern é a pior possível. Por mais que a proficiência tática seja importante no futebol, hoje ela tem a mesma relevância de uma boa gestão de grupo, algo que inexiste no vestiário bávaro.
Vale ressaltar que o estrelado elenco do Bayern de Munique já fez diversas vítimas nos últimos anos como Carlo Ancelotti, Niko Kovac e Julian Nagelsmann, o que se subentende que Thomas Tuchel não herdou um plantel nada tranquilo para liderar e, por este motivo, deveria dar tanta atenção a este detalhe quanto aos aspectos táticos e técnicos.
Thomas Tuchel coleciona 28 vitórias, 5 empates e 11 derrotas em 44 jogos no comando do Bayern de Munique, registrando 67,4% de aproveitamento através desta performance.
Todavia, aos poucos os conflitos envolvendo Thomas Tuchel e os atletas foram ganhando maiores proporções, a ponto de Joshua Kimmich discutir de forma áspera com o assistente-técnico Zsolt Low depois da partida contra o Bochum, talvez pelo fato de ter sido substituído aos 18 minutos do segundo tempo para a entrada de Bryan Zaragoza, lembrando que Kimmich está em rota de colisão com Tuchel desde antes do início da temporada, quando o ex-treinador do Chelsea dizia que necessitava da vinda de um volante marcador e com qualidade na saída de bola, como era o caso de João Palhinha, por não ter ninguém à disposição com essas características.
Sem papas na língua, Thomas Tuchel seguiu a mesma filosofia dos trabalhos anteriores à frente de Paris Saint-Germain e Chelsea, onde também colecionou atritos fora de campo, e viu essa bomba explodir a três meses do encerramento da temporada com o Bayern situado na vice-colocação da Bundesliga, separado a OITO pontos do líder Bayer Leverkusen.
✅ ?????? ?? | Após os resultados desse fim de semana, assim fica a tabela da Bundesliga 23/24!
— ???????????? ??????? ???? (@BundesInsider) February 18, 2024
? A vantagem do Bayer Leverkusen sobre o Bayern de Munique agora é de 8 pontos, o DOBRO da diferença entre os bávaros e o Stuttgart.
⚠️ Queda livre do Gladbach na tabela! pic.twitter.com/Xihx81lr4k
Ao mesmo tempo, é importante salientar que Thomas Tuchel desembarcou na Baviera no momento em que o Bayern já não era aquela grande potência europeia de outros tempos, tanto é, que o hendecacampeonato alemão só foi conquistado devido a incompetência do Borussia Dortmund ao não superar o Mainz 05 na rodada final da Bundesliga em pleno Signal Iduna Park.
Portanto, a realidade é que Thomas Tuchel assumiu uma das equipes mais fracas do Bayern ao longo da era referente aos onze títulos alemães seguidos, porém que melhorou em comparação a temporada anterior com as chegadas de Kim Min-jae, Raphael Guerreiro, Konrad Laimer, Eric Dier e, principalmente, Harry Kane, artilheiro da Bundesliga com 25 gols em 22 rodadas.
Ademais, outra questão não menos relevante é a falta de confiança por parte dos jogadores. Embora a maioria seja remanescente dos últimos títulos do Bayern, isto é, acostumados a ganhar jogos decisivos, clássicos e a erguer canecos, muitos aparentam estar mais preocupados em ficar marcados por deixar terminar a hegemonia do clube na Bundesliga, do que propriamente assumir a mentalidade vencedora em campo.
Seja como for, a diretoria do Bayern de Munique fez o que é comum no clube, quer dizer, antecipar o futuro do seu treinador em meio a uma reta final de temporada a fim de iniciar um novo planejamento visando a próxima que está por vir. Ou seja, uma decisão que, ao menos momentaneamente, pode tirar um pouco o peso sobre os jogadores, e favorecer o Gigante da Baviera nas árduas caminhadas rumo aos títulos da Bundesliga e da Champions League.
Jan-Christian Dreesen: "Numa conversa aberta e boa, tomamos a decisão de terminar mutuamente a nossa colaboração no verão. O nosso objetivo é realizar um realinhamento desportivo com um novo treinador para a temporada 2024/25.
— FC Bayern Brasileiro 11x? (@FCBayernXtra) February 21, 2024
Contudo, ainda que o Bayern de Munique tenha até estipulado o prazo para a saída de Thomas Tuchel, a verdade é que uma derrota para o RB Leipzig no próximo sábado (24), ou a eliminação ante a Lazio nas oitavas-de-final da Champions League, podem antecipar essa ação. A única dúvida gira em torno de quem sucederia Tuchel neste curto período até o final da temporada, lembrando que o nome de Hansi Flick já chegou a ser discutido internamente, porém não houve consenso em razão do trabalho abaixo das expectativas realizado por ele na seleção alemã, sob a batuta de vários jogadores bávaros.
À vista disso, a tendência é que Thomas Tuchel finalize a temporada no cargo, enquanto negociações junto a Xabi Alonso são conduzidas. Por sinal, através das redes sociais é possível notar que muitos já apontam o treinador do Bayer Leverkusen como o novo comandante do Bayern de Munique, mas o que, de fato, o levaria a proceder essa troca, especialmente sabendo que os líderes da Bundesliga estão dispostos não apenas a manter, como também a reforçar o elenco neste meio de ano?
Além disso, Xabi Alonso fez parte do processo de montagem do plantel do Bayer Leverkusen, adaptando cada peça ao seu sistema de jogo, ao passo que na Baviera ele teria de começar um novo trabalho completamente do zero. Ah, e isso tudo sem contar com a concorrência do Liverpool, outro ex-clube do técnico espanhol interessado em sua contratação.
Portanto, a chegada de Xabi Alonso ao Bayern é tão incerta na próxima temporada, quanto a saída de Thomas Tuchel é precisa depois da atual!