A eliminação na fase preliminar da Champions League, aliada ao revés na rodada inicial da Scottish Premiership, evidenciam que o Celtic terá outra duríssima temporada pela frente.
A ida de Brendan Rodgers ao Leicester no meio da temporada 2018/19 causou enormes estragos ao Celtic. Embora o conjunto alviverde tenha vencido dois títulos escoceses sob a batuta de Neil Lennon desde então, é inquestionável o fato de que o desempenho dos católicos caiu consideravelmente neste período. Não à toa, os Hoops deixaram escapar a inédita oportunidade de faturar o decacampeonato nacional na edição anterior da Scottish Premiership, após terminarem a competição na vice-posição da tabela a uma larga distância de 25 pontos do campeão Rangers.
Aliás, a crise que se instaurou em Parkhead foi tão grande na temporada passada, que o treinador Neil Lennon pediu demissão em meados de fevereiro, obrigando o auxiliar John Kennedy a assumir o cargo de maneira provisória naquela oportunidade. Mas passado todo este perrengue, o Celtic anunciou a contratação de Ange Postecoglou nesta janela de meio de ano. Após ótimas passagens pela seleção da Austrália e principalmente pelo Yokohama Marinos, o técnico australiano aceitou o desafio de comandar a sua primeira equipe no futebol europeu.
Contudo, o que Ange Postecoglou não imaginava é que o seu início no Celtic seria tão conturbado, visto que time de Glasgow já foi precocemente eliminado pelo Midtjylland, na fase prévia da Champions League 2021/22, e estreou com uma derrota por 2 a 1 diante do recém promovido Hearts, na atual edição da Scottish Premiership, quer dizer, resultados pra lá de negativos que determinaram o surgimento de uma nova crise em Parkhead logo neste pontapé inicial de temporada.
Entretanto, este é somente o retrato de que as coisas mudaram no certame escocês, com o Celtic deixando de ser protagonista muito em virtude de seus próprios erros, como por exemplo, insistir na continuidade de Neil Lennon por longos dois anos no comando técnico da equipe, além de não ter começado uma reformulação no elenco desde a saída de Brendan Rodgers. Pois é, e na contramão disso tudo veio o Rangers, evoluindo gradativamente sob o excelente trabalho de Steven Gerrard.
O Hearts não vencia o Celtic desde agosto de 2018 (1 a 0), isto é, um tabu que já durava DEZ compromissos (9V – 1E).
Mas porque cargas d’águas o Celtic escolheu Ange Postecoglou para conduzir o projeto de reformulação da equipe a partir desta temporada? A resposta é simples, o técnico de 55 anos de idade foi escolhido por conta de suas ideias em relação ao futebol, tendo em vista que o ex-comandante do Yokohama Marinos é adepto de um estilo de jogo vibrante, intenso e ofensivo, lembrando que junto dele, mais cinco reforços desembarcaram em Glasgow para defender as cores do time verde e branco, dentre eles, podemos destacar Carl Starfelt e Kyogo Furuhashi.
Vale ressaltar, que as chegadas de reforços e do novo treinador até fizeram aumentar as expectativas da torcida do Celtic, porém elas se esgotaram depois do terceiro jogo oficial dos comandados de Ange Postecoglou na temporada 2021/22. A propósito, a insatisfação é tanta no momento, que a permanência do técnico australiano já é incerta no clube, embora se sabe que boa parte da pressão que o assola é oriunda dos trabalhos ruins realizados por seus antecessores, e especialmente devido a recente perda do título nacional para o eterno rival Rangers.
No entanto, ainda há tempo de sobra para Ange Postecoglou cair nas graças dos torcedores do Celtic. Para isso, basta os católicos realizarem uma boa jornada na Europa League, o que significa pelo menos avançar às oitavas-de-final do torneio, e faturar no mínimo um título doméstico nesta temporada, de preferência, é claro, o da Scottish Premiership. Todavia, se o bicampeonato escocês do Rangers vier à tona com total supremacia, juntamente com pífias campanhas nas Copas, é certo que Postecoglou não terá vida longa em Parkhead.