Nem Ajax, tampouco PSV, o campeão da Eredivisie na temporada 2022/23 responde pelo nome de Feyenoord, que encerrou o longo jejum de seis anos sem erguer o caneco holandês.
A propósito, a conquista do Feyernood é absolutamente incontestável, afinal, a equipe de Rotterdam deu a volta olímpica com duas rodadas de antecedência na Eredivisie em função das 24 vitórias, 7 empates, e somente uma derrota sofrida, nas 32 partidas disputadas pela competição, o que a mantém com incríveis 82,3% de aproveitamento.
Entretanto, é importante destacar que o Feyenoord não figurava entre os favoritos ao título da Eredivisie, sobretudo em virtude das idas de Marcos Senesi, Tyrell Malacia e Luis Sinisterra ao futebol inglês após o término da última temporada.
Além disso, o Ajax, que embora tivesse negociado suas principais peças, se reforçava com as chegadas de Steven Bergwijn, Lucas Ocampos e da jovem promessa Owen Wijndal, à medida que o PSV Eindhoven repatriava Xavi Simons, Anwar El Ghazi e Luuk de Jong.
Ainda assim, apesar do menor orçamento para investir em comparação aos rivais Ajax e PSV, o Feyenoord realizou um ótimo mercado, a julgar pelas contratações de Quinten Timber, David Hancko, Javairô Dilrosun, Oussama Idrissi, Sebastian Szymanski, Ezequiel Bullaude, dos brasileiros Igor Paixão e Danilo, além do artilheiro do clube na temporada com 23 tentos marcados, Santiago Giménez.
Contudo, é inegável que a permanência de Arne Slot foi mais do que preponderante para o sucesso do Feyenoord. Depois de “bater na trave” ao perder da Roma na decisão da Conference League na temporada passada, o técnico de 44 anos de idade pôde, enfim, comemorar seu primeiro título na curta carreira como treinador também marcada por um grande trabalho à frente do AZ Alkmaar.
Pois é, e soma-se a isso tudo as brilhantes atuações do meia holandês naturalizado turco e formado nas categorias de base, Orkun Kokçu, que assumiu o papel de protagonista do Feyenoord na temporada que terminou com conquista do 16º título holandês do clube, após o triunfo por 3 a 0 sobre o Go Ahead Eagles, no pulsante estádio De Kuip.
𝐅𝐄𝐘𝐄𝐍𝐎𝐎𝐑𝐃 𝐋𝐀𝐍𝐃𝐒𝐊𝐀𝐌𝐏𝐈𝐎𝐄𝐍 𝟐𝟐/𝟐𝟑#TheBestMemories pic.twitter.com/OIdYRgYLiw
— Feyenoord Rotterdam (@Feyenoord) May 14, 2023
Vale ressaltar ainda, que o Feyenoord não ganhava a Eredivisie desde 2017, ano em que o time era comandado por Giovanni van Bronckhorst, e acompanhava os passos finais da carreira do ídolo Dirk Kuyt. Portanto, fica evidente que existe um longo hiato entre a última e a atual conquista do clube de Rotterdam.
É bastante irreal. Seis, sete anos atrás eu assisti o título do Feyenoord no sofá de casa quando ‘Gio’ se tornou campeão. Então você pensa: se algum dia eu puder experimentar isso como treinador… Agora estou aqui hoje. Sou campeão.”
Arne Slot, treinador do feyenoord
Aliás, apesar de sua enorme tradição e de estar localizado na segunda maior cidade da Holanda, o Feyenoord ganhou a fama de ser a terceira força do país, abaixo de Ajax e PSV. Uma condição que se estabeleceu naturalmente devido a trajetória do trio nas últimas décadas, já que desde 1975 até então, o time de Rotterdam contabiliza míseros cinco títulos da Eredivisie, contra vinte de cada uma das equipes de Amsterdam e Eindhoven.
Por este motivo, a conquista da Eredivisie tem enorme representatividade tanto ao Feyenoord quanto ao treinador Arne Slot, o homem que conduziu o antigo esquadrão de Dick Advocaat, quinto colocado do campeonato a 29 pontos do campeão Ajax, rumo ao título holandês em apenas dois anos de trabalho e, detalhe, através do futebol mais atrativo desde a dobradinha da temporada 1983/84 com Johan Cruyff em campo.
À vista disso, ainda que o contrato de Arne Slot seja válido por mais dois anos, os torcedores do Feyenoord se mostram aflitos com a possibilidade da saída do treinador – em especial após o sabido interesse por parte do Tottenham -, o que certamente transformaria em tristeza toda a alegria que contagia o clube campeão holandês neste memorável final de temporada.