A passagem de Vítor Bruno terminou de forma relâmpago no Dragão, tendo em vista que o jovem treinador de 42 anos de idade despediu-se do Porto depois da derrota por 3 a 1 diante do Gil Vicente pela rodada inicial do 2º turno da Liga Portugal, em Barcelos.
Assim, o Porto que passou as últimas SETE temporadas com Sérgio Conceição no comando técnico do time, precisou de míseros 203 dias para trocar novamente de treinador, o que demonstra o quão conturbado começou o mandato do novo presidente Andrés Villas-Boas no clube. Aliás, conflitos que tiveram início desde o anúncio de Vítor Bruno, por conta das pesadas críticas proferidas pelo antecessor que até o chamou de traidor.
Em contrapartida, a situação parecia se normalizar depois que o Porto estreou na temporada erguendo o caneco da Supertaça de Portugal ao derrotar o Sporting por 4 a 3, lembrando que os portistas foram ao intervalo perdendo a decisão por 3 a 0, mas através de uma épica reviravolta igualaram o placar na segunda etapa, e venceram os atuais campeões portugueses na prorrogação.
O Porto sofreu três derrotas seguidas pela segunda vez sob a liderança de Vítor Bruno. Há 22 anos os Dragões não colecionavam 8 derrotas nos primeiros 29 jogos de uma temporada.
No entanto, os problemas do Porto, representados principalmente através da sucessão de maus resultados, surgiram a partir de novembro, a julgar pelos quatro jogos consecutivos sem vitórias por parte dos comandados de Vítor Bruno, que incluem a goleada por 4 a 1 no clássico contra o Benfica (4×1), a precoce eliminação na 4ª fase da Taça de Portugal frente o modesto Moreirense (2×1), além da derrota e do empate ante Lazio (2×1) e Anderlecht (2×2), ambos pela Europa League.
Deste modo, por mais que o Porto tenha se recuperado no mês seguinte ao passar dezembro invicto somando cinco vitórias e um empate em seis jogos, a realidade é que o técnico Vítor Bruno já havia perdido a confiança junto aos torcedores portistas e, consequentemente, acabou não resistindo a pressão que assolou o Dragão neste início de ano em que o conjunto azul e branco foi derrotado nas três partidas disputadas.
Vale ressaltar, que o Porto estreou em 2025 sendo desclassificado das semifinais da Taça da Liga devido ao revés pelo placar mínimo ante o Sporting, dirigido pelo técnico Rui Borges pela primeira vez naquela oportunidade, e posteriormente foi superado na Liga Portugal por Nacional (2x) e Gil Vicente (3×1), o que resultou na queda dos Dragões ao terceiro lugar do campeonato, a quatro pontos do líder Sporting, e a um do vice-colocado Benfica após o desfecho da 18ª rodada.
Os números de Vítor Bruno como treinador do ????FC Porto:
— Playmaker (@playmaker_PT) January 20, 2025
29 jogos
18V (62%)
3E (10%)
8D (28%)
1 título
2 sequências de 3 derrotas consecutivas
3.º classificado na Liga ????????
Eliminado nas Taças ????????
18.º lugar na Liga Europa
Sem derrotas em casa (13J)
Perdeu metade dos jogos realizados… pic.twitter.com/wCAikcE01h
Deste modo, não restaram alternativas ao presidente André Villas-Boas que não demitir Vítor Bruno depois de uma reunião extraordinária marcada na madrugada desta segunda-feira (20). A propósito, o misto de alívio e alegria que tomou conta da torcida se evidenciou com diversos portistas festejando a saída do ex-auxiliar de Sérgio Conceição aos arredores do estádio do Dragão.
Por sinal, é de se admirar a conduta de André Villas-Boas, afinal, ao demitir Vítor Bruno o presidente do Porto reconheceu a equivocada escolha de tê-lo contratado, algo que dirigentes não costumam fazer na maioria das vezes para não assumir a culpa do erro, vide o caso do Borussia Dortmund, por exemplo, que embora venha realizando uma péssima temporada ainda mantém Nuri Sahin no cargo.
Diante deste cenário, a demissão de Vítor Bruno renova as perspectivas do Porto na temporada 2024-25, ainda que o seu substituto não esteja definido. Por este motivo, André Villas-Boas confirmou que José Tavares, coordenador das categorias de base, será o treinador interino dos azuis e brancos até que um novo comandante seja contratado, o que significa que ele estará no banco de reservas do Dragão no importante jogo deste meio de semana pela Europa League contra o Olympiacos.
No momento, o Porto ocupa a 18ª posição na Europa League com 8 pontos. Portanto, com mais quatro pontos nos últimos dois compromissos frente Olympiacos (c) e Maccabi Tel Aviv (f), os portugueses ao menos garantirão uma vaga nos playoffs do torneio continental, levando em consideração que as projeções da UEFA apontam que 12 pontos são suficientes para os clubes ficarem entre o 9º e 24º lugares na classificação.
Essa é a primeira temporada da história do futebol português que os três grandes clubes do país trocaram de treinadores.
Enquanto isso, a diretoria portista busca apresentar um novo treinador o quanto antes, sobretudo porque a temporada não está perdida ao time que continua firme na corrida rumo aos títulos da Liga Portugal e da Europa League. E segundo o jornal ‘A Bola’, Luis Castro é nome predileto na lista dos Dragões, especialmente em razão da sua ligação junto ao clube, além do ótimo relacionamento com o antigo auxiliar e atual interino do Porto, José Tavares.
No entanto, o maior empecilho para a vinda de Luís Castro, o único não estrangeiro analisado pela cúpula diretiva do Porto, é o alto salário do ex-técnico do Al-Nassr que se encontra disponível no mercado. Logo, não está descartada a hipótese de Xavi Hernández, ex-Barcelona, desembarcar em solo português, inclusive essa é a preferência do diretor esportivo do clube, Andoni Zubizarreta.
Contudo, seja com Luís Castro, seja com Xavi Hernández, a verdade é que o futuro treinador do Porto precisará não apenas criar uma identidade capaz de recolocar a equipe no caminho das vitórias, como também trabalhar intensamente na parte psicológica de atletas como o atacante Samu, expulso na última visita à Barcelos em função do mesmo descontrole emocional que, há menos de dois meses, se mostrou por intermédio de um intenso choro pelo adeus na Taça de Portugal.
Em outras palavras, a esperança renasce no Dragão apesar da longa e duríssima caminhada que o próximo treinador portista terá pela frente.