16 pontos nas últimas 15 rodadas salvam o Tottenham da degola. Será que dá?

Uma semana após o revés por 3 a 2 ante o Everton no Goodison Park, o Tottenham voltou a ser derrotado por um oponente que está brigando diretamente contra o rebaixamento na Premier League, como é o caso do Leicester, mas desta vez pior, em pleno Tottenham Stadium.

No entanto, uma condição que se apresenta ainda mais preocupante ao Tottenham se levarmos em consideração que o Leicester havia perdido os últimos SETE compromissos pela Premier League. Além disso, vale ressaltar que os Spurs foram ao intervalo vencendo partida por 1 a 0, porém sofreram a virada no segundo tempo ao serem vazados pela sétima rodada seguida no campeonato.

Consequentemente, os comandados de Ange Postecoglou encerraram mais uma rodada da Premier League estacionados na 15ª colocação na tabela com os mesmos 24 pontos que eles comemoraram o Réveillon, mas agora ostentando um elevado número de 13 derrotas em 23 jogos, além um baixíssimo índice de 34% de aproveitamento através desta pífia campanha.

Deste modo, a pressão pelos lados do norte de Londres é enorme, em especial sobre o dono do Tottenham, Daniel Levy, hostilizado a cada derrota sofrida pela equipe — e olha que não são poucas. Contudo, o volume das críticas sobre o mandatário inglês aumentaram de forma jamais vistas após o jogo frente o Leicester, a julgar pelo cântico “We want Levy out” (Queremos Levy fora), somado as diversas faixas espalhadas no estádio, sendo uma delas traduzidas da seguinte forma: “24 anos, 16 treinadores, 1 troféu: hora de mudar”.

Logo, fica evidente que o Tottenham Stadium é um lugar tóxico no momento, uma toxicidade alimentada, principalmente, pelos longos 17 anos dos Spurs sem dar uma volta olímpica apesar dos altos investimentos realizados pelo clube no decorrer deste verdadeiro calvário. Ou seja, uma situação que sobrecarrega todos os profissionais do Tottenham, sobretudo os treinadores, que o digam José Mourinho, Nuno Espírito Santo, Antonio Conte e, hoje, Ange Postecoglou.

A propósito, a realidade é que Ange Postecoglou só não foi demitido em virtude do desempenho nas copas que são totalmente opostos em comparação ao da Premier League, tendo em vista que no próximo dia 06 o Tottenham jogará a partida de volta das semifinais da Copa da Liga após ter vencido o Liverpool pelo placar mínimo em Londres, e está tanto na 4ª fase da FA Cup, quanto quase classificado de maneira antecipada às oitavas-de-final da Europa League.

Portanto, as campanhas nas copas estão assegurando a continuidade de Ange Postecoglou, por mais que o treinador grego-australiano tenha afirmado não saber se amanhecerá no comando dos Spurs, em entrevista concedida depois da derrota para o Leicester. Em todo o caso, uma possível demissão realmente reduziria as chances de títulos do Tottenham, motivo pelo qual Daniel Levy não fará nenhum movimento neste momento, o que não seria o caso, por exemplo, se o clube só estivesse participando da Premier League.

Por outro lado, Ange Postecoglou ainda mantém otimismo devido ao futuro retorno dos jogadores lesionados no departamento médico. Para se ter uma ideia, nove atletas estavam indisponíveis em virtude de problemas físicos no jogo contra o Leicester, dentre eles importantes peças como o goleiro Guglielmi Vicario, o zagueiro Micky van de Ven, bem como os atacantes Dominik Solanke e Brennan Johnson.

Não à toa, Ange Postecoglou foi obrigado a completar o banco de reservas com cinco jogadores das categorias de base com idade inferior a 20 anos de idade, inclusive promovendo as entradas de dois deles, como foram dos casos dos atacantes Mikey Moore, que entrou no lugar de Richarlison, e Will Lankshear, que substituiu o lateral Archie Gray, porém nos acréscimos da partida.

Obviamente, Ange Postecoglou não realiza um trabalho elogiável no Tottenham, acima de tudo por acreditar que o seu time deve ser sempre impositivo e ofensivo, independente das circunstâncias, do adversário, e do fato de jogar fora de casa como visitante. Em contrapartida, é inegável que o ex-treinador do Celtic não é o principal responsável pela pífia temporada dos Spurs na Premier League, vide as saídas dos últimos treinadores demitidos por Daniel Levy, que atravessam ótimas fases em seus respectivos clubes.

Por sinal, aquela polêmica e última coletiva de Antonio Conte à frente do Tottenham cabe perfeitamente nos dias atuais, o que demonstra que o filme referente as trocas de técnicos continuará se repetindo se os potenciais problemas que afetam os londrinos não forem resolvidos. Enquanto isso, eles continuam ladeira abaixo registrando a pior performance da Premier League nas onze rodadas anteriores em função da conquista de 5 dos 33 pontos disputados (1V-2E-8D).

Pois é, e o mais assustador é que se essa média de 0,45 pontos por jogo das últimas 11 rodadas da Premier League fosse mantida ao longo de toda a competição, o Tottenham terminaria a temporada com míseros 17 pontos. Assim, a única expectativa da torcida em relação a uma reviravolta é a diretoria trazer ao menos um reforço para fortalecer o dizimado elenco do clube, algo difícil de imaginar após nenhuma contratação ter sido efetuada nos 27 dias em que a janela de transferências encontra-se aberta.

E sob uma perspectiva ainda mais caótica, é relevante destacar que a marca de 40 pontos costuma ser suficiente para clubes evitarem o rebaixamento na Premier League, o que significa que o Tottenham precisa contabilizar mais 16 pontos nas próximas 15 rodadas para evitar que outro tabu seja batido ao término da temporada: o do primeiro descenso desde 1977.

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