Febre Amarela

2 a 0, este foi o placar da vitória da Colômbia sobre a Argentina na Arena Fonte Nova, pela 1ª rodada da fase de grupos da Copa América. Um resultado que apenas demonstra porque a seleção colombiana desembarcou no Brasil carregando consigo o rótulo de ser uma das principais candidatas à erguer o título do torneio sul-americano.

O triunfo da Colômbia sobre a Argentina na estreia de ambas seleções na Copa América, não causou nenhuma surpresa, muito pelo contrário, os Cafeteiros eram os favoritos à vencer a partida, afinal, ao passo que o futebol colombiano continua firme o seu processo de evolução, o argentino segue ladeira abaixo. Logo, conquistar os três pontos no jogo diante dos argentinos era de suma importância aos colombianos, visto que Catar e Paraguai, os demais adversários do grupo, são adversários mais fracos tecnicamente, portanto as chances dos pupilos de Carlos Queiroz avançarem às quartas de final como líderes de sua chave são realmente grandes.

Embora a Argentina esteja vivendo um péssimo momento em virtude da desastrosa gestão da AFA (Associação de Futebol Argentina), estrear contra os argentinos em uma competição, seja ela qual for, não é uma tarefa fácil, haja vista a enorme tradição dos bicampeões mundiais no mundo da bola, que além do peso da camisa, tem a seu favor o craque Lionel Messi, apontado por muitos como um dos maiores jogadores da história do futebol. Mesmo diante deste cenário, a Colômbia não se intimidou, e com gols de Roger Martínez e Duvan Zapata, ambos marcados na segunda etapa da partida, bateu a Albiceleste por 2 a 0 na Arena Fonte Nova.

A vitória do último sábado, foi a terceira da Colômbia sobre a Argentina na história da Copa América. Os triunfos anteriores ocorreram nas edições de 1987 e 1999 do torneio.
A vitória do último sábado, foi a terceira da Colômbia sobre a Argentina na história da Copa América. Os triunfos anteriores ocorreram nas edições de 1987 (foto) e 1999 do torneio.

O jogo esteve longe de ser um espetáculo, muito pelo contrário, o primeiro tempo foi bem morno, com os dois selecionados atuando de maneira bastante pragmática, dando inclusive a impressão de que o empate sem gols estaria de bom tamanho tanto para os colombianos quanto para os argentinos. No entanto, na etapa final da partida, as equipes enfim acordaram, tanto é, que os tentos da vitória da Colômbia saíram aos 26 e 41 minutos, respectivamente. Na minha opinião, os Cafeteiros ganharam da Argentina a partir do momento que o técnico Carlos Queiroz colocou o volante Jefferson Lerma no lugar de Juan Cuadrado, aos 19 minutos, dando maior qualidade na saída de bola do time através desta substituição.

Curiosamente, os argentinos até encerraram o jogo registrando maior índice de posse de bola (53% – 47%), e com mais finalizações na baliza adversária (13 a 8), entretanto, foram os colombianos que aproveitaram melhor as suas chances de gol. Desta maneira, a Colômbia encerrou um longo jejum de doze anos sem vencer a Argentina, lembrando que neste período, os rivais sul-americanos se enfrentaram em oito oportunidades, sendo que a Albiceleste obteve quatro vitórias, enquanto os quatro demais compromissos terminaram com a igualdade no placar.

A Colômbia corre atrás do seu segundo título da Copa América. A conquista de 2001, foi a única dos colombianos até aqui.
A Colômbia corre atrás de seu segundo título da Copa América. A conquista de 2001, no próprio país, foi a única dos colombianos até aqui.

Mas como citei anteriormente, a vitória dos colombianos não causou nenhuma estranheza, isso porque a seleção da Colômbia é composta por atletas renomados internacionalmente. Se pararmos para analisar, o goleiro David Ospina, os zagueiros Yerri Mina e Davinson Sánchez, os volantes Wilmar Barrios e Jefferson Lerma, os meias Juan Cuadrado e James Rodríguez, além dos atacantes Duvan Zapata, Luis Muriel e Falcão García, são todas figuras importantíssimas em seus respectivos clubes no futebol europeu, deste modo fica evidente a enorme qualidade técnica do conjunto de Carlos Queiroz.

Ademais, a ótima trajetória do treinador argentino, José Pékerman, que comandou a Colômbia entre os anos de 2012 a 2018, deixou valiosíssimos frutos na seleção. Todavia, acredito que a cereja do bolo dos colombianos tenha sido mesmo, a contratação do treinador Carlos Queiroz, sobretudo porque é raro vermos um técnico europeu trabalhando no mercado sul-americano. A excelente passagem do comandante português pelo Irã, que realizou uma excelente campanha nas Eliminatórias Asiáticas, e especialmente, na Copa de 2018, é o motivo pelo qual me animo tanto com o seu trabalho.

Para quem não se lembra, a seleção iraniana estava situada no grupo B do Mundial da Rússia, ao lado de Espanha, Portugal e Marrocos. E por incrível que pareça, por pouco os Príncipes da Pérsia não avançaram à fase mata-mata da competição, uma vez que eles somaram 4 pontos nos três jogos disputados naquela ocasião (3º colocado no grupo). Com apenas dois gols sofridos no torneio, a solidez defensiva e a organização tática, foram os pontos fortes do Irã na última Copa do Mundo, qualidades que já conseguimos notar nos primeiros cinco jogos em que Carlos Queiroz esteve à frente da Colômbia. Por esta razão, não me restam dúvidas de que o selecionado colombiano é um dos principais aspirantes ao título da Copa América.

 

 

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