Nem Internazonale, tampouco Juventus. O novo clube de Romelu Lukaku é a Roma, onde o atacante belga reencontrará José Mourinho pela terceira vez na carreira, depois de ter trabalhado com o técnico português no Chelsea e no Manchester United.
Apesar da demora na busca por um atacante, a Roma caprichou ao anunciar a contratação de Romelu Lukaku, considerando que Karim Benzema, Álvaro Morata, Gianluca Scamacca, Marcos Leonardo e Duván Zapata foram procurados pelo clube neste meio de ano.
Todavia, essa longa espera valeu a pena aos romanistas, dada a relevância de Romelu Lukaku ao clube da capital italiana, vide os 5 mil torcedores presentes no aeroporto Ciampino para assistir o desembarque do ex-jogador da Internazionale, ou dos outros 16 mil que acompanharam em tempo real a rota do avião pilotado pelo próprio dono da Roma, Dan Friedkin, chegando de Bruxelas.
De qualquer maneira, o enorme carinho recebido por Romelu Lukaku em Roma, compensará o ódio que os torcedores de Chelsea, Inter de Milão e Juventus sentem pelo maior artilheiro da história da seleção da Bélgica. Por sinal, gols é o que os giallorossi realmente esperam do atacante de 30 anos de idade, sobretudo porque os comandados de José Mourinho foram donos apenas do 9º melhor ataque da temporada anterior da Serie A com 50 tentos assinalados.
Além disso, o fato da grave lesão sofrida por Tammy Abraham no final da última temporada, e que o deixará fora de combate até janeiro do ano que vem, também preocupava bastante o treinador José Mourinho, afinal Andrea Belotti, autor de dois gols na atual edição da Serie A, era a única opção disponível no plantel romanista para substituí-lo.
Ainda assim, por mais que a torcida da Roma já projete uma fortíssima dupla de ataque formada por Paulo Dybala e Romelu Lukaku, é importante destacar que ambos têm um histórico preocupante de contusões. Não à toa, Lukaku perdeu 22 dos 57 jogos disputados pela Internazionale na temporada 2022-23, ao passo que Dybala esteve machucado em 18 das 55 partidas realizadas pelos giallorossi no período, lembrando que o meia argentino já saiu de campo lesionado contra o Hellas Verona no último final de semana.
Seja como for, pela perspectiva de dentro das quatro linhas é inegável que Romelu Lukaku acrescentará muito no time em que será o grande protagonista, vide o enorme cartaz de papelão o proclamando como “O Novo Rei de Roma”, exposto em Monti, bairro próximo ao Coliseu, aliado a festa da torcida em Ciampino – conforme citado no início do artigo – e aos engarrafamentos causados na Via Appia. Quer dizer, uma recepção que Lukaku jamais recebeu na carreira e que, certamente, irá motivá-lo em seu novo clube, assim como ocorreu em sua primeira passagem pela Internazionale, quando ele foi um dos principais nomes dos nerazzurri na conquista do scudetto após 11 anos na fila.
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— Jacopo Aliprandi (@AliprandiJacopo) August 29, 2023
Portanto, pelo menos a princípio, a escolha de Romelu Lukaku, que rejeitou propostas do futebol saudita para defender os giallorossi, se mostra mais do que certa, o que significa que basta ao craque belga retribuir através de gols, muita entrega, grandes atuações e, quem sabe, títulos, todo o amor – curiosamente o inverso de Roma – que ele vem recebendo desde que pisou na Cidade Eterna.
Consequentemente, a tendência é que a Roma brigue por uma das quatro vagas da Champions League nesta temporada, o que lhe renderia o retorno ao torneio continental depois de quatro anos de ausência, até porque Rasmus Kristensen, Evan Ndicka, Leandro Paredes, Renato Sanches, Houssem Aouar e Sardar Azmoun, também foram contratados na janela de transferências em que o Fair Play Financeiro comprometeu a movimentação do clube que ocupa a 13ª posição na tabela da Serie A.
Logo, a previsão dada por José Mourinho antes da derrota por 2 a 1 frente o Hellas Verona, clube que travou uma dura batalha contra o rebaixamento na temporada passada, ao dizer que a Roma terminará a Serie A entre a quinta e oitava colocações, está completamente fora de cogitação em virtude do ótimo mercado realizado pelos gialorrossi.
Deste modo, resta saber se no ano final de seu contrato, José Mourinho conseguirá repetir o feito de Fabio Capello em 2001, conduzindo a Roma ao título italiano, algo nada impossível no campeonato que teve quatro campeões diferentes nas últimas quatro temporadas, e na capital que agora tem um novo rei.