O filme se repete em Marselha, e Jean-Louis Gasset é o novo técnico do Olympique

Cinco meses, esta foi a duração da curtíssima trajetória de Gennaro Gattuso pela Riviera Francesa, marcada por 24 jogos, 9 triunfos, 9 empates, 6 derrotas, além de uma taxa de 31% de vitórias na Ligue 1, o que o transformou no treinador com o índice mais baixo no comando do Olympique de Marselha considerando os últimos dez anos.

Pois é, apesar de ter assumido o posto de Marcelino García Toral – que havia permanecido míseros sete jogos no cargo – no final de setembro, Gennaro Gattuso acabou confirmando todas as previsões do momento de sua chegada ao nem ao menos encerrar a temporada à frente do time francês.

A razão para isso é simples: o futebol praticado pelos marselheses, ou a falta dele. Aliás, essa tem sido a tônica dos últimos trabalhos de Gennaro Gattuso, afinal, o técnico italiano foi demitido pelas mesmas circunstâncias do Milan, do Napoli e do Valencia. Logo, nada levava a crer que uma revolução aconteceria no Olympique de Marselha, o quarto clube desta lista cada vez mais extensa.

Desta maneira, o único aspecto que chamou a atenção na demissão de Gennaro Gattuso foi o instante que ela ocorreu, ou seja, exatamente às vésperas do jogo de volta dos playoffs da fase eliminatória da Europa League contra o Shakhtar Donetsk no Vélodrome, depois do revés pelo placar mínimo diante do Brest, na Bretanha, onde o Olympique de Marselha jogou 30 minutos com um atleta a mais em campo.

Vale ressaltar, que o desempenho do OM é ruim há tempos, tanto é, que a última vitória conquistada pelos marselheses deu-se em 07 de janeiro, mais especificamente no primeiro compromisso do ano frente o modesto US Thionville, da 5ª divisão. De lá pra cá, eles acumularam cinco empates e duas derrotas em sete jogos realizados no período que ainda inclui a queda diante do Rennes nas oitavas-de-final da Copa da França, registrando 9 gols sofridos e apenas sete marcados desde então.

Para se ter uma ideia, os comandados de Gennaro Gattuso não saíram de campo com os três pontos em nenhuma das cinco rodadas disputadas pela Ligue 1 em 2024, isto é, um recorde negativo que o Olympique de Marselha só havia repetido em duas oportunidades ao longo da história, nos anos de 1956 e 1978.

Portanto, fica evidente que a cúpula diretiva do Olympique de Marselha, atualmente na oitava posição da Ligue 1 a oito pontos do G-4, tinha motivos mais que razoáveis para efetivar a saída de Gennaro Gattuso em uma data não tão próxima do decisivo duelo da Europa League.

Seja como for, cabe agora ao novo comandante do Olympique de Marselha, Jean-Louis Gasset, a imcumbência de classificá-lo à fase seguinte da Europa League pouco mais de 48 horas após o seu desembarque na costa azul da França, quer dizer, uma dificílima tarefa até mesmo para um treinador de 70 anos de idade que inicia o sétimo trabalho na carreira.

Por sinal, é importante destacar que Jean-Louis Gasset estava livre no mercado desde a sua inesperada queda do comando técnico da Costa do Marfim, sacramentada depois da goleada sofrida ante Guiné Equatorial por 4 a 0 pelo estágio de grupos da Copa Africana de Nações, lembrando que os marfinenses já colecionavam uma vitória (Guiné-Bissau, 2 a 0) e uma derrota (Nigéria, 1 a 0) na competição.

E embora radical, a demissão de Jean-Louis Gasset antes das oitavas-de-final da Copa Africana de Nações surtiu o efeito esperado ao selecionado da Costa do Marfim, que venceu o torneio sob a batuta do interino Emerse Faé, recentemente promovido na função.

Assim, a pergunta que fica é a seguinte: o que levou o OM a trazer Jean-Louis Gasset passado um mês de sua pífia performance na Copa Africana de Nações? Primeiramente, o vasto conhecimento do ex-treinador da Costa do Marfim em relação ao futebol francês, pelo qual acumula passagens por Montpellier (2x), Caen, FC Istres, Saint-Étienne e Bourdeaux. Ademais, pelo simples fato dele falar o idioma do país, algo que não é vivido no Vélodrome desde a saída de Rudi Garcia, em 2016. E por fim, o perfil conciliador de Gasset também foi avaliado devido ao desgastante estilo rabugento de Gennaro Gattuso.

É uma grande honra ingressar neste lendário clube que é o Olympique de Marselha. Mal posso esperar para começar a trabalhar com este grupo para nos prepararmos para os próximos passos e darmos o melhor de nós. 

Jean-Louis Gasset, novo técnico do OM

De acordo com o jornal L’Équipe, o vestiário marselhês carece de maior identificação após longas convivências sob a liderança de estrangeiros como André Villas-Boas, Jorge Sampaoli, Igor Tudor, Marcelino García Toral e Gennaro Gattuso.

No entanto, cabe salientar que o principal nome do Olympique de Marselha era – e continua sendo – Christophe Galtier, mas em função do seu atual trabalho no Al-Duhail, o presidente do clube francês, Pablo Longoria, optou pela hipótese de trazer um profissional experiente, com temperamento tranquilo e, é claro, que aceitasse assinar um contrato de três meses.

Obviamente, caso Jean-Louis Gasset supere as expectativas no Olympique de Marselha, um novo contrato, desta vez a longo prazo, lhe será oferecido ao término da temporada. Em contrapartida, levando em conta os últimos trabalhos do veterano treinador, bem como as dificuldades encontradas pelos seus antecessores, as chances disso acontecer beiram o zero por cento.

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