Queda na DFB-Pokal não apaga o progresso do Bayern de Munique na temporada

A primeira dobradinha do Bayern de Munique desde 2020 não acontecerá nesta temporada, tendo em vista que o Gigante da Baviera caiu diante do Bayer Leverkusen pelo placar mínimo em plena Allianz Arena, o que lhes rendeu a eliminação na DFB-Pokal (Copa da Alemanha).

Consequentemente, aumentou para cinco a sequência de jogos sem vitórias do Bayern sobre o Leverkusen, período que inclui três derrotas e dois empates, ambos obtidos desde a chegada do invicto Xabi Alonso, isso porque o ultimo triunfo do Gigante da Baviera no confronto ocorreu em setembro de 2022, época em que os atuais campeões alemães ainda eram comandados por Gerardo Seoane.

A propósito, vale ressaltar que o mais recente encontro envolvendo os dois últimos vencedores da Bundesliga, válido pela 5ª rodada da atual temporada, ficou marcado pela enorme dominância dos pupilos de Vincent Kompany que, ainda assim, empataram em 1 a 1 na Allianz Arena, devido a eficiência do Bayer Leverkusen na conclusão das jogadas, bem como a solidez defensiva dos Farmacêuticos.

E certamente por conta deste ingrato histórico, o Bayern entrou em campo pra lá de acelerado para encarar o Leverkusen, inclusive passando do ponto através de disputas mais ríspidas em algumas oportunidades, afinal, a possibilidade de erguer o caneco da DFB-Pokal após cinco temporadas também estava em jogo no duelo de oitavas-de-final, considerado a final antecipada do torneio.

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No entanto, além das dificuldades de enfrentar o Bayer Leverkusen, os bávaros ainda precisavam lidar com a ausência de Harry Kane, que lesionou a coxa no primeiro tempo do Der Klassiker. Ou seja, o desfalque justamente do artilheiro e líder de participação em gols da equipe na temporada somando o montante de 14 tentos e sete assistências em 12 jogos disputados.

Sem Harry Kane, a expectativa era que Vincent Kompany escalasse Thomas Muller ou Mathys Tel na posição do atacante inglês para manter a fomação do time no 4-2-3-1, utilizado durante toda a temporada. Todavia, apesar de ter mantido a mesma estrutura tática o treinador do Bayern de Munique preferiu deslocar Jamal Musiala ao ataque para atuar como um falso 9, promovendo a entrada de Michael Olise na sua vaga no meio-campo.

Em contrapartida, o que se viu na prática assim que a bola começou a rolar foi Jamal Musiala recuando para atuar ao lado de Michael Olise, enquanto Leroy Sané e Kingsley Coman jogaram abertos pelos lados, compondo uma espécie de 4-2-4 intensificado com as constantes subidas dos laterais Konrad Laimer e Alphonso Davies, além do volante Joshua Kimmich, conforme demonstra a imagem abaixo retirada do site do Sofascore:

Contudo, essa distribuição tática durou apenas 17 minutos, isto é, até a expulsão de ninguém menos que Manuel Neuer. Sim, após 21 temporadas ou 923 partidas como profissional, o goleiro de 38 anos de idade recebeu o primeiro cartão vermelho da carreira ao errar o tempo de bola em uma saída desnecessária do gol na tentativa de antecipar a chegada de Jeremie Frimpong. Quer dizer, o tipo de jogada que ele costuma fazer com total maestria.

Em todo o caso, por mais que com um a menos durante 80% da partida o Bayern de Munique não decepcionou, muito pelo contrário, manteve a proposta de pressionar a saída de bola do oponente, marcando com as linhas altas, e jogando de maneira intensa conseguindo equilibrar as ações. Não à toa, os bávaros encerraram o jogo registrando um elevado índice de 52% de posse de bola e a bagatela de 14 finalizações, contra 42% de posse e 11 arremates do Bayer Leverkusen.

Outro dado interessante, é que o Bayern trocou 18 passes na grande área adversária, mediante 11 passes do Leverkusen. Além disso, o mapa de passes do jogo demonstra que os anfitriões trocaram mais passes no campo dos visitantes ao longo dos noventa minutos em que estiveram a maior parte do tempo em desvantagem númerica.

Sob todos estes aspectos, ainda que derrotado o Bayern de Munique saiu de campo aplaudido pela torcida não somente pelo enorme esforço dos jogadores, mas também porque em poucos meses de trabalho Vincent Kompany conseguiu criar uma nova identidade ao time, algo que não se viu em nenhum momento das passagens dos antecessores Julian Nagelsmann e Thomas Tuchel.

Por sinal, isso explica porque este consistente Bayern, de Vincent Kompany, foi derrotado somente pela terceira vez na temporada, e continua invicto na liderança da Bundesliga assinalando 30 de 36 possíveis pontos. Para se ter uma ideia, são 9 vitórias e três empates da equipe que é dona tanto do melhor ataque quanto da melhor defesa do campeonato com 37 gols marcados e apenas 8 sofridos em 12 rodadas.

Inicialmente, os principais pontos positivos do trabalho desenvolvido por Vincent Kompany são a organização do setor defensivo, cuja evolução passa pela visível melhora dos zagueiros Dayot Upamecano e Kim Min-jae, além da potencialização do futebol dos jogadores, vide o caso de Leon Goretzka que começou a temporada desvalorizado como a terceira opção para primeiro volante, mas com as lesões de Aleksandar Pavlovic e João Palhinha, recuperou a melhor forma e hoje é unânime no meio-campo do Bayern.

À vista disso, mesmo que a precoce despedida da DFB-Pokal não estivesse no roteiro do Bayern, sobretudo frente o algoz Leverkusen, a caminhada dos bávaros se mostra bastante próspera no restante da temporada, contrariando todas as pessimistas previsões projetadas na chegada de Vincent Kompany.