Goleada com direito a título no El Clásico, reacende temporada do Barcelona

A segunda goleada seguida sobre o Real Madrid no segundo El Clásico disputado na temporada 2024-25, rendeu a conquista do 15º título da Supercopa da Espanha ao Barcelona, e o primeiro de Hansi Flick no clube catalão.

Todavia, a realidade é que tudo conspirava contra o Barcelona na decisão da Supercopa da Espanha, afinal, os blaugranas desembarcaram na Arábia Saudita vivendo um momento conturbado em meio a sucessão de resultados negativos que incluiam três derrotas consecutivas como mandantes na LaLiga, além do polêmico caso envolvendo as inscrições de Dani Olmo e Pau Víctor.

Por outro lado, o Real Madrid chegava com a confiança em alta após assumir a liderança da LaLiga — ainda que com um jogo a mais em comparação ao Atlético de Madrid —, e isso poucas semanas depois da conquista do Torneio Mundial de Clubes. Logo, os únicos pontos positivos ao Barça na final da Supercopa da Espanha eram: o retrospecto, marcado pelo 4 a 0 no El Clásico anterior; e aspectos de ordem física e médica, já que todos os jogadores estavam à disposição de Hansi Flick, inclusive Lamine Yamal e o zagueiro Ronald Araújo.

Seja como for, o Barcelona mais uma vez mostrou toda a sua superioridade em relação ao Real Madrid assim que a bola começou a rolar em Jeddah. A propósito, mesmo no momento em que os madrilenhos venciam o jogo por 1 a 0, a sensação era de injustiça em virtude do amplo domínio por parte dos catalães. Não à toa, os tentos de Lamine Yamal, Robert Lewandowski, Raphinha e Alejandro Balde, todos marcados ainda na etapa inicial, acabaram fazendo jus ao verdadeiro massacre barcelonista.

Por sinal, a soberania do Barcelona se estendeu também no segundo tempo, tanto é, que rapidamente, aos 3 minutos para ser mais específico, Raphinha aumentou a vantagem para 5 a 1. À vista disso, a impressão era a de que a goleada do Barça seria maior se o goleiro Wojciech Szczesny não tivesse sido expulso aos 11 minutos, o que significa que o Real Madrid ficou no lucro ao regressar da Arábia Saudita com o revés por 5 a 2 na bagagem.

Entretanto, é óbvio que a fragilidade defensiva do Real Madrid, intensificada com a improvisação de Aurélien Tchouaméni no lugar de Éder Militão, além da entrada de Lucas Vázquez na vaga de Dani Carvajal, favoreceram o jogo do Barcelona, sobretudo por conta da constante movimentação de Robert Lewandowski, que puxava a marcação de Antonio Rudiger a fim de abrir espaços no ataque. E com as nulas ações de Vinícius Júnior e Kylian Mbappé sem a bola, o Barcelona sobrou em campo.

Em todo o caso, a conquista da Supercopa da Espanha demonstra a força deste Barcelona, de Hansi Flick, que já havia iniciado a temporada de forma avassaladora ao emendar uma incrível sequência de sete vitórias nas sete primeiras rodadas da LaLiga, assinalando o montante de 23 gols marcados e apenas cinco sofridos neste período que não abrange os triunfos por 4 a 1 sobre o Bayern de Munique, e 4 a 0 ante o Real Madrid.

Assim, fica claro que o Barcelona vem superando as expectativas em grandes jogos na temporada, pois até mesmo na derrota diante do Atlético de Madrid por 2 a 1 em Montjuic, os comandados de Hansi Flick finalizaram o total de 19 vezes, sendo 7 na direção certa do gol, contra míseros 5 arremates dos Colchoneros, lembrando que os únicos dois no alvo entraram. Além disso, o Barça registrou um elevado índice de 2.72 gols esperados, mediante uma baixíssima taxa de 0.63 do clube da capital.

Ademais, a principal virtude do Barcelona é a rápida transição defesa-ataque, ou seja, quando o time recupera a bola e arma velozes contra-ataques, em que é capaz de chegar com vários jogadores na área adversária, o que é fruto do enorme avanço físico dos atletas, já que Hansi Flick sempre teve como prioridade ter uma equipe combativa desde a sua chegada na Catalunha.

Portanto, aquilo que realmente faltava ao Barcelona era provar que ele é capaz de competir contra qualquer oponente em uma situação de inferioridade númerica, isto é, em circunstâncias em que o time estivesse com um jogador a menos em campo como ocorreu frente o Real Madrid depois do cartão vermelho recebido por Wojciech Szczesny. Neste contexto, é importante frisar que os blaugranas sofreram o gol de falta marcado por Rodrygo, e receberam somente um chute de Kylian Mbappé nos acréscimos do jogo.

Individualmente, seria impossível não destacar o brasileiro Raphinha, que nessa temporada já balançou as redes 19 vezes defendendo as cores do Barcelona, estando a um tento de igualar os 20 marcados somando os últimos dois anos. Aliás, se analisarmos o número de participações em gols, notamos que o camisa 11 ostenta o incrível registro de 30 colaborações, nas quais também contabilizamos as 9 assistências concedidas por ele.

Como resultado, essa melhor versão de Raphinha ao longo da carreira vem contribuindo bastante para o crescimento de Lamine Yamal, em especial porque as convincentes e grandes atuações do jogador da Seleção Brasileira, principalmente em jogos de maior magnitude, diminuem a pressão e aliviam a responsabilidade sobre o novato atleta de 17 anos de idade, autor de 8 gols e 12 assistências até aqui na temporada.

Diante deste cenário, fica evidente porque essa nova goleada do Barcelona sobre o Real Madrid, que resultou em um acachapante 9 a 2 no agregado da temporada, renovou totalmente as perspectivas do barcelonismo, que embora vivendo uma boa fase dentro das quatro linhas sob o comando de Hansi Flick, vinha abalado com os intermináveis problemas institucionais do clube.

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